RITUAIS
>> CONCEITO >> INICIAÇÃO E INICIADO NO RITUAL DE BATUQUE >> GUIAS DOS ÒRÌSÀS >> RITUAIS – ANTIGAMENTE E HOJE >> TAMBORES – RÍTMOS >> O SIGNIFICADO DE CADA OBRIGAÇÃO >> O RITUAL DAS CABEÇAS DOS 4 PÉS >> O RITUAL DA MESA DE INOCENTES (IBEIJE) >> RITUAL DA MESA DO PEIXE >> SÁVÓ >> ERU >> DEITAR PARA ÒRÌSÀ >> KIZÍLA OU EHÒ >> ERVAS SAGRADAS >> SABÃO DA COSTA >> SIGNIFICADO DE CADA BANHO E COMO UTILIZAR >> OS BANHOS DE DESCARGAS OU QUEBRA >> BANHO DE ÀGBO >> DEFUMAÇÕES, PESSOAIS E DE AMBIENTES >> ILÙS E ATABAKES >> CONCEITO << É o conjunto de cerimônias Religiosas com gestos e atos determinados e sempre os mesmos, mas que diferem para cada Nação (tribo) de Batukàjé ou de Kandombe ou sub divisão desta. É também chamado “Linha ou de Linhagem de rituais”, nos Cultos Afro-Brasileiras. As modalidades rituais, em grande número nos Cultos Afro-Brasileiras, se diferenciam em feituras, nas danças, nos instrumentos musicais, nos ritmos, cânticos, indumentária, nos tipos de cerimônias, nos elementos empregados (ervas, comidas, bebidas, utensílios e objetos empregados no rito, etc...) bem como nas maneiras de iniciar, nas saudações e até na doutrina, embora todas tenham o mesmo “Fundamento”elementos em comum, provenientes das raízes Africanas. Se entende por “Linha”: Sendo a faixa de vibração, dentro da grande corrente
vibratória espiritual universal, correspondente a um ou vários elementos da Natureza, representada e dominada por uma potência espiritual cósmica; um Òrìsà, também chamado “Protetor” e dono dos seres humanos que vibram e atuam nessa faixa afim. “Linhagens = Linhas rituais”: Conjunto de rituais que seguem determinadas diretrizes, providas deste ou daquele povo, de tal ou qual origem. As mais conhecidas são: “Linhagem de Nagò; de Jèje; Magò-Vodu; de Angola; do Congo; de Mina; de Kabinda; de Omolokò; de Moçurumim ( muçulmi); de Monjolo; de Moçambique; de Cruzadas ( união de Linhagens, de 2 ou mais tipos de rituais). Desejo também esclarecer que dentro de um “Rito”( as regras e cerimônias, etiquetas da prática de uma religião ou “Culto Religioso”), ora é confundido com “Fundamento” ou vice-versa . Digo: “Fundamento” é um só à todas Linhagens, já “Rituais (Rito)” divergem muitas vezes de uma “Linhagem” para outra, inclusive dentro de uma própria Linhagem, ou seja, de um Ilé à outro Ilé, da mesma “Linhagem” . Neste caso o importante é usar a “Lógica”( a inteligência e conhecimentos adquiridos)”. Exemplo: Um Rito, em certas “Linhagem” torna-se um “Fundamento”, já para outras “Linhagens”, não existindo esse Rito, não se tornando um Fundamento à essa Linhagem. Outro: “Deus ( Fundamento) existe para todos, mas nem todos cultuam o mesmo Ritual à “Ele”. Hoje, vejo, que é mais importante é a “Lógica” entre o “Fundamento” e o “Ritual”. Faça sua reflexão e julgue !? Desejo ser informado, porque sempre estou aprendendo ! Irei citar algumas “Obrigações” como “Rituais” e que para muitos é um “Fundamento”dentro de sua Linhagem.
>> INICIAÇÃO E INICIADO NO RITUAL DE BATUQUE << Antes de mais nada, procurei simplificar os conceitos de “iniciação”e de “iniciado”, para que, qualquer pessoa possa fazer o seu entendimento melhor do assunto, a seguir: “INICIAÇÃO” É a cerimônia de iniciar-se, de aprender os segredos dos “rituais”e “doutrinas” no “Batukàjé”(Batuque-RS.) e “fixar o Òrìsà pessoal em sua cabeça”, de entrar no mundo íntimo das “Divindades”. Chama-se também de “Feitura ou Obrigação de Cabeça”. “Feitura de Òrìsà” => As fezes são, e de nodo geral, as seguintes: Em primeiro lugar, devemos jogar os búzios e confirmar em outros lugares se realmente for necessário e também por vontade da pessoa, para determinar o Òrìsà de cabeça e outros; sempre realizado em primeiro lugar pelo “Feitor (a)”e prevalecendo nos búzios aos demais se for a jogar com outros “Feitores” (Bàbálòrìsàs ou Yálòrìsàs).
Ao entrar no “Ilé”, será tomada as seguintes providências: Será realizado os “banhos de rituais de folhas”, antes e durante a iniciação, bem como, as limpezas de corpo com àses de Òrìsàs. Com o objetivo principal, de preparar o centro nervoso do (s) candidato (s), antes de receberem os ensinamentos e se submeterem aos rituais iniciáticos, assim como, o sistema de doutrina e normas do Ilé. Depois à seguir: Aprendizado inicial; A manifestação do Òrìsà; Toda a preparação da Obrigação, como: utensílios sua montagem, cuidados a tomar após a Obrigação para dar seu seguimento, materiais utilizados na preparação de cada iniciado, ori epô, mel ou epô, etc...Depois é realizado o “sundìdé” o que significa: Em Yorùbá “sun”= escorreu, inundou; “dìdé”= macio; ou “di”= denso; “dé”= solto, livre, frouxo; é o ritual de sangue animal de 2 ou 4 pés, que é derramado sobre a cabeça e feita na cabeça do iniciante e também sobre os ombros e assim por diante, durante o ritual de iniciação no Batukàjé também chamado de Batuque-RS. O sangue, dando força vital às vibrações do Òrìsà e, auxilia sua penetração na cabeça “Ori”do iniciante que entra, assim, em íntimo contato com a “Divindade”. Sendo o maior veículo de ligação entre o homem e a natureza. Após, a “Feitura”, a romaria à praia de água doce, a uma encruzilhada e a uma Igreja. E logo após, continua o aprendizado dos “rituais”, “doutrinas”, assim como, as normas do Ilé (Casa de Religião). Está feita a “iniciação” do iniciante, dando alguns meses, jogando para se saber junto aos Òrisàs e à seu “Olóri (dono da cabeça) qual o o a seguir. Todo o “iniciante” sempre deve estar consultando através dos “búzios” e aprender a conversar com seu (s) Òrìsà (s). “INICIADO” É a pessoa que “fez o Òrìsà” ou “fez a cabeça => Òrìsà Olóri”. Que esteve de “Obrigação => chão” determinado tempo, e já aprendendo os rituais iniciais, etc... “recebendo” “sim”ou “não” seu Òrìsà e submetendo-se a determinadas cerimônias. Na África, Nigéria, o noviço, recém-iniciado, é chamado de “omontun” => criança que voltou outra vez. ando a fazer parte de uma nova família. Então, para o Ilé, a pessoa é itido à iniciação, ao conhecimento das coisas ocultas, isto sim, é obrigação do “Feitor (a)”, aquém lhe confiou a cabeça. >> GUIAS DOS ÒRÌSÀS <<
Hoje; as guias indicam a hierarquia, proteção e a identificação do Òrìsà . As cores das guias variam conforme a “Linhagem”. Considerando que todo o “Filho de Òrìsà, obrigatoriamente há de possuir três, quatro ou até cinco espécies de guias, que são as de Òòsààlà, as do Òrìsà Olóri (dono da cabeça, Òrìsà recebido no ato da concepção, muitos chamam de Anjo-deGuarda, devido ao sincretismo Católico) e as guias dos Eléèdas (Òrìsàs adjuntos recebidos por ocasião do nascimento, bem como, o Òrìsà que governa o ano de seu nascimento, embora estamos vivendo em um calendário gregoriano; não podemos deixar de fora esse Òrìsà, porque o mesmo queira ou não irá ter uma influência
astrológica sobre o ser humano; muitos não relevam está situação outros sim). Como também a guia para Óbara ( corrente). Porque, tudo têm início e têm um fim, fechamento da Obrigação (Óbara/ Òòsààlà). O fundamento desta cerimônia ritualística assentá-se na teoria da participação mística. E por essa teoria, e só por ela, que nos pomos em contato com as linhas de força, caminho exclusivo por onde desde a “influência mística”, o verdadeiro àse do Òrìsà . A “teoria da participação mística”exige que se estabeleça uma permanente relação entre o Òrìsà (Olóri) , Otá (pedra sagrada) e Guia ( guia e não colar, a mesma, tem que ultraar o ponto vital de uma pessoa, ou seja, o “umbigo”). Como a cabeça é a residência, a morada do Òrìsà, fundem-se os dois primeiros elementos para construir um só, a cabeça. Isto posto teremos por diante o “Trinômio Olóri- OtáGuia”. Estabelecida a linha de participação mística por via da relação que antes foi exposta, o ejè (sangue de animais) obtido com o sacrifício dos bichos, de dois ou quatro pés, é a liga, o fixador exclusivo do àse do Òrìsà que desce pelas aludidas linhas de participação. Não podem ser tocadas por pessoas estranha, e quem esteja de corpo sujo de relações sexuais ou menstruadas; sob pena de um grande desastre na Obrigação. São usadas nas grandes cerimônias do Ritual. A cerimônia importante é no cuidado de sua fabricação e a lavagem das guias dos Òrìsàs. Após sua construção mística, tem que ar pela inicial purificação, com sabão da Costa, Ori-epò e omíeró, tem Linhagens que se utilizam de ervas e ejè, que se chama de “Abò”. De véspera, já purificadas as guias, colares, anéis, aliança, jóias e outros utensílios pessoais, ficam no Otá do Òrìsà do Filho. É indispensável que, pelo menos, fiquem essas guias e utensílios no Otá durante duas noites inteira. Isto é feito e colocado cada guia e utensílio sobre Otá (Òrìsà) correspondente a guia e objetos de seu uso pessoal. Assim era feito antigamente, hoje vejo colocar na hora, para uns tudo bem já para outros não !
Observação : As guias especiais e objetos pessoais purificados, também são usados por quem não têm Obrigação de Òrìsàs no Culto Afro-Brasileira, essas guias especiais, normalmente, são guias feitas e entregue ao Òrìsà principal do Ilé (Casa) e depois ado para uso dos “Omorìsàs” (pessoas adeptas e votada ao Cultos dos Òrìsàs). Mas só se pode usá-las depois que forem devidamente preparadas pelo Feitor (a) do Ilé, sem que não funcionam misticamente, ando a serem, apenas, uma guia ou colar profano, sem nenhuma vinculação ao Òrìsà, o qual almeja proteção. Mas, dentro do Ritual, temos uma Guia totalmente especial, chama-se de “Ààjà-Áábá”, está dá o direito de qualquer pessoas crua no Ritual, quando usá-la tem os mesmos direitos de uma pessoa com Obrigação assentada. Quando, as mesmas, são feitas nas ervas. A cada ano que a, se faz nas guias, a limpeza e purificação com amáãsi ou abò; observação : O amáãsi é de uso geral, já o abò são para guias individuais do Òrìsà (Olóri) de cada pessoa . Assim era feito, antigamente, na Linhagem de Oyó da Zona Sul do Estado-RS., quando eu era
menino, até mesmo nos “ojás trançados” (pano trançados na cor dos Òrìsàs, e enfeitados com búzios e em alguns guizos). Conforme sua utilização no corpo da pessoa dava a graduação no Culto da Linhagem no Oyó. A cerimônia é muito interessante, e a sua finalidade ritualística é livrar através das mesmas, as influências malignas, inveja, ciúmes, olho grande (Ojú-Kòkòrò); já (Ojú-Buruku = olho do inimigo) que receberam no decorrer do ano. No dia marcado, realiza-se a entrega das guias e jóias, feita pelo Feitor (a) , após serem defumadas com ervas e com defumador de cada Òrìsà, dono da guia e utensílios de uso pessoal. Hoje, tenho visto, várias pessoas se utilizando de contas de plásticos, na fabricação de guias, sinceramente, não vejo neste material, o uso para qualquer cerimônia dentro do Rito. Mas, como hoje tudo é moderno, eu já vi Òrìsàs comerem em bacias de plásticos e serem assentados, nada posso dizer, se não, que essas pessoas façam bom uso !? >> RITUAIS – ANTIGAMENTE E HOJE << Os africanos, vindos para o trabalho forçado e também para colonização de nosso País, trouxeram consigo a sua religião que é “professada” até nos dias de hoje pelos afro-descendentes. Aqui no Brasil, ganharam outros adeptos e abraçaram o “Culto Religioso Africano”, sendo comum na prática do credo, brancos, mulatos e além dos pretos. A religião africana tomou vários nomes em nosso País, como: Kandombe (Candomblé); Batukàjé (Batuque ou Toque), etc...E é professada por meio de evocações aos Òrìsàs e Voduns. Conforme a determinação do Òrúnmàlé, as divindades baixam e atuam sobre os filhos de Òrìsàs ou Voduns. Também pode baixar em pessoas não iniciadas, sendo indiferente o sexo a atuar. É um privilégio sagrado. Na prática da religião africana os seus adeptos se reúnem em bàsá (salões) ou abàssá (barracão). Evocam as divindades por meio de cânticos (orins) e de instrumentos apropriados. Em toda a “Casa de Religião”, existe um certo horário para o cumprimento dos rituais de obrigações, destinadas aos Òrìsàs e Voduns. “Antigamente”: Em primeiro lugar tenho a dizer que poucas Cidades do interior do Estado-RS., possuíam energia elétrica após 21.00 horas, isto já, no final da década de 1950. E sempre que assisti os rituais africanistas, bem como, umbandistas em minha Cidade de origem, eram ao entardecer e no máximo duravam até 20.30 horas. Com a minha vinda para Porto Alegre, no final dos anos 60, também tive a oportunidade de ver e participar de “Ebós”iniciando no final da tarde e no máximo duravam até às 23.00 horas. Já em minha Cidade, o início dos sacrifícios de animais, começava-se ao clarear do dia, durante à manhã se realizava as limpezas dos mesmos e sua preparação, já na parte da tarde ficava reservado para enfeitar o bàsá (salão), etc...bem como, realizava-se todas as seguranças que é de praxe, inclusive a oferenda à Exu, para
não perturbar o bom andamento do “Ritual”, isto tudo feito durante o dia e com muito silêncio e disfarce, porque: Naquela época realizávamos as seguranças contra a polícia; e o ritual, era tudo realizado com as portas e janelas fechadas e muitas vezes se colocava um Alá ou tolha branca por cima do ilú (tambor) para abafar o som, porque senão iam tudo preso, a perseguição era na verdade muito grande, mas também a fé era grande, e vem sobre vivendo para alguns até os dias de hoje, já para outros só existe o interesse comercial e financeiro, o que isto, não existia na época. Muitos estão deturpando o ritual com novos horários (1/2 da noite); alegam que é problemas de condução (ônibus), outros querem dizer, que os escravos realizavam na calada da noite seus rituais, isto é uma enorme mentira! Porque, o negros escravos só conheciam a luz do sol e a noite a do fogo para se aquecer nas senzalas e ficavam todos acorrentados e cadeados. Mesmo, após abolição, os negros levaram muitos anos para poderem organizarem seus rituais, e mesmo assim eram perseguidos. Hoje! Tudo é glamour! Competição! Interesse financeiros e no amor! Fé e respeito aos Òrìsàs e Voduns, será que existe nos dias de hoje? Com certeza, esse povo de hoje, não teve doutrina, eles nem sabem o que são horas “abertas e fechadas” em qualquer “Ritual”. Os cortes que se fazia e se realiza até os dias de hoje e na calada da noite e para “Exus Kiumbas ou Magia Negra”, mas, não para Òrìsàs! Há maior prova que dou, é a do sacrifício (corte) do peixe, que por enquanto continua sendo, o seu sacrifício, ao clarear do dia; daqui uns dias à mais, vai ser à ½ noite, tá bom! Advirto! Òrìsàs são da “Luz”, das “Trevas” são Exus de Eguns que andam por aí! E são donos de todos os vícios do homem. Exu, é mais fácil praticar um ato indigno, do que fazer uma caridade, cuidado com esse povo! Assim diz um provérbio: “O teu destino está em tuas próprias mãos. Acercate dos bons elementos e nada sofrerás. O mal que praticares voltará para ti, pela lei do “retorno”, que nada mais representa do que o julgamento dos teus próprios atos. É verdade, antigamente, existia pessoas com muita fé, respeito e dedicação ao “Culto Religioso” e ao seu “Feitor (a)” e união de seus adeptos para com a “Casa”, a qual pertenciam, onde foram iniciados e feitos no Ritual Afro-Brasileira. “Hoje” = Quem realmente quebrou esse vínculo, foram os Feitores ou seus adeptos, filhos de Òrìsàs? Vamos tentar analisar esses fatos, até quando as pessoas tem direitos e obrigações: Vamos iniciar pelo Àse ; eu sempre ouvi dizer que Àse sê dá, não se vende! Agora, dava-se somente para quem merecia e que os próprios “Búzios e Òrìsàs” indicavam. O iniciado deveria adquirir todos os utensílios e animais muitas vezes através de seu suor, bem como, o pagamento de todas as despesas da Casa, cozinheiros, tamboreiros, etc...isso poderia ser individual ou coletivo e ratiado entre todos. Hoje, já não fazem mais o ritual de antigamente, basta a pessoa se mostrar interessada a pertencer a Casa, já pegam qualquer pedra e dizem que serve ao seu Òrìsà (s), não tendo o cuidado de ver se aquele okutá, realmente é o seu Otá! O que acontece na maioria das vezes é a preocupação do lado financeiro, fazer o quanto antes, se não o iniciado pode desistir ou ir para outra Casa, e certos Feitores ficam com medo de perder o dinheiro, esses são os verdadeiros vendedores de Àse, muitas vezes, nem se importando com a obrigação e nem tão pouco, com o ser
humano. Daí começa a nascer os cosmopolitas, andarilhos (conhecidos também por “asigbò”, - pessoas que se deslocam para vários lugares e não se fixando) . Com certeza, em breve, irá surgir um “título” para determinados “Feitores”, ou seja, de “Asogbá”( consertador de cabaças ou cabeças quebradas). Com relação aos filhos de Òrìsàs, agem no toma lá dá cá, e muitas vezes, você nem fez ainda e já querem obter os resultados e em outras, não querem ter paciência, desejam o resultado imediato. Já trocam de Casa, é lamentável, que tem Feitores que aceitam essas pessoas, sem primeiro consultar a sua origem; fica num sai e entra, e o otário pagando a todos! Antigamente, era muito difícil um Feitor (a) aceitar uma pessoa de outra Casa. Hoje, o que tem de otário por aí! E também o que tem de falsos Feitores! Vamos ver o que vai dar no futuro!? >> TAMBORES – RÍTMOS << “TAMBORES”: “Atabaque”= Sua origem vem do “Persa” => tablak = tambor. São tambores altos e estreitos, afunilados, de um só couro, usados nos cultos de Candomblés. São três os tamanhos em ordem decrescente: Rum; Rumpi (ou contra-Rum) e Lê, a altura variando entre 50cm e 1m aproximadamente, havendo, porém Runs de mais de 2m. Cada barracão tem um ou vários de cada tamanho. A tensão da pele, no Candomblés de “Keto e Jèje, é obtida com cavilhas metidas no corpo do tambor e este são tocados com varetas (oguidavis = varetas de goiabeira, tamarindeiro ou cipó duro, 25 a 30cm, com que são batidos os atabaques nos rituais Keto, Ijexá e Jèje, embora as duas últimas batam alguns ritmos com as mãos, da mesma forma que o Angola, no Candomblés de caboclos. Os Oguidavis também são ditos “aguidavis” e “aquidavis”; são um pouco recurvados numa das pontas). “Ilùs”= Nome dado ao verdadeiro tambor de origem africana. Denominação dado pelo povo africano aos tambores de dois couros, presos por cordas. Mantido até os dias de hoje no Estado-RS. , a origem e o fundamento do povo africano, bem como, os “rituais”, aqui neste Estado, não existe “embuste” prova está que temos o “Emissò Kássum” para julgar todos os “rituais” inclusive o próprio “Feitor (a)”; se foi “aprovado” ou “reprovado” pelos Òrìsàs as “Obrigações” realizadas. “TIPOS DE TAMBORES AFRICANOS” “MONDO” = É um instrumento de percussão e de comunicação, feito de um tronco de coqueiro, normalmente, e oco e com algumas perfurações laterais por onde sai o som e as chamadas é feita através de paus, batendo no tronco. Ouve-se à grandes distâncias; tocado pelo menos duas vezes ao dia, ao alvorecer e ao entardecer. “TAM – TAM”= É um instrumento de origem “angolano”. É um tambor formado por tronco cavado trepado numa das suas extremidades por pele curtida de antílope, ou mesmo humano como em certos tambores de guerra. O “Tam-Tam” ou “Gunga”,
ou “Ximfulo”” , toca-se com as palmas das mãos, e forma-o , baixo. É um instrumento de grande poder de “evocação”. “NDUNGA” e “NDEMBO” = Tambores de origem de Angola mas, muito utilizados na Linhagem de Nagò-Vodú, inclusive em nosso Estado-RS pelas Linhagens que se intitulam de Jèje puro!? Sua feitura é igual a dos “Ilùs”só que em miniatura, ou seja, não ultraam aos 30cm. Tocados com “oguidavis”, que na verdade “não” é da Linhagem de Jèje e “sim” Angolano. E que aqui em nosso Estado-RS, o povo que se diz de Jèje, faz um grande “glamour” com relação aos dois tambores. Não devemos embiocar a verdade! “BÀTA”= É um tambor de duas membranas, distendidas por cordas, que é usado no cólon ou sobre as pernas do tocador e batido dos dois lados. Em nosso Estado é chamado de “inhã”, possuindo uma forma diferente, ou seja, de um lado a boca é maior e de outro é menor. Seu tocador é chamado de “olubatá”. Na África, e aqui em nosso Estado-RS. é usado ao jubilado Sòngó e também para Oya e Egungun . “BÀYÁÀ KOTO”= É um grande tambor de tronco de árvore, escavado a fogo, usado antigamente pelos escravos e negros-descententes em algumas cerimônias religiosas. Usado por uma sociedade secreta “Gèlèdè”. Onde os espíritos aparecem em ocasiões festivas. Assim como outros instrumentos de percussão utilizados em nosso meio, uns já obsoleto, e que servem para sublinhar os ritmos particulares de cada divindade chamada. “AGOGO”= O significado em português é sinos. Instrumento ritmador de metal. Consta, geralmente, de duas campânulas de diferentes tamanhos (dando sons diferentes), em forma de cilindro achatado ou sextavado, unidas por um arco em U. Batida com uma vareta de metal. É difundido em toda a extensão da África Negra. Entre os povos Bantus e se chama “Ngonge”. “GÃ ou ÓGÃ; já em “Ewe”= “GANVIKPAN” = Instrumento musical de metal, campânula única de ferro com cabo, batida com uma vareta de ferro para marcar o ritmo. “SÉRÉE” = instrumento musical usado para Sòngó. Pode ser feita de duas maneiras: a) Com um porongo especial, de pescoço longo, cheio de pedrinhas ou deixar a própria semente. Agitado, o instrumento produz um ruído chocalhante. b) Também podemos fazer em um bambu 1m. de comprimento e tirar por dentro todos os nós e numa das pontas colocar um tampão do próprio bambu, colocar dentro pedrinhas. Muito usado na Zona Sul do Estado-RS. (Batukàjé). “SEKÈRÈ” = Também conhecido por tambor de porongo(cabaça), é feito com uma rede de búzios. É um porongo coberto com uma rede frouxa de fios, enfiados com búzios. Obs.: De um lado segura-se o cabo e do outro as pontas dos fios saídos da
malha de fios (cordão). Com movimento de vai-e –vem, contrário, das duas mãos, obtém-se um barulho ressonante. Esse instrumento ainda é muito usado na África – Linhagem Nagò. “SÈRÉRÉ”= É um chocalho, também para Sòngó, inteiramente de metal.Existe três formas: Dois cones presos pela base, com um cabo (alguns pintados de branco e vermelho, outros sem pintura); espécie de pandeiro duplo, com cabo e sem rodinhas ressonantes; dois cilindros unidos por um tubo. Esses tipos são agora muitíssimo raro em cultos religiosos. Conheci este instrumento em Pelotas há muitos anos atrás, nunca mais assisti e vi em festas religiosas e nem sei ainda existe.(Batukàjé). “SORORO” = Sineta com três campânulas, usada para chamar os Òrìsàs. ÀÀJA (adjá) = Pequena sineta de metal, usada para diversas cerimônias. Uma de suas funções, discretamente tocada pelo Feitor (a) ao pé do ouvido de um iniciante, chamar o seu Òrìsà, e para que o mesmo, à entrar em transe, ou mantê-lo por mais tempo. RÉKO-RÉKO= Instrumento musical feito, com bambu. Tendo um comprimento de 40cm, numa das partes são realizados entalhes no próprio bambu e, com outro pauzinho é esfregado em cima dos entalhes, formando um barulho. Seu tocador tem que acompanhar o ritmo do Ilú. Muito usado nos rituais do interior do Estado-RS. (Batukàjé). Hoje, utilizados em escolas de samba, em metal. “TÁKO – TÁKO”= Instrumento musical, feito com bambu. Tendo um comprimento de três nós do bambu e ocos por dentro, outro feito da mesma maneira só que menor. Batido um no outro no rítmo do Ilú. (Batukàjé). “RÍTMOS” Os ritmos para Òrìsàs, são muitos e um estudo aprofundado ainda não foi feito, ou seja, a padronização à todos os Cultos. Citamos alguns: ALUJÁ: Rítmo tocado para Sòngó e Oya. TONIBORÉ: Rítmo reservado à Sòngó. ABATÁ: Rítmo tocado para Òsún; Nanã e Yemonja. AGÈRÉ: Rítmo tocado à Ode e Òtin. AGUERÈ: Rítmo tocado para Oya e serve também à Ode – Òtin. OPANIJÉ: Rítmo tocado para Xapanã/ Sakpata. GUERÈ: AVANIA e IJIKA: Rítmo tocado à todos os Òrìsàs. ADARRUM: Rítmo tocado para todos Òrìsàs, rítmo da Linhagem Jèje de grande intensidade, ao qual seus adeptos, ficam raramente indiferentes e que provoca quase automaticamente o transe em seus adeptos. EGÓ: Rítmo tocado para Oya, no Ygballé, para Ará = habitante; Orún = céus
(mundo do além). É lamentável, hoje, tem certos “aláagbès” (alabê), se o Òrìsà no mundo pedir pelo rítmo, muitos deles, não sabem tocar, o que o Òrisà solicitou, que antigamente, os mesmos, sabiam executar à solicitação. Observação: Depois do “Feitor (a), sem dúvida, o “Aláagbè” é a pessoa de maior importância, porque cabe à ele o êxito de tudo que foi realizado, anteriormente. Na formação de Aláagbès; só pode dar àse quem tem àse para o Ilú. Caso contrário não!
>> O SIGNIFICADO DE CADA OBRIGAÇÃO << CONCEITO: Como sabemos, cada “rito”de obrigação tem o seu significado, vêm de época muito longe ou de um ado distantíssimo, tendo como seu fundador “Noé”, e que os filhos de “Kam” conservaram até os dias de hoje. O maior testemunho que possuímos está descrito no próprio “Livro Sagrado”, a “Bíblia”. Foi no “Livro Sagrado” que nos deram os animais à ser ofertados aos Òrìsàs. No Brasil, para elucidar melhor em nosso Estado-RS., quero deixar claro, que os primeiros descendentes de Kam (negros) ao chegarem em nosso Estado, entraram pelo Porto de Rio Grande, sendo as principais “Linhagens de origem Nagô e Bantu”, e os mesmos, eram destinados em primeiro lugar para as “charqueadas”, sendo a principal na época a do “Coronel Pedro Osório”, bem como, contribuindo na pecuária e na agricultura. Os “Negros” se estenderam por toda a costa ou fronteira do Uruguai, dando ao nosso Estado uma grande contribuição, tanto econômico como cultural (Cultura Religiosa) e de gastronomia se utilizando da culinária africana. Pois, foi em nosso Estado, que foi acenado ao País os primeiros movimentos da libertação do “Negro”, através da “Guerra dos Farrapos” em 1835, onde após guerra em 1845 os “lanceiros negros”, por mérito, conquistaram a sua liberdade. Muitos emigraram para o centro do Estado (Capital) outros foram para o Uruguai. Muitos, Rituais e Obrigações se perderam no decorrer dos anos ! Como sabemos, existem vários “Rituais de Obrigações” à Òrìsàs, Voduns em nosso Afro-Brasileira. Quero deixar claro, que nem todas as Linhagens realizam certos tipos de “Rituais”, outras nem divulgam sua origem de realização, outras nem sabem porque fazem, com certeza, cada “Ritual de Obrigação” existe sua diferença, cito algumas, podem ser: a) DE HOMENAGEM = É a que se realiza sem nenhuma outra preocupação; nada se pede, nada se pleiteia. É de agrado, que se oferece ao Òrìsà ou aos Òrìsàs existentes no Ilé, bem como, o Òrìsà do Feitor (a). b) DE AGRADECIMENTO = É a que se arria por “gratidão” ao Òrìsà em razão do que se recebeu, saúde; vitória em uma demanda; na consagração de uma união;
vitória na justiça, etc... c) DE PEDIDO, SÚPLICA = É a que se arria para suplicar, para se pedir um determinado benefício, normalmente, a um Òrìsà ou à todos. Em caso de saúde; demanda, justiça; mudanças; união; amizades; a permanência de um filho de Òrìsà ou de sangue, etc... d) DE PERPETUAÇÃO DO BEM QUE SE RECEBEU = É a que se arria para pedir que a graça que recebeu continue, se prolongue; saúde; bem imóvel; dinheiro; clientes; amor, etc... e) DE VOTIVA = É a que se arria em cumprimento de promessa anterior, é o pagamento de promessa. Por tudo que você almejou e conquistou. f) PARA ÒRÌSÀ= É quando realizamos o nosso Ritual de Obrigação ao nosso Òrìsà de cabeça ( Olóri) e juntamente com o Òrìsà auxiliar (Eléèdá), em razão do compromisso que assumimos com os mesmos, normalmente, realizamos essa promessa por ocasião de nossa “feitura”. São “Rituais de Obrigações” que periodicamente tem que ser “reforçada” ou “reformadas”. Conforme o compromisso assumido, elas podem ser realizadas: As de ano em ano; as sete anos e assim por diante. Isto tem haver muito com a situação financeira e de saúde de cada um, não prometa o que você não possa cumprir. g) DE ÓBORI = (FEITURA DE CABEÇA)= É um “Ritual”que os antigos realizavam em pleno “silêncio”, sem convites, sem festas, devemos evitar visitas estranhas à pessoa (s) de “Obrigação”. Na cabeça é que mora o segredo (eró) de cada pessoa e de seu Òrìsà, é nesta hora, que realizamos nossos pedidos, meditações e assumimos compromissos com o Òrìsà Olóri. Não é compatível realizarmos festas, agitações e com pessoas totalmente estranhas ao “Ritual” hora feito. Quanto mais silêncio houver melhor, não esqueça que sua cabeça está arriada. Após alguns dias ( até 32 dias), conforme as condições financeira da pessoa, então sim, se realiza uma festa, com muito doce, frutas e uma frente (comidas) à todos os Òrìsàs (ossés ou jinjé = alimentos secos), para que, seu Òrìsà Olóri e todos e a lhe ajudar em tudo que almeja. h) DE DEMANDA (GUERRA) = Não é desejo meu dar luz à quem não tem. Este “Ritual”, outrora, muito realizado na Zona Sul do Estado-RS. (Pelotas/ Cerrito, Via Freire – Dist. de Pedro Osório, etc...). Realizada com muito sigilo, principalmente, nas Linhagens de origem do Oyó, veja, não quero dizer que outras Linhagens não realizavam esse Ritual ou parecido. Este “Ritual”, era realizado com uma quartinha e um quatro pés, de acordo com a cabeça do inimigo ou para Xapanã; descarregada a quartinha, durante o “Ebó”, no meio do “orin” de Xapanã, sai junto com èkò kò omí e a quartinha sendo plantada em lugar sigiloso e por três pessoas de confiança. Desejo salientar, que para esse tipo de festa são convidados Bàbálòrìsàs e Yálòrìsàs de grandes fundamentos e que inconscientemente irão ajudar afundar o seu inimigo, e se possível convida-se o próprio inimigo para participar do “Ebó”. Por esses
motivos é que devemos exigir que especifique no convite, o tipo de festa ( Ebó) que estamos realizando, porque, senão estamos indo como nem gato em saco. i) DO ASSUMY, ODUM ou ÀIYÉ = É o nome dado ao “Ritual” festivo, anual, consagrado ao Òrìsà que governa o ano, pois, como na astrologia os meses, dias e anos estão sob o governo de um o mais de um Òrìsà. Embora, muitos andam dizendo que na África a semana é só de quatro dias e que não tem nada haver com o nosso calendário gregoriano, os Òrìsàs, que vieram para o nosso País tiveram que se adaptar ao nosso clima, frutas, aves e animais de quatro pés, assim como, o nosso calendário, caso contrário, eles que vão viver na África! Muito poucos “Feitores”, realizam este “Ritual”; os que sabem realizam, mas, os que não sabem, um dia até poderão realizar, trata-se de um excelente agrado. j) RITUAIS EDUCATIVOS= Como o próprio nome já diz. É um “Ritual”que se realiza internamente no Ilé. Os objetivos principais é de ar conhecimentos à todos filhos de Òrìsàs do Ilé. Devemos arriar uma “frente seca” (ossés ou jinjé = comidas, alimentos; frutas; doces; aluá-atã; flores, etc...), o èkò kò omí de cada Òrìsà de Óbara à Òòsààlà, tudo feito anteriormente pelos filhos de Òrìsàs do Ilé. Ainda podemos citar : Como realizar o “adobá” ( ato de se estender ao chão ou no solo e de cumprimentar com a cabeça corretamente aos Òrisàs), como saber solicitar e tirar “agô”(port.) em yorùbá é “àgò”(licença) contração “yàgo” ( saudação, dê-me permissão = usado para entrar em algum lugar) cuja a resposta é “àgò ó yà o” = entre; ou “ àgò ieki = licença concedida. Saber da importância do “Alágbè de Ilu” no “Ritual”; para todos os “omorìsàs”=> filhos de Òrìsàs e adeptos à “Religião” aprenderem os “orins” => cânticos de apelação aos Òrìsàs ( orin=> canção em yorùbá), em português rezas; ritmos, dançarem o “sirè” à Òrìsàs. Saber realizar uma chegada de Òrìsà e como saber despachar o mesmo, porque existe diferença de um para outro. Tenho visto e ouvido uma palavra em yorùbá ser pronunciada totalmente errada: “anáréu” quando estão despachando um Òrìsà, o certo é dizer: “oná ri rè” => cuja a significação => é vá em paz! Se quiser completar diga assim: “oná ri rè, Òrìsà lá assiò”=> “vá em paz! Que Deus lhe acompanhe!” “Hoje, devido ao custo que os alágbès cobram para tirar uma festa, mesmo sendo interna, impossibilita à qualquer Feitor (a) à realizarem “Festa Educativas”. O que antigamente, “eles” tocavam, simplesmente, pelo àse recolhido dos “omorìsàs”, para melhor elucidar hoje, virou profissão! Se o Feitor (a) não possuir alágbè dentro do Ilé se vê sem condições de realizar tais festas, e quem perde com isso é a Religião!” Sei de muitas Casas de Religião que já estão adotando o sistema de “C D”, porque não! Está tudo moderno hoje! Já estão fazendo àkàràijé sem ser na pedra de mó! >> O RITUAL DAS CABEÇAS DOS 4 PÉS << O que me permitiu ver e acompanhar o “Ritual das Cabeças dos 4 Pés”. E de estudos e pesquisas, quero que saiba e esteja informado sobre a origem desta cerimônia. A origem deste “Rito” é da “Linhagem de Oyó - Nagò”. Que antigamente na Zona Sul do Estado, bem como, ainda nos dias de hoje, existe a prática desta cerimônia
ritualística. Já em nossa “Comunidade Africanista da Grande Porto Alegre”, é um ritual muito raro hoje, são poucas as Casas de Religiões e de Bàbálòrìsàs e Yálòrìsàs, que praticam juntamente com seus “Filhos de Òrìsàs” ainda este Ritual . No dia da “Levantação da Obrigação”, pela manhã bem cedo, o Feito (a) coloca seus “Filhos”que já possuem feitura de 4 pés no salão; realiza a chamada da levantação e, fazendo seus pedidos aos Òrìsàs. Sendo a primeira Obrigação a levantar-se é a do Óbara. O Feitor (a) realiza uma sinalização a cima da cabeça do 4 pés, e levanta a mesma, e neste momento, chega todos os Òrìsàs Óbaras do Ilé, para realizarem o “Rito”, o Òrìsà ajoelha-se em frente ao Feitor (a), e o mesmo, coloca a “cabeça do 4 pés” em sua boca, sendo que, o Òrìsà não pode colocar as mãos na cabeça do 4 pés, afirmando somente nos dentes, “Ele”vai até a porta de entrada do “Templo” e realiza a sua “Obrigação” e depois faz a volta completa no salão, e logo após, entregando-a ao Feitor (a), sendo colocada a cabeça do 4 pés em uma bacia, caso não haja outros Óbaras no mundo; se houver, quantos tiverem irão realizar a “Obrigação”. Assim é feito o ritual até a “Obrigação de Òòsààlà”, para depois, colocar definitivamente na bacia e levar para a cozinha, e em seu preparo existe um “Eró”, cabe ao cozinheiro (a) saber! Depois de preparado é servido a todos que possuem feitura de 4 pés do Ilé. “Será que no Kandombe é feito este Ritual?! Este Ritual caboclo não faz, não é verdade! Com certeza, este “Ritual” é um grande agrado aos verdadeiros Òrìsàs e não aos caboclos. Sendo já uma confirmação de todos os Òrìsàs existentes no Ilé. É um “Rito”de muita ciência e de “Grande Fundamento”. “Falo do que vi, digo o que penso, sempre pronto a ir adiante em defesa das Linhagens existentes no Estado do Rio Grande do Sul, devemos mudar e expor os Rituais existentes em nosso Estado, para no futuro “outros” não possam obliterar nossos Rituais e Fundamento”. Alá!... Òrunmalé
Gá-jú-lò
!
“Rituais
e
Fundamento
Alá!... RS”.
Abá!... Abá!... >> O RITUAL DA MESA DE INOCENTES (IBEIJE) << É a única Religião, que tem um “Ritual” consagrado especialmente às crianças. O Ibeijes (Nagò) ou Hòhò (Jèje), presidem todo ato intelectual, a renovação, elevação pessoal e de ambientes. Se realiza oferendas (doces, brinquedos, etc...) para se obter sucessos em assuntos de saúde, questões de intelecto, processos no Foro, despacho de papeis, quebra de demandas e atração de novos adeptos. Excitem, vários “Rituais” de mesa de Ibeije, podem ser: Em homenagem, agradecimento, pedidos, votivas, de misericórdia (saúde, demanda, etc...) e também para “Levantar uma Obrigação de 4 Pés”/ “Ebó”. No entendimento de muitos, cada um tem sua maneira diferente de ser realizada e seus objetivos à ser alcançados. As mesas de Ibeije, sempre são compostas de seis, doze ou vinte e quatro crianças, na idade máxima até os doze anos; entre as crianças poderemos incluir o “Feitor (a)
do Ilé, mulheres grávidas, que devem sempre participar da mesa. Quero ressaltar que, “Mesa de Ibeije” não é festa de aniversário, tem um “Ritual”à ser cumprido, devemos servir as crianças sempre no sentido anti-horário, servindo pelo lado esquerdo das crianças e para retirar os pratinhos, se tira pelo lado direito das crianças sem ar, os mesmos, por cima da cabeça dos inocentes, devendo completar a volta na “Mesa de Ibeije”, sempre no sentido anti-horário, e depositar dentro do “Peji” os restos de salgados e de doces, bem como, tudo o que sobrou da “Mesa”. Dependendo do “Ritual”, sendo em sua maioria, plantado toda a sobra da “Obrigação”no pátio (Ilè) do Ilé (casa). Em outros casos, são despachado em praças públicas, praias de água doce e até mesmo dentro d’água, conforme a “Obrigação”e qual o seu objetivo ! Devo também elucidar que todos os “ossés ou jinjé”(comidas), (frias e não quente !) à ser servidos na “Mesa de Ibeije”, antes devem serem arriadas dentro do “Peji”, para depois serem colocadas na “Mesa”, porque tudo, tem que ar pelos olhos dos Òrìsàs, e os mesmos, tem que dar seu Àse, concorda ! Mas, o que vejo por aí, tudo sai da cozinha, as vezes até quente, bem como, os restos retornam à cozinha; gente! “Mesa de Ibeije” não é piquenique! Porque desta maneira os Òrìsàs são ignorados, então é melhor nem fazer!? A mesa de Ibeije é de Agonjú, mas as crianças são servidas pelos filhos Òsúns e Oyás, e quem também, serve o mel na boca das crianças, e quem d’água é o Feitor (a) mas, quem lava as mãos das crianças são os filhos de Yemonjá e quem seca as mãos são os filhos de Òòsààlàs ou os próprios Òrìsàs. Os brinquedos, são dados, logo após, na porta do “Peji” pelo Feitor (a) ou pelos filhos do Ilé ou pelos Òrìsàs presentes. Todo Ilé tem o seu “Ritual”, com todo o respeito aos demais, em meu Ilé é servido os “ossés ou jinjé” de “Agonjú e Òsún”, porque na verdade são os donos da “Mesa de Ibeije”, então, temos que servir as suas principais comidas, bem como, as dos demais Òrìsàs, são as seguintes: Àmàlà de frango desfiado com caruru ou espinafre ou quiabo e mais olubó; Amió ( frango desfiado e refogado com camarão e acompanhado com olubó = pirão); Xinxim de galinha desfiada. Sendo que, o “àmàlà e o xinxim” são servidos um do lado do outro, já o amió é separado. Em determinada “Mesa de Ibeije” e com objetivos especiais, são colocado todos os “ossés ou jinjé” de todo “Òrúnmalé”, ou seja, de Óbara até Òòsààlà. Já em outros casos especiais, ou seja, uma “Mesa de Misericórdia” ( saúde), se serve uma “canja de galinha, o peito desfiado”e insosso e o resto desta, “canja”, é despachado em água corrente de rio. É uma “Mesa”que se realiza fora de qualquer Ebó (festa), pode ser realizada conforme a necessidade, principalmente, para saúde .
Observação : É importante saber que , esta “canja”não é e nem deve ser apresentada aos Òrìsàs no “Peji”, bem como, os restos da “Mesa” não irão para dentro do “Peji”; deixa-se na porta de saída do “Templo”, para no momento certo ser despachada. Porque ? Se “canja” fosse “ossé ou jinjé” (comida) de Òrìsà, então seria “ossé ou jinjé” de frente para Òrìsà . Porque, que esse povo, que serve canja em “Mesa de Ibeije”, não faz
um prato ou uma gamela, bem bonito, e coloca dentro do “Pejí” como para frente de Òrìsà ! Porque canja é um àse especial e só para determinadas ocasiões. Filho meu ou neto, não deixo entrar ou sentar em “Mesa de Ibeije” se fôr servido “canja”, porque carrega toda a carga da Casa (Ilé). Pois, você deve fazer uma reflexão! Afinal, qual é ossé de Agonju o Àmàlà ou canja? Qual é o ossé de Òsún, canja ou Xinxim de galinha, Omólòkum ou canjica? Dentro da “Religião Africana” tudo tem que ter uma “lógica”, caso contrário, não faz parte do “Fundamento”e nem dos “Rituais”.
>> RITUAL DA MESA DO PEIXE << Este “Ritual” tive a oportunidade de assistir no Ilé da “saudosa”Mãe Joana de Xapanã, filha de Òrìsà de Mãe Andreza de Òsún, “Linhagem de Oyó”. Esta “Mesa” se realiza na sexta-feira Santa, da seguinte maneira: Em primeiro lugar, Mãe Joana convocava todos seus filhos de Òrìsàs, para esse rito e sempre dizia: Quem fosse filho de Xapanã era obrigatório realizar essa cerimônia, que consiste em: Na sexta-feira Santa pela manhã, “Ela”estendia um pano branco (toalha) ou até mesmo um Alá no meio de salão (bàsá) e colocava sobre o pano, no centro um alguidar cheio de peixes fritos ( era alternado um ano era peixe em outro podia ser bolinhos de peixe, feitos com farinha, ovos e tempero verde e fritos), em outro com pão e ao lado uma jarra de vinho, uma vela branca acesa. E na entrada do “Templo” havia duas bacias uma com cinza e outra com vinho tinto suave. Todos que chegavam em sua Casa (Ilé), primeiro avam as mãos na cinza e depois lavavam as mãos no vinho, secando com uma toalha branca as mãos. Depois de terem realizado a “Obrigação”de lavar as mãos entravam para o salão e sentavam-se ao chão na borda da toalha, e a velha, Mãe Joana, servia um a um em um prato, um peixe, fatia de pão e um copo de vinho. As pessoas só levantavam da “Mesa” após a última pessoa ter terminado de comer. Este “Ritual” é realizado com muito silêncio e concentração, a “Velha” sempre pedindo misericórdia, mas também, realizava e fazia um “eró” (segredo), com relação a demandas e para inimigos ocultos e declarados. Os restos, eram despachados em lugar determinado pela “Velha” e também tornava-se um segredo, o que não posso revelar. Desejo revelar, que até hoje, só vi este “Ritual”, da Linhagem de Oyó, no Ilé de Mãe Joana de Xapanã . Pois, “Ela” faleceu com mais de 100 anos, no dia 03 de fevereiro de 1980. E neste momento, agradeço, por tudo que essa “Velhinha beijoqueira” fez por mim e do que me ensinou, mesmo não sendo seu filho de Òrìsà. >> SÁVÓ << A realização deste Ritual, é conhecido por muitos como sendo uma “Troca de Vida com Quatro Pés”e, outros como sendo um “Eru”. Em português se diz: “Savô” mas, na língua Ewe-fon se diz: Sávó (Sá = tomar, agarrar; vó = está acabado). Muito utilizado como rituais nas Linhagens Jèje ou Nagò-Vodu, para quando uma pessoa
está “saruada”(enfeitiçada) ou está sofrendo de um a epidemia (doença grave) ou então por motivos muitos sérios. O mesmo, só pode ser executado, após a interpelação aos Òrìsàs e, obter a liberação do Òrìsà Olóri da pessoa, caso contrário não faça ! Pode a pessoa se ar! Este Ritual, tem que ser realizado no “umbral” ou dentro do Peji do Ilé, do Feitor (a) que irá realizar e, seus Òrìsàs, também, tem que concordar com o Rito à ser realizado, caso contrário não faça! Para poder realizar esse Rito; digo: No mínimo, é necessário, duas pessoas, com Feitura de Òrìsàs e que tenha os mesmos assentados, e acima de quinze anos, de preferência que já conheça tal Ritual, caso contrário não ! Sendo um Ritual de sacrifício especial feito de épocas em épocas como descarrego à um Feitor (a), bem como, aquém precisar, só que temos que ter muita cautela em sua realização. Neste Rito, exige o máximo de silêncio e sem poder tirar “orins” (rezas) à Òrìsàs, só devemos falar, ou seja, implorar por misericórdia para quem estamos realizando. Para realização deste Rito, iremos utilizar um quatro-pés de acordo com o Òrìsà da pessoa . É recheado com comidas especiais; moedas, flores, doces, e tudo que a boca come, panos de cor, etc... Para despachá-lo, em lugar deserto, e que a pessoa não possa ar pelo local, pelo menos sete anos . Não posso descrever melhor esse Ritual, peço perdão!
>> ERU <<
Antes de tudo, procure falar com um antigo Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, dos velhos tempos de “Batuque”( Batukàjé), e pergunte-lhe o que é “troca de cabeça”, por muitos hoje, também chamado de “troca de vida”. O nome correto em africano é “Eru” mas, temos três maneiras de dar a definição desta palavra, como sendo: Eru (1) = Neste conceito é um espírito mau, “bravo” que desce para perturbar a vida de uma pessoa ou “função” (festa); por tal motivo que antes de se iniciar qualquer “Obrigação”, realizamos uma limpeza no local, e até mesmo, antes de qualquer “Ebó” colocamos uma oferenda na primeira encruzilhada para não perturbar. “Èru” = em Yorùbá: desonesto, misturador de coisas e desordenador. Eru (2) = Tem como conceito também e é empregado : Grande pacote que se faz, no último dia do asesé (aressum), com os “assentos” e objetos que pertenceram ao morto, além de tudo mais que foi usado nessa cerimônia fúnebre. Essa carga é “despachada” em lugar determinado pelos Òrìsàs : Rio; mar; mata, etc... Levada por “Sacerdotes” preparados, pois é muito perigosa, já que pode estar acompanhada por espíritos malévolos. Eru = em Yorùbá: carga, pacote para descarregar, “troca de cabeça ou de vida”. Antes devo dizer: Não devemos confundir a “troca de cabeça” com “troca de Òrìsà” . A mudança de Òrìsà (Olóri, dono da cabeça ou vulgarmente, devido ao sincretismos, chamado de Anjo-de-Guarda), ninguém pode mudar de Òrìsà (Olóri). O que pode acontecer é um “Feitor (a)” incompetente não saber identificar o Òrìsà
(Olóri) de uma pessoa. E que atualmente é o que vem mais acontecendo em nossa Comunidade Africanista, o que falta é humildade à muitos, por não confirmar no mínimo em três Casas a cabeça da pessoa iniciante ( este é um verdadeiro otário, porque confia plenamente no que foi dito, depois vira um cosmopolita). Porque, ninguém é o dono da verdade ! A humildade é bom e não faz mal a ninguém ! Assim era o Ritual antigamente ! Eru (3) = “Troca de Cabeça” = É a cerimônia ritualística efetuada para transferir a doença de um Filho de Òrìsà ou cliente para algum animal de quatro-pés ou aves, desde que o seu Òrìsà dê o consentimento, por meio do Àse de Búzios. O doente recupera a saúde, enquanto o animal é sacrificado. Rito, existem várias cerimônias “Eru ou Trocas de Cabeças” e são impressionantes; por exemplo: Caso ainda o enfermo tiver condições de andar, fica no salão, e o “Feitor (a)”e seus auxiliares, com os trajes próprios do ritual, o animal deve ser coberto por um pano preto, ado no enfermo até desfalecer o animal, após a-se epô (dendê ). Tirase os “orins”para Sakpata (Xapanã) e outros, cumprindo-se os preceitos necessários. O paciente, tira-se toda a roupa e canta-se para Egungun. Depois ar os àses (pacotes) de Òrìsàs, a-se epô pelo corpo todo do doente. Abre-se uma fenda nas costas do quatro-pés (ou ave) e nela iremos colocar a roupa e os “cabelos” do doente, bem como, os àses indicado pelo Àse de Búzios . Iremos despachar em uma determinada “árvore”, devemos realizar uma fenda na árvore e coloca-se o despacho em cima .
Observação : Tem casos em que o animal vai inteiro e embaixo, ou seja, no pé da árvore; e, em outros na fenda, iremos colocar os cabelos e a roupa do paciente (doente) e o animal fica por cima. Enquanto essa árvore tiver “vida” o paciente estará seguro. Assim como, existe outro “Eru”, que realizamos, e sendo um ritual totalmente especial, para casos de doenças graves como os de câncer, aids, etc...Não trata-se de cura, mas fazer estancar, paralisar a doença . Esse “Eru” é realizado com certos Òrìsàs, e realizado também um rito especial, sendo despachado em um ruína . Assim como, o “Eru Sávó”, para tirar feitiços de uma pessoa (saruada), doente psicologicamente, problemas financeiros, com mão de Egungun, etc... Importante : Estás obrigações só poderá ser realizadas, feitas por pessoas, que tiverem feitura com quatro-pés, “Óbori Completo”, ou já, com os Òrìsàs assentados. O mínimo de pessoas, para executar tais ritos, são : de duas, mais o Feitor (a). Eru, existem dois processos de se proceder: O “DIRETO” e o “INDIRETO” : Supondo-se o interessado “presente ou ausente”, bastando por vezes, uma peça de roupa, cabelos, jóias, ou um retrato ( no máximo com 6 meses) e que estabeleça uma relação magnética com a pessoa enferma . Em qualquer caso, devemos empregar em oferendas as víceras dos animais : Coração, fígado, rins, intestinos ou partes como uma língua, cabeça, pernas, braços; segundo, e que seja, correspondentemente ao órgão doente do paciente que nos consulta ou manda um terceiro consultar por ele. Essas partes ou órgãos, ados no corpo do doente invocando, a título de
oferenda, ou segundo a urgência a corpo nu; após ficam por algum tempo arriado ante o altar dos Òrìsàs. Para depois serem despachados no mato, campo, monte, encruzilhada, praia ou no ilèfékum (cemitério), acompanhadas dos demais produtos ou objetos empregados no ritual, como sejam : fitas, varas, roupas de uso, moedas, velas, farinha de trigo, pipocas, opetés, arroz e mesmo, certas comidas prévia e especialmente preparadas para o fim. Como já falei anteriormente, é regra geral. O trabalho mais completo nesse sentido é o “Eru ou Troca de Cabeça”, que consiste no sacrifício de um animal de quatro-pés ou ave; vivos, antes do ritual de operação, sobre eles é executado todo cerimonial, e cuja significação é oferecer “uma vida em troca de outra” em condições periclitante. A chamada “Troca de Cabeça”ou mais pròpriamente “Eru”, só tem lugar no caso de moléstias graves. Compreende o sacrifício e rito fúnebre da ave ou animal de quatro-pés que se oferece. Em outros casos, conforme os “Búzios” a oferta consiste na doação de aves, após rito, as quais a cerimônia, são soltos vivos, no lugar que for determinado pelo Òrìsà. Para tal fim, é largamente empregado o pombo, e por vezes o galo, galinha ou cabrito, quase sempre ornamentados, e onde não faltarão o epô e o mel. Caso, em que, não se trata da “saúde” do indivíduo, porém, de propiciar as entidades em favor de outros múltiplos motivos, que soem perturbar a marcha da existência de cada um: Ódios, invejas, perseguições, maus negócios, lutas de demanda, desentendimentos, aspirações, etc... Se alcançam ou não tais objetivos, com esses processos, é cousa que só a numerosa e, por vezes, seleta, clientela pode dizer com precisão e conhecimento de causa. Alá...
Gá-jú-lò...
Òrìsà
Agonjú...Kàwò
Ka
biyè
si
lê!...
Abá!..Abá!..
>> DEITAR PARA ÒRÌSÀ << Este ritual oferece à qualquer pessoa, que poderá realizar uma oferenda anual, adquirindo proteção e outros, sem colocar sangue na cabeça e no corpo. Deitar para o Òrìsà também podemos chamar de “firmar o Òrìsà”, cerimônia que antigamente era muito utilizada por algumas “Linhagens”, inclusive na “Umbanda”, onde o ritual era quase correspondente , ou seja, semelhante ao Óbori do “Kandombe”. Há pessoas, clientes e adeptos à Religião que estão enfrentando grandes dificuldades financeiras, no amor e até mesmo com outras demandas, etc...Mas, que não desejam realizar “Obrigações”com ejè (sangue) e nem entrar em transito. Assim, sua iniciação se restringe à educação religiosa e proteção; uso de guias feitas somente nas ervas sagradas correspondentes ao seu Òrìsà (Olóri) de cabeça; oferecimento de comidas (ossés, jinjé, etc..), frutas, velas, flores, etc...Essa “Obrigação”também serve para evitar possessão de espíritos negativos ( sem luz) e de “bozó”, “Etú”, ou seja, de feitiçarias. Nestes casos é realizada anualmente a firmeza do Òrìsà. A pessoa que desejar recolhe-se ao Ilé de Òrìsà e toma um banho de ervas sagradas ajudado pelo Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, conforme o sexo da pessoa. Veste um camisu (
camisolão branco) e deita-se no “Peji”, “Pará” ou “Kotopò”, sobre uma esteira (adicissa ou cissa), com um pano branco por cima da mesma ou um tapete com folhas, conforme for o Òrìsà. O fiel permanece uma noite deitado, depois é ungido pelo “Feitor (a)”com epô ori ou óleo especial ( crisma), sendo com ele “cruzado”na testa, nuca, peito, umbigo, costas, mãos e pés. Já com antecedência são preparados os alimentos (ossés), frutas preferidas do Òrìsà (correspondente ao Òrìsà de cabeça da pessoa) e colocados em pratos ou gamelas; atrás da cabeça irão os ossés e envolta do corpo as frutas, flores, velas – isso tudo, quando a pessoa deitar na cissa junto ao Peji. Serão colocadas velas brancas ou na cor do Òrìsà de cabeça, conforme o seu àse (número). Devemos usar velas de 7 dias, para ficarem todo o tempo acesas. São lavadas as guias (correspondentes ao Òrìsà de cabeça da pessoa) dentro do ritual de ervas sagradas, para após a “Obrigação”serem colocadas e recolocadas em seu dono. Com essas “Obrigações”o adepto à Religião Afro-Brasileira evita a possessão de algo negativo e, ao mesmo tempo, por mais um ano fica protegido, sem sofrer conseqüência desastrosas. Em determinadas Linhagens, essa “Obrigação”, significa iniciar-se, ou seja, “fazer cabeça”, dando um período para a pessoa e seu Òrìsà realizarem a união. Na verdade é um batismo, sem levar “ejè” (sangue). Neste caso, a pessoa (fiel) deverá avaliar se deverá dar continuidade ou não. Também serve para a pessoa se adaptar aos regulamentos da Casa e da própria Religião, tendo como único compromisso de ser um “Ogã” (título honorífico, dado à pessoas de boa situação social, capazes de ajudar e proteger, como também divulgar, a Casa de Religião e de prestação de relevantes serviços à Comunidade Religiosa do Ilé). Uma observação muito importante: As despesas com os alimentos e outros correm por conta do fiel. E outra: Só pode ser realizada essa “Obrigação” em uma pessoa de cada vez . Esse tipo de “Obrigação” não se cobra e sim se dá, para quem realmente o merecer e por si mesmo conquistá-la.
>> KIZÍLA OU EHÒ << Kizila ou Quizila = É a denominação usada pelo povo Ehò ou Èèwò = É a denominação usada pelo povo Yorùbano (Nagò).
“Bantu”.
Da-se o nome Kizila ou Ehò, a série de interdições (proibição) imposta aos “Filhos de Òrìsàs”. Estas interdições são temporárias, breves ou ageiras e, outras, são definitivas, eternas. De acordo com o ritual de cada Linhagem e os fundamentos de cada Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, a prescrição é o seguinte: Algumas, e nem todas, podem comer abóbora, certos tipos de peixe, olubó (pirão), batata doce, farinha de mandioca, e outros não; a ninguém e permitido ar com uma vela acesa, candeeiro ou coisa igual, por de trás delas, bem como, copo com água; não ingerem restos de comidas; não bebem álcool (bebidas) , não vestem
roupas que lhes não pertencem; não acompanham cortejo fúnebre; não visitam doentes; não podem ser acordados violentamente; não podem andar de barco e nem entrar dentro d’água de um rio, não entrar em cemitério, canja de qualquer qualidade, etc... Essas prescrições variam conforme o Òrìsà (Olóri) de cada pessoa e, assim, umas as observam na íntrega e outras só em parte. Se o individuo, violar essa interdição acarreta sanções diversas que entre alguns povos primitivos negros vão até a morte. O tabu pode ter duplo aspecto, e desse modo pode ser positivo ou negativo, favorável ou desfavorável, em relação às pessoas que entram em contato com ele. No assunto que estamos descrevendo, queremos dizer que no Afro-Brasileira, existe Kizila de Òrìsà, os Ehò de Òrìsà, e existem kizila de filhos de Òrìsàs. Como exemplo de Kizila de Òrìsà temos o ámálá de Sòngó, que os filhos ou próprio Òòsààlà não come; não deve se colocar um filho do Òòsààlà em rodas de quatropés, bem como, Òsún Yemonjá velhas. Para muitos, não devem sair de uma festa de quatro-pés, antes que se descarregue o èkò kó, uns até podem, descarregando com uma caneca com água, outros não, é um tabu. E assim existem muitos. Também podemos apontar como Kizila, o descumprimentos dos rituais e obrigações dos filhos de Òrìsàs, bem como, Bàbálòrìsàs ou Yálòrìsàs. Como se diz : Fica inquizilhado com o Òrìsà ou Òrìsàs. Normalmente, é aquela velha estória do filho de Òrìsà, meu Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, fez mal o meu Òrìsàs ou me enfeitiçou, na verdade muitas vezes eles que não estão cumprindo com suas obrigações e isso também serve aos Bàbálòrìsàs e Yálòrìsàs. De tudo que se descreveu infere-se que o tabu, a Kizila, tem o fim de proteger, resguardar e de cumprir o ritual, não só o Bàbálòrìsà e Yálòrìsà como os que os observam fielmente. A violação ou desobediência gera sanções, castigos, punições, multas e todas as vezes que há desobediência ou violação o homem terá que se submeter a uma cerimônia de purificação ou realizar certos tipos de oferendas ao seu Òrìsà, ou até mesmo, à todos Òrìsàs assentados, para poder fugir aos diversos castigos até com a vida, decorrentes da violação.
>> “Eró euè”
ERVAS
SAGRADAS
<<
Eró euè (segredo das folhas) ou ervas, são indispensáveis no conteúdo nas “Obrigações ritualísticas”aos Òrìsàs. A teoria da correspondência mística mostra-nos que cada planta representa um Òrìsà, como várias delas representam vários Òrìsàs. Na vida ou existência das plantas entram fatores diversos a mantê-las e, por está razão, elas crescem e se desenvolvem sob a égide da proteção divina; recebendo os fluídos positivos e benfazejos que emanam de “Olóòrun” (Deus), as ervas (folhas) armazenam substâncias relacionadas com cada Òrìsà, e essas substâncias se
denominam fluídos da energia astral. Como também posso citar o conceito dado por um amigo de S. Paulo, referente as ervas (Pai Paulo de Xangô) e que gostei muito, conforme a sua descrição: “As ervas de Òrìsàs se dividem em 3 partes primordiais, a saber: POSITIVAS, NEGATIVAS e NEUTRAS. Elas são catalogadas, conforme a fase lunar da colheita: POSITIVAS = deverão ser colhidas na fase lunar Crescente ou Cheia; NEGATIVAS = deverão ser colhidas na fase lunar Minguante; NEUTRAS = deverão ser colhidas na fase lunar Nova. Entretanto a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas: “Vibração de quem vai usá-las” – “Vibração das demais ervas utilizadas” – “Vibração da intenção com que serão usadas”. POSITIVAS = São ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho. NEGATIVAS = São ervas usadas explicitamente para trabalhos negativos. NEUTRAS = São todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como, o efeito de vibrações negativas e/ou positivas. Assim, as ervas, devem ser usadas de três formas diferentes: “Para efeitos medicinal”- “Para efeito litúrgico”- “Para efeito ritualístico”. Este é conceito de Paulo de Xangô-S.Paulo”. EXEMPLO DE ERVAS SAGRADAS /RS : Assim, cito algumas ervas mais usadas e conhecidas nos rituais de “Obrigações” e liturgia da “Linhagem Nagò e no Nagò-Vodun”, são: Alecrim = Pertencem à Òòsààlà e nas obrigações de caboclo a Òsóòsi Boldo = Tapete ou Alá de Òòsààlà. Algodão = Folhas pertencem ao Òòsààlà, bem como, as cachopas de algodão aplicado em sua obrigação, principalmente no seu assentamento. Saião => Folha da Costa = Pertencem a Òsún e ao Òòsààlà. Insenso = Folhas, pertencem aos Ibeijes e ao Òòsààlà. Cardomomo => Colônia = É indispensável em qualquer “obrigação de cabeça”, seja qual for o Òrìsà, é de Òòsààlà. Manjericão = Miúdo, branco, pertence à Òòsààlà. Manjericão => Roxo = Pertencem à Xapanã, Sakpata e a Sòngó. Alevante = Erva ultraprivilegiada, entra obrigatoriamente em qualquer ritual de feitura e em outras obrigações para qualquer Òrìsà. Pertencem à Òòsààlà e Sòngó. Hortelã = É a principal erva de Òsónyìn e com essa erva “Ele”realiza um “eró”. Também pertencem à Sòngó e Òòsààlà. Girassol = Planta extraordinária, propriedades mágicas sua flor no “ Àse de Búzios” na Linhagem de Oyó de Pelotas, quando da apresentação, entrega do Àse,
o mesmo, vai dentro da flor do girassol e a bandeja toda forrada com algodão e com as guias correspondente ao Àse , no Óbori de qualquer Òrìsà, banhos e suas sementes como defumação para prosperidade. É de Òrunmìlà / Yfá / Òòsààlà. Barba-de-pau = É um musgo de árvore, não se dispensa em qualquer tipo de obrigação. É de Òòsààlà velho, Xapanã, Sakpata (velhos). Inclusive na Linhagem de Oyó se utiliza de cama, tanto para Òòsààlà como também para Óbara Ajelu. Musgo de pedreira = É de Sòngó Ogodò => Òrìsà da justiça. Erva-de-bugre = Tem a mesma aplicação da “aroeira”, nos trabalhos de limpezas pessoais e casas, não se pode usar em filhos de Sòngó e nem de Òòsààlà. Está erva pertence à Ògún, não se ite faltar nas obrigações de cabeça aos filhos deste Òrìsà e banhos de descarrego. Usa-se também em molhos dependurado em casa, lado externo, contra coisas negativas, trocando quando seca. Não se queima essa erva! Aroeira = Pertence à Ògún, se utiliza em limpezas pessoais (menos em filhos de Sòngó e Òòsààlà) e domiciliares, se usando os galhos. O fruto é um eró (segredo) pertence ao Óbara Elégbá. Margarida = Pertence à Òsún, se usa na feitura de Óbori. Erva-Cidreira = Pertence à Òsún, se usa na feitura de Óbori. Alfavaca = Pertence à Òòsààlà e Sòngó. Fumo = É denominada folha Santa, pelo fato de ter várias aplicações. Usa-se em defumação, banhos de descarrego. Pertence à Òsónyìn ( como roupa, vulto ou no seu assentamento quando for Otá) e de Xapanã. Erva-de-Santa Luzia = Pertence a Yemonja e Òòsààlà. Não se dispensa nos banhos e Óbori e àse de búzios. Eucalipto = Pertence à Sòngó e Agonjú. A variedade fêmea aplica-se em banhos para eliminar maus fluídos. A variedade cheirosa é aplicada nos Óbori desses Òrìsàs. Musgo marinho = Pertence à Yemonjá, aplica-se em banhos. Algas marinho = Pertence à Yemonjá, assentamento, Óbori. E de Olóòkum. Figueira do mato = Pertence à Òsónyìn e Sakpata / Xapanã. Cipreste = Pertence à Nanã. Tem sua aplicação nos Óbori dos filhos de Òsún velhas; que atualmente assume a maternidade dos filhos de Nanã na Linhagem Nagò, No Nagò-Vodun, é feito aos filhos de Nanã. Erva-de-arinho = Pertence à Ode / Òtin. Erva-prata = Pertence à Oya.. Carqueja = Pertence à Nanã e a Oya, como também à Xapanã. Manga (folhas) = Pertence à Obá e para alguns Ògúns. Orò = Planta de origem da Guiné, a qual, obteve o nome aqui no RS. de “Oro”, entra em todas as obrigações de feitura e nos banhos para prosperidade. Trevo-de-quatro folhas = É de todos os Sòngós e Agonjú.
Abóbora (folhas) = Pertencem à Oya e Obá. Na feitura de Óbori. Cana-do-brejo = Pertence à Obá. Salsa = Pertencem à Oya, Obá e Nanã. Pitangueira = Pertencem à Oya, Ode / Òtin. Catinga de mulata = Pertencem à Ode / Òtin. Quebra-pedra = Pertence à Sòngós e Agonjú. Pata-de-vaca = Pertencem à Oya e a Ògún. Mangerona = Pertence à Òsún e Ibeije. Moganga = Pertence à Òsónyìn e Oya. Fortuna = Pertencem `a todos os Òrìsàs. Feitura de Óbori. Alfazema = Pertence à Òsún. Café = Pertence à Xapanã / Sakpata. Gervão = Pertence Óbara e Xapanã / Sakpata. Funcho = Pertencem à Òsún e no assentamento de Óbara Ajelu. Picão = Pertence à Xapanã / Sakpata. Erva-de-bicho = Pertence à Xapanã / Sakpata. Guanxuma = Pertence à Xapanã / Sakpata. Abacateiro = Pertence à Òsónyìn. Alface = Pertence à Ode. E Yemonjá. Cipó ouro = Pertence à Òsún. Existe milhares de ervas e com certeza, todas tem sua aplicação e seu Òrìsà. >> “OSE”
SABÃO
DA
COSTA
<<
Sabão de origem da Costa do golfo da Guiné, África. Sendo que, na África tem o nome de “ose”, com a cor escuro, mole e perfumado, usado em “Rituais” tanto na África como no Brasil nos Cultos Afro-Brasileira. Este sabão é muito importante, cuja composição original é conservada secreta, hoje, existe muito sabão falsificados, é uma pena, porque é um sabão muito usado nas ocasiões em que antecede a qualquer tipo de banho ritualístico, muito aconselhável à usa-lo sempre, ao menos duas vezes por semana, excluindo-se às sextas-feiras, sábados e domingos, sendo utilizado antes de dormir, para descarregar maus fluídos adquiridos durante o dia, obtendo um sono tranqüilo. De modo geral, o banho é feito desde os ombros até os pés, sem tocar na cabeça. Só se utiliza para lavar a cabeça com sabão da Costa juntamente com sabão de côco, quando desejamos aliviar a “mão”de alguém, que por ventura tenha colocado a mão na cabeça de uma pessoa. Quando terminar o banho, devemos ter junto uma vasilha com água com açúcar e largar nos quatros cantos do Box, evitar larvas negativas à outrem . O sabão da Costa é utilizado na preparação inicial de okutás e utensílios de um “Ritual de Obrigação”, com a finalidade de eliminar todos os maus fluídos e larvas
negativas, tornando os objetos virgens e purificados para receber o Àse (força do Òrìsà) à ser feito e assentado. A minha velha e saudosa amiga Mãe Joana de Xapanã, através de seu Òrìsà, me deixou algo muito importante com relação a aplicação do sabão da Costa. “Ele” me ensinou que antes de qualquer tipo de serviço e na falta de banho de quebra, devemos usar o sabão da Costa, e que também aplicar sua espuma e deixar por alguns minutos em exumes e feridas que custam a fechar, depois realizar um serviço, principalmente em feridas, tirando a espuma com água fervida ou sôro fisiológico, secando o local e colocando azeite de dendê (epô) morno, cobrindo o local com folhas de baga (mamoneiro) e amarrando as mesmas com fitas mimosa rosa e verde, repetindo o processo durante o dia quantas vezes for necessário, até completar 7 dias. É verdade, o sabão da Costa é bom, mas, aquele Òrìsà era maravilhoso ! Quem viu, nunca mais verá! E quem não viu, nunca verá! Uma Mãe ! E um “Xapanã”com tantos conhecimentos. Aí! Que saudades da minha “Velhinha Beijoqueira”!
>> SIGNIFICADO DE CADA BANHO E COMO UTILIZAR << “Amáãsi – Omíeró – Omíesé” AMÁÃSI = (“amáã”= hábito, costume; “si”= pôr para dentro) = Líquido (ariorò) preparado com folhas sagradas, maceradas no pilão ou com as mão, depois adicionando a água da quartinha do qual, Òrìsà estamos preparando o amáãsi, deixando repousar e clareando com velas brancas junto com o “mace”= (bagaço) durante sete dias o “Peji”. Após, ter ado o tempo de cura é coado e dividido em três partes: 1a) É destinado a banhar a cabeça do iniciado = amáãsi ni ori = ni= em, sobre; ori= cabeça. 2a) Para banhar o Otá e utensílios. 3a) Para banhar as patas e chifres dos animais a serem sacrificados, bem como, as patas das aves. O grande segredo “Eró” está na composição do “amáãsi”. As folhas são as do “ Òrìsà, Oló Ilé ”(Òrìsà, dono da casa) + as do Òrìsà da pessoa iniciada + as de Òsónyìn (o deus das folhas). Este é o banho que chamamos de purificatório na cabeça do iniciante na “Religião Afro-Brasileira. Quero ressaltar que antes de realizar o amáãsi, o iniciado deverá fazer todos os banhos de limpeza corporal, como o banho de descarrego ou de àgbo, bem como, a limpeza com ave ou carne. Uma observação muito importante, “nunca devemos cozinhar as ervas do amáãsi”. As ervas (folhas) deverão ser colhidas ao clarear do dia, pedindo sempre licença ( agò) ao Òrìsà Òsónyìn; logo após, escolhidas e lavadas uma por uma, ao qual o Òrìsà serão empregadas; não existe amáãsi coletivo. A pessoa ou Feitor (a) que irá realizar este ritual, deverá antes fazer seu banho normal e colocar roupa branca, para depois serem maceradas as ervas no “Peji”. As mãos de quem faz o amáãsi devem ser bem lavadas e desinfetadas, digo limpas. Atenção : O ritual de preparar o amáãsi para outrem é pôr já a mão na cabeça de outro. E para pôr a mão na cabeça de alguém é só o Feitor (a) e é preciso ter Àse e Fundamento, e muita licença. Porque, em caso de erro, irá repercutir no andamento da “Obrigação” e na vida religiosa da pessoa (iniciante). Cuidado e cautela, porque,
o menor erro no amáãsi poderá produzir distúrbios mentais perigosíssimos, etc... Não errem para que depois não venham outras pessoas, mesmo de religião, dizer que você errou, ou outros, dizer que o africanismo é uma fábrica de loucos e de pessoas frustradas. Tem que se ter muita cautela e humildade, pois trata-se do primeiro ritual que a pessoa irá fazer na Religião, e a mesma, deposita muita fé e confiança no Feitor (a), pois o mesmo, deve respeitar o próximo, ou seja, a pessoa cura, etc... A cerimônia do ritual do amáãsi é colocado com uma jarra ou quartinha (exclusivamente para este afim) lentamente na cabeça do iniciante, e com a mão do Feitor (a) vai aplicando o amáãsi e solicitando tudo bom para o novo filho do Ilé e também chamando pelo Olóri Òrìsà da pessoa; a baixo da cabeça do iniciante, fica uma bacia, para que o preparado não caia no chão. Depois enrola-se um pano branco na cabeça do iniciante ( uns chamam de “ojá”outros de “tussú” conforme a Linhagem), a partir deste momento, o iniciante, já pode ser considerado um filho de Òrìsà. O iniciante fica recolhido ao Ilé no prazo determinado pelo Feitor (a); depois o iniciado deve evitar por três dias ter relações sexuais, raios solares, sereno e chuva na cabeça. Após ter realizado este ritual, o primeiro o a seguir é realizar o rito do “Oribibó”, está Obrigação, é solicitando à permissão ao Bàbá Òòsààlà e que, o mesmo, entregue a cabeça ao verdadeiro Olóri dão iniciante; este ritual tem que ter os ìgbins (chamado de boi de Òòsààlà) e pombos brancos. E logo a seguir o ritual do “Óbori”, e assim por diante. Este é o processo e o ritual que realizo em meu Ilé, hoje, é muito difícil as pessoas se submeter a este ritual rígido, isto reflete, de se possuir nos novos adeptos para o Ilé. Só nesta atitude já é realizado a triagem dos novos adeptos ao Ilé. “OMÍERÓ”= (Omí = água; eró = segredo; água do segredo). Tem muitos chamam de “Mieró”= (Mi= neste sentido é mexer de leve; eró= segredo; mexer de leve o segredo).Deixo que vocês escolham e vejam qual é o mais correto! Existem várias maneiras de se realizar o “omíeró” e sua utilização. Sendo o seu ritual inicial igual ao do amáãsi. No preparo, existe as diferenças de um para o outro. “Omíeró”é o cozimento de folhas, após ter fervido a água é colocado as folhas e abafado na a até esfriar, serve para banhos ou lavar a cabeça em casos especiais, bem como, lavar as residências ou estabelecimentos comerciais. A lavagem da cabeça com “omíeró”, não importa em compromissos de iniciação e pode e é, muitas vezes, aplicadas aos profanos por motivos de doenças ou outras causas. Omíeró, não é feito sempre de igual modo, dependendo do fim e da divindade invocada aquém se pede ou se oferece o cerimonial. o à vocês, aqui um dos mais completos: Compõe-se de “manjericão, alevante, imbiri, parreira, amora, malva cheirosa, folhas de inhame e folhas de fortuna ou saião”. Depois de realizado a operação deve ser despachado em lugar determinado pelo Feitor (a). Uma prática muito utilizada é na lavagem de cabeça como limpeza da mesma, para tirar a mão de um Feitor (a) ou de mão de egungun, etc... Por isso, que chamamos
d’água do segredo, já nestes casos as folhas à ser utilizadas são outras ! Esse tipo de ritual assemelha-se muito com o “amáãsi”, devido sua grande versatilidade de utilização mas, tem muita gente que confundem um com outro, cuidado! “OMÍÀSE” ou que muitos dizem OMÍESÉ = Omíàse quer dizer “água da força divina dos Òrìsàs. Muitos dizem: “Omíàse eró Bàbá Ilé”. É um certo tipo de “omíeró”, após de feito é adicionado as águas das quartinhas dos Òrìsàs ou pode ser de um só Òrìsà, conforme for o caso; também para banhos ou lavagens e purificação de okutás e utensílios de Òrìsàs. É tão empregado quanto o sabão da Costa, cuja sua composição é conservada secreta, tal como a do Ori epô (manteiga de Òòsààlà) os verdadeiros , até hoje, são importados da África. Os que existem por aí! São na sua maioria falsificados, inclusive na Bahia. Assim o “Omíàse, também é algo de muito secreto do Feitor (a), porque vária muito na sua composição de Òrìsà para Òrìsà; mesmo após o sacrifício de animais de quatro pés, na limpeza de seus Otás ou Etás e, após dar o ossé, epô para quem é do epô, mel para quem é do mel ou dar à determinados Òrìsàs que são do epô e mel. Porque, muitos Feitores não deixam o seu filho ver a levantação, porque, aí mora um dos segredos, mesmo, você levando-os para sua casa, você não saberá conduzílos e tratá-los. Você não viu na primeira Obrigação (corte e levantação) como foi realizado, com certeza, você irá dar com a cabeça nas pedras! Por que aí está o grande eró do Feitor (a), neste momento é criado o feitiço para o próprio filho, caso ele não tenha percebido, por isso eu digo: A curiosidade é uma virtude e não um defeito!? O Feitor (a) dá se quer o segredo (eró) de sua feitura, por isso, muita gente come pela mãos dos Feitores e patina na vida religiosa. Esse direito, o Feitor (a) tem, de fazer diferente à cada filho de Òrìsà, e assim é, em cada fase da Obrigação, porque, nem uma é igual a outra. Há! Você não viu, não observou, paciência, então solicite ao seu Feitor (a) o seu segredo! >> OS BANHOS DE DESCARGAS OU QUEBRA << Em qualquer “Ritual” na “Religião de origem Africana”, não é realizado nada sem primeiro fazer o banho de descarrego ou de quebra, seja qual for a necessidade, é o primeiro o para conseguirmos nossos objetivos, quer seja em trabalhos ou na feitura de uma pessoa na Religião Africana. Antigamente, era normal se realizar em primeiro lugar os banhos de descarrego ou de quebra à uma pessoa; hoje, nem todos fazem esse “Rito”, dizem que é perca de tempo, am uns pacotes e deu ! A princípio, irei dar um exemplo da importância dos banhos de descarrego ou de quebra: Você é convidado para ir uma festa, primeiro você toma um banho normal de rotina, para depois vestir a roupa nova, certo! Você não coloca a roupa nova em corpo sujo, correto! Está aí ! Porque, na Religião Africana, em primeiro lugar se realiza os banhos de descarrego, primeiro se limpa, para depois se realizar qualquer trabalho ou feitura.
O banho de descarga mais usado é feito com ervas positivas, variando de acordo com os fluídos negativos que a pessoa está carregando e de acordo com o Òrìsà que a pessoa traz no seu “Ori”( cabeça), ou seja, o seu “Olóri. O banho de descarga com ervas deve ser tomado após o banho de rotina e antes de dormir e, de preferência utilizar sabão da Costa antes, para a limpeza do corpo, após isso, então toma-se o banho de ervas, isto na vida normal e para qualquer realização ritualística. O banho não deve ser jogado brutalmente no corpo, devemos utilizar uma esponja nova e ir massageando de cima dos ombros para baixo. De modo geral, o banho é feito do pescoço para baixo até os pés, sem tocar na cabeça. A finalidade dos banhos descarrego é: “O banho de ervas é a renovação do “corpo” e da “alma”, pois quando o corpo se sente bem e se acha refeito do cansaço,etc..., a alma fica também mais apta a vibrar harmoniosamente”. Exemplo: Moisés, o grande legislador hebreu, impôs o uso do banho de ervas aos seus seguidores. Na Índia, há o banho sagrado no “Ganges”. Em Roma Augusta o banho de ervas era um exercício alegre e dedicado aos deuses, principalmente à “Dionisus e Baco”. Na África, a água é tida de grande poder, força e de magia. Vemos até hoje as águas de Òòsààlà, no ritual. As águas das quartinhas e tigelas nos Pejís, além de outras magias com água.
>> “Abô”
BANHO
DE
ÀGBO
<<
CONCEITO: Água das quartinhas dos Òrìsàs ou de um determinado Òrìsà, contendo ervas sagradas maceradas (Ariorò = líquido; Mace = resíduos das folhas) e de sangue de aves. Serve para banhos purificatórios tanto para “ààbò” (proteção) => (infusão de mistura de folhas para fins medicinais) e também como de descarrego. Apesar, de ser rito um de alto custo, mas com grande utilidade ritualística, às quais iremos citar algumas no decorrer deste. O resultado obtido na aplicação do “Àgbo”, são excelentes, até substituindo muitas vezes uma troca, etc... PREPARO DO ÀGBO: Este preparo consiste numa alquimia (mistura mágica) de “amáãsi” e com a finalidade do “omíeró”. O “àgbo”, inicialmente, é feito da mesma forma que o “amáãsi”; não esquecendo, que o “amáãsi” é um banho preparado exclusivamente para a lavagem da cabeça , feitura do iniciante; já “omíeró” tem outras finalidades, seria um àgbo sem sangue de animais. Muito usado no ritual de limpezas de objetos, okutás para transformação em otás ou etás, considerados sagrados e mágicos. O banho de descarrego; descarga ou de quebra, tem como finalidade livrar o individuo ( clientes antes de qualquer trabalho, pré-iniciantes de qualquer feitura na “Religião”, bem como, quando uma pessoa sai de uma casa e vai para outra casa de
religião, tirar mão de Egungun, etc...) de fluídos negativos. Já o outro banho de “Àgbo” para levantar e atrair as boas vibrações magnéticas almejadas, é composto com outros tipos de ervas sagradas e normalmente é realizado com um casal de pombos brancos ou um casal de “atum => angolista”. O banho de àgbo é composto de “ervas sagradas” com grande poder mágico, são de várias qualidades tanto para se realizar a quebra como levantar uma pessoa de doenças, situações financeiras problemáticas, situações amorosas, etc... Devemos adicionar ao suco (Ariorò) pembas raladas de todas as cores menos a preta, depois realizar o sacrifício do animal ou ave (s) indicada pelos os Òrìsàs; após o corte, a ave irá para cozinha para ser preparada e seus esés ( inhálas ou inhélas) também.. No àgbo, deve-se ascender velas de Óbara à Òòsààlà, em volta da bacia onde está depositado o ariorò, para este ganhar forças e clareando o mesmo, as velas devem ser todas de sete dias brancas, só quando queimarem totalmente é que o banho de àgbo poderá ser usado pelo necessitado. Este banho deve ser tomado em frente aos Òrìsàs e, em determinados casos da cabeça aos pés e, a pessoa que recebe o banho não pode se secar. Em outros casos, o banho deve ser realizado em um riacho de águas limpa, com a pessoa dentro d’água. Como diziam os “Negros Velhos” da Zona Sul do Estado-RS. O banho àgbo é como nem “tiro dado, jacu deitado” (ditado do Pampa Gaúcho). É verdade, hoje, as pessoas já não sabem distinguir a diferença e a utilização dos banhos, e sua grande importância e influência que as ervas possui em nossa vida e no “Ritual Religioso”. É como diziam os “Velhos”: O amáãsi é o primeiro batismo! Òsónyìn, com o poder de suas ervas, antecede ao Óbara no “Ritual”. Mas, hoje, por muitos é ignorado, só interessa o lado financeiro! Talvés seja um dos grandes motivos, que não tenho mais do que 5 “filhos de Òrìsàs”, porque, no meu Ilé o “Ritual e Obrigações” sempre estão em primeiro lugar, e só realizo uma “Obrigação”dentro dos ritos antigos; o que, muitos não querem se sujeitar, ou seja, a pré-preparação para qualquer iniciação.
>> DEFUMAÇÕES, PESSOAIS E DE AMBIENTES << CONCEITO: Entre vários conceitos existentes, me atrevo a dizer que as defumações vem desde os tempos mais remoto, ou seja, dos homens das cavernas, com a queima de ervas e na transformação de ambientes, devido, aos aromas das ervas. Como todas as religiões, seitas e dogmas, usa-se também desse veículo, ao qual damos o nome e vulgarmente dito pelo povo de “defumação” que tem uma atribuição de manter o equilíbrio no ambiente familiar ou de trabalho. As “defumações” realizam uma limpeza física e espiritual de ambientes e de pessoas pode ser coletiva ou pessoal. Usamos um utensílio chamado de “defumador”e, no mesmo, colocamos as brasas de carvão vegetal, sendo que a função do carvão em brasa é de atrair as vibrações negativas, enquanto que as ervas irão atrair as vibrações positivas. É verdade, existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumação,
diferentes tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar ambientes, bem como, pessoais, pois ao queimá-las, produzem aromas agradáveis ou desagradáveis ao mundo físico invisível, e que põem em fuga algo perturbadores de vibrações inferiores. “DEFUMAÇÃO PESSOAL” = É a providência que se toma para atrair para si algo de positivo, utilizar as ervas correspondente ao seu Òrìsà ou de seu “signo”. Como realizar, peça à uma pessoa que prepare as brasas e ervas, enquanto a pessoa toma um banho com sabão da Costa, depois de seco e completamente despido, faz-se com o defumador a defumação, bem demorado, dentro do próprio banheiro e, depois coloque uma roupa limpa. A defumação será despachada na rua em um verde por outra pessoa. Defumações correspondente aos signos e suas ervas: Capricórnio – Touro – Virgem = Ervas: Estoraque e benjoim. Peixes – Câncer – Escorpião = Ervas : Benjoim; mirra e outras... Aquário – Gêmeos – Libra = Ervas: Musgo de pedreira, manjericão. Áries – Leão – Sagitário = Ervas: Gengibre ralado e seco, urucum (sementes). “DEFUMAÇÃO DE AMBIENTES” = Realizamos da seguinte maneira, feche todas as portas e janelas; coloque um copo com água na porta de entrada e junto uma vela branca acesa, sendo que, na porta de entrada a mesma fica semi-aberta; devemos ar com o defumador dos fundos para frente da casa ou do estabelecimento comercial e, em todas os locais que tiver torneiras devemos deixar correr um filete de água, ao sair pela porta da frente, apague as brasas com a água do copo e a vela que estava atrás da porta de entrada, despachando os resíduos na natureza ( no verde ou em água corrente), depois feche as torneiras que estavam abertas e abra as portas e janelas da casa ou do estabelecimento comercial. Defumações à ser realizadas em casas ou locais comerciais: “Benefício à mediunidade”: Malva cheirosa; gerânio. “Magia amorosa”: Flor de laranjeira; sempre viva; amor agarradinho. “Afugenta os maus espíritos”: Palha de alho; arruda; casca de cebola; losna; guiné; pitangueira; manjericão; folhas de café. “Destruidor de larvas astrais”: Arruda; canela; cipó; guiné; ipê-amarelo; urtiga e manjericão; quebra-tudo; palha de alho. “Proteção e limpeza”: Alfazema; alecrim; cipó, fumo; Guiné; malva-cheirosa; arruda; cipó-milhomens; pitangueira. “Para atrair boas amizades”: Malva-cheirosa; folhas de girassol e sementes e insenso. “Contra demandas”: Pitangueira; guiné; arruda. “Para magnetismo pessoal”: Cravo-da-índia; semente de girassol; alfazema. “Contra obessores e perseguição”: Folhas de bambu; guiné; arruda; cipómilhomens. “Para melhorar as finanças”: Pó de café; cana de açúcar (palha); canela em pó; cravo da índia; louro; milho (palha); trigo (palha).
Para uma limpeza de ambiente contra a inveja, olho grande e, em casos de demandas, e que você tenha os nomes das pessoas, escrever em um papel de cor em cruz os nomes e envolto de algodão e o mesmo embebido em álcool. Proceder da seguinte maneira: Em cada peça da casa ou local à ser realizado, coloque uma bacia de metal com a bola de algodão com álcool, e ponha fogo, feche as portas e janelas, abrindo as torneiras onde corra um filete de água; na porta de entrada do local iremos colocar um copo com água e uma vela branca acesa e deixar a porta de entrada semi-aberta. Devemos iniciar dos fundos para frente da casa ou local que estamos realizando o trabalho; terminado, apague a vela na água e quebrando a mesma, jogue tudo em um verde ou em água corrente. Este tipo de trabalho devemos realizar nas terças-feiras ou quartas-feiras ao entardecer. ILÙS E ATABAKES Origens – Rituais – Cuidados A princípio a origem da palavra “atabake” é de origem do povo “Persa” => “tablak” => tambor. Ilù, denominação genérica de tambor de dois couros, presos por cordas. No início, alguns eram confeccionados com tronco de coqueiro bloqueado (África). Hoje, se utiliza latão (Brasil) mas, a maneira de fazer é a mesma da África. Sendo, uns dos verdadeiros tambores africanos. O Ilù, é o instrumento, que através de seus sons, e por vibrações sonoras, ritmos de oríkìs e de orins (cânticos de louvor ou de apelações as Divindades) atrai nos “bàsá” (sala ou salão) as Divindades. Ilù, é a representação dos Òrìsàs do Ilé, que antigamente era fundado na correspondência mística, simbolizam os “Anjos-deGuarda do Feitor (a) do Ilé”, ou seja, Olóorí (oló = dono; orí = cabeça) e Eléèdá (elé = possuidor, protetor ou ajunto do Olórí; èdá = qualquer criatura viva). Sendo, Eléèdá, sempre as Divindades, que ao jogar os búzios, saltam na frente como protetor da criatura e do Olórí da mesma. Já o “Arasá = é a Divindade que agarra, toma segura protege o corpo da criatura viva (ara = corpo; sá = toma, segura ou protege). Em face da correspondência que desempenham o Ilù, devem ser tratos como se tivessem presentes as Divindades (Òrìsàs e Voduns) representados. Com relação à esse aspecto, o rito à eles devem ser purificados e alimentados, devidamente. Assim, nos tem mostrado, os rituais, da velha tradição. Hoje, eu vejo! Erroneamente os “ògás de ilù” ou “aláagbès” (tocadores de tambores, ilù ou atabake) sendo tocado, por um ògá ou aláagbè e iniciado para tal função, utilizando seu próprio instrumento, quando é contratado para um “Ebó”, isto, na verdade, causa um rompimento do “Ritual e Fundamento”; levando a melhor o ògá ou aláagbè e não o Feitor (a) do Ebó, com relação ao àse, neste caso, o privilegiado é o ògá de ilù ou aláagbè e não quem realiza o Ebó. Atenção: Caso a pessoa, não tenha ainda o tambor (ilù ou atabake) do Ilé! Então! Peça o tambor do Ilé de seu Feitor (a). Depois de ter realizado a “Obrigação”,
devolva o tambor e realize uma oferenda à Divindade de seu Feito (a). Tambor não se empresta à estranhos, já dentro de sua “bacia”é um perigo! Realizar críticas é coisa comum da natureza do ser humano, o difícil e nobre é saber reconhecer e aprender agradecer, como também, saber colocar as palavras certas à pessoa homenageada. Pois, tenho o orgulho em dizer: “Quem me ensinou confeccionar o “ilù” de meu Ilé, foi o Ògá de Ilù, Pai Antônio Carlos de Xangô (Songó). E que hoje, tenho ado esse ensinamento de fazer o ilù à várias pessoas. Declaro que sei realizar a feitura do tambor (ilù), purificá-lo e alimentá-lo, mas, o àse de tocar e cantar não, porque, esse àse os Òrìsàs não me deram. Duas,
são
as
principais,
as
fases
distintas
da
feitura
do
“Ilù”:
Purificação: Material necessário: Água benta ou água da chuva colhida sem tocar em cobertura, podendo utilizar a mesma, na realização do “amási (amáã = habito, costume; si = por para dentro) ou usar água da quartinha ou moringa do suposto dono do “Ilù” (tambor), para realizar o amási, com as ervas correspondente a Divindade do Ilé ou do provável proprietário do mesmo. Mais òri (manteiga de Òòsààlà) òri epò (epô); àdò ( mel de abelhas); ejè (sangue da sacralização de animais). Alimentação: Serve-se, em tigela ou alquidar (obèrò => obè = sopa, molho; rò = ar, conter), o àse èsés de um bicho de duas (2) patas; via de regra adìe => galo ou galinha; já quem voz escreve utiliza atum => angolista, conforme o pretenso sexo da Divindade. O àse èsés “externos”são as pontas (extremidades) cabeça; asas; patas (cruas) e cauda. O àse èsés “Internos”: coração; fígado; moela; arinha e outros...Qual e o significado dos èsés? Èsés (força), também conhecido em outro dialeto por Inhélas. A Religião de Origem Primitiva Africana, com efeito, é intimamente “unida à magia”, e não pode ser concebida uma sem outra. E tudo, que se realiza na Religião africana tem que ter lógica, e se não houver lógica, o rito, esta descaracterizado. Na feitura de uma pessoa (Òrìsà) ou de um ilù ou atabake. O grande segredo secreto (gá eró awó), sendo, nesta “obrigação” quando iremos determinar o futuro do omòrìsà (filho de Òrìsà) ou de um ilù ou atabake; Cito algumas de omòrìsà: Se ele irá dar continuidade na Religião!? Se ele deverá ficar sempre abafado!? Se ele possuir todos os àses, mas sem poder evoluir, progredir na Religião!? Se ele deve adquirir, direção, equilíbrio e prosperidade na Religião, etc...!? Se ele deve ser otário, ou seja, cliente cadastrado. Esta modalidade e discretamente, é que, a maioria dos Feitores, se utilizam para realizar festas a custa dos mesmos!? Veja! Já nos significados dos “Èsés”. Cada parte representa uma força e um significado e assim irei descrê-los:
Èsés Cabeça: Patas:
pensamento,
visão
e
externos: audição. andar.
Asas: vôo, levantar na vida. Cauda: direção e equilíbrio. Plumas das asas: abertura ou fechamento. Do corpo: abafamento. Èsés internos: Coração; moela; pulmões; arinha e outros... É a vitalidade, saúde, etc... O Ritual de Obrigação; Dentro do Ilé àse => casa do axé => Candombe; Sábàji => local de “assentamento”dos Voduns na Linhagem Jèje; Pará => local de “assentamento” na Linhagem de Oyó. O critério, do ritual, à ser utilizado. Porquem voz escreve: Lava-se o latão com água benta ou da chuva e após aplica-se o “amási de ervas” da Divindade do Ilé. Totalmente lavado. Logo após de seco ao natural, unta-se em primeiro lugar com “òri” (manteiga de Òòsààlà) todo o latão, após com òri epò, depois àdò. Após, ter colocado o couro e a corda e, depois de seco, então iremos refazer novamente a sequência: òri, òri epò, àdò e finalmente deixa-se cair um pouco de ejè, com o ilù (tambor) em pé, quando for colocar no lado oposto do ilù, coloca-se, o mesmo, deitatado, não devemos virar o ilù para colacar o ejè. Isto feito, sobre uma esteira nova ou sobre folhas de bananeira ou de coqueiro, deixa-se deitado o ilù por três dias e velando-se tudo, inclusive os èsés. Usamos sempre velas brancas em homenagem ao suposto dono do ilù e também para as demais Divindades. Trata-se de um instrumento de “chamada” à todas as Divindades. Com relação a ave ou aves. É levado para cozinha para serem preparadas, após de limpas, tira-se os àse èsés. O critério no preparo dos `esés, terá que ser o mesmo realizado no ebó às Divindades. Esse ossé não leva sal, depois de frio, servi-los, em frente ao ilù, em um obèrò, à Divindade que corresponde o ilù. Observação: A carne das aves, não pode sair para rua, tem que ser consumida pelo Feitor (a) do Ilé e seus adeptos. Se existir um ilù de Ó-Óbara Olóòdè; Elégbá, esse comerá no ilé dos mesmos. Permanecendo por três dias no local. Depois de feito o ilù, devemos deixar ar alguns dias, para depois então ser levado para toque geral, um siré (xiré). Ordem em que são tocadas, cantadas e dançadas as invocações às Divindades. Esta “obrigação” tem validade por 1 ano ou dentro do àse do Òrìsà dono do ilù. Em caso de 4 pés, no dia da sacralização é só colocar um pouco de ejè nos couros, mas não vire o ilù, deite no cólo de quem toca. Desejo, advertir aos ògás de ilù ou alágbès: Nunca deixe o instrumento deitado ao chão, antes ou após o siré. Essa posição fica reservado para receber obrigação e causa grande prejuizo ao Ilé e a seu Feitor (a), caso isto ocorra. O ilù, deve ser posto em cima de um banco ou local de toque e coberto com “alá”. Também devemos resgatar o èkò (ecó) de Songó (Xangô), segurança do Ilé, Feitor (a) e do Ògá de ilù ou aláagbè, para o bom andamento da cerimônia (rito); deve ser colocado perto do ògá ilù, antes de iniciar o ebó para Òrìsàs. Por último, desejo declarar, que o ilù ou atabake é o filho mais fiel do Ilé, pois então, trate-o bem e, você obterá os resultados almejados. Espero ter resgatado esse ritual. Com isso, quero dar aos outros, com a mesma generosidade com que outros deram a mim, e nada mais. Mais uma vez agradeço aos ensinamentos do saudoso Pai Pedro de Yemonja