TULKUS E TULPAS
Um dos mais controversos temas ocultistas envolve muito mais do que os conceitos básicos de vida ‘pós-morte’ e reencarnações, que religiões espiritualistas adotaram como princípios condicionantes de sua própria filosofia. O Budismo Tibetano considera que uma deidade ou ser iluminado que tenha tido uma existência terrena, poderia reincarnar em corpos e famílias previamente escolhidos por méritos ou envolvimento com a cadeia evolutiva humana. Tais seres seriam denominados ‘Tulkus’, que significariam em sua vertente, um Imperador (btsanpo) tomar uma forma corpórea. Tal conceituação era alheia ao Budismo Indiano e o Zen, mas, incorporada por assimilação de costumes indígenas dos povos Mongóis que povoavam ao Tibet. O termo Mongol para ‘Tulku’ é qubilyian. A despeito de sua origem semântica, o Tulkuísmo refere-se a três tipos principais de hierarquias com autonomia desvinculada da ‘Roda de Sâmsara’, ou, de nascimentos e mortes, e podem traçar o rumo de sua futura encarnação. Há três tipos principais de ‘Tulkus’: As emanações de Budas; as manifestações de Adeptos plenamente evoluídos e Mestres ou professores altamente virtuosos ou amigos espirituais. Existem, igualmente, tipos secundários de ‘Tulkus’: Os incógnitos ou não reconhecidos, os abençoados e os caídos ou desviados do caminho. Estima-se que atualmente, existam cerca de 500 ‘Tulkus’ encarnados no Tibet. Cada um pertence a uma característica ou linhagem de manifestação ou conhecimento. Nem todos, necessariamente Budistas, mas, conexos com a evolução terrena. Poderíamos dizer, a grosso modo, que tais seres evoluídos concernem muito mais à própria ação da Divindade na face da Terra do que propriamente divulgadores de uma corrente de pensamento. Os homens comuns, estão ligados à Roda do Karma e emoções destrutivas, circulando neste plano como se estivessem presos à ação de um ciclo ou roda. Uma analogia oculta, seria o Arcano X do Tarô, ou ‘Roda da Fortuna’ ou da vida. Essa, a ilustração mais alegórica dos ‘altos e baixos encarnatórios, condicionados ao Ego puro, e sua influência no padrão emocional mais baixo. Ego é, como sabemos, à parte da Tripartição do inconsciente freudiano, a ‘auto-imagem’ que fazemos de nós mesmos, e, que defendemos de modo assassino quem não nos sirva de espelho, ou, simplesmente, não veja em nós o que vemos. A maioria dos ‘Tulkus’ é do sexo masculino, entretanto, existem algumas mulheres, igualmente. Para ficar mais claro, o XIV Dalai Lama é considerado a reencarnação de cada um dos 13 anteriores do Tibet. Cada um deles pertence à Linha da Compaixão. TULPAS
Em posição oposta aos ‘Tulkus’ com Vontade, missão e direcionamento próprio, e, portanto, fora da ação do karma, temos as ‘formas-pensamento’ ‘Tulpas’. Seres gerados pela poderosa concentração de pensamento e Vontade. Poderíamos dizer que um ‘Tulpa’ é uma ‘forma-pensamento’ corporificada. A tradução do termo tibetano ‘sprul-pa’, poderia ser igualmente concebida como ‘emanação mágica’, ‘coisa conjurada’ e ‘fantasma’. É definido em textos tibetanos como qualquer aparição ilusória, irreal ou mentalmente criada. Um antigo texto budista chamado “Samaññaphala Sutta”, lista a habilidade para criar um ‘corpo feito pela mente’ (mano-maya-kaya), como um dos frutos da mente contemplativa. Recurso usado, igualmente, por seres divinizados, como os Budas, para multiplicarem o número de corpos físicos que possuíam, e de modo bastante símile, poderíamos listar, na religião cristã, a ‘multiplicação de pães e peixes’. Estudos citam que os ‘Boddhisatvas’ , ou corpos divinos, podem criar 10 tipos de criações mágico-ilusórias. Tais poderes não se restringem apenas a tais elevados seres, mas, a qualquer ser humano, divino ou demoníaco. A diferença é o grau de poder e duração de tais criações, vinculado a força e qualidade da energia que o gerou. Uma vez que um ‘Tulpa’ seja devidamente alimentado ou energizado, pode desenvolver uma mente autônoma de seu criador, e libertando-se de seu controle, comparando-se como uma criança formada, deixando o útero materno. Como já abordamos, anteriormente, criamos as formas de nosso desejo, que, manifestando-se como ‘Succubi e Inccubi’, se alimentam da energia de orgasmo que os geraram. Formas pessoais e bastante poderosas de ‘Tulpas’. Um ‘Tulpa’ deve ser condicionado a sua alimentação. Não é um ser externo a seu criador, e não pode ser banido, como se realizam exorcismos e banimentos. Um dos maiores riscos de se gerar conscientemente a um desses seres, é ser alucinado por este. Uma mente autônoma permite interação com seu criador, e, da mesma forma, inquirição de ‘porquês’ e ‘como’ e negação de sua própria identidade. Tais dúvidas não concernentes ao criador podem se tornar um tormento psiquiátrico. Alguns geradores de ‘Tulpas’ se tornam suas vítimas, e sequer mantém certezas sobre sua existência ou se não aram de alucionações. A origem de ‘Golem’ na cultura hebraica, igualmente envolve aprisionamento de energias corporificadas em invólucros de barro. Tradicionalmente, poderiam ser usados como ataque de inimigos(usando guerreiros mortos) ou meramente instrumentos de vingança particular. Costumava-se realizá-los usando argila virgem disposta sobre a sepultura de um cadáver recém enterrado. Nesse caso, certas conjurações órias ‘prenderiam’ tal energia vital que se desprenderia do cadáver, mas, com a duração de três dias apenas. Usava-se inscrever-se na fronte do boneco de barro, a palavra hebraica ‘Emet’(()אמת, que significa ‘Verdade’. Para destruí-lo, apagava-se a primeira letra hebraica, e obtinha-se a palavra ‘met’, ou ‘morto’, ‘dissolver’. Curiosamente, o termo ‘Golem’ aparece na Bíblia, no Salmo 139:16, eu usa a palavra ‘galmir, meu golem’()גלמי. Naturalmente, a origem pessoal e mágica de tal entidade foi devidamente maquiada nos livros sacros, descrevendo seres elevados e abençoados, o que, ocultamente se sabe jamais ter sido verdadeira. Os ‘Golem’ eram escravos de destruição, e, com o tempo, foram aprimorados com atributos retirados dos 72 nomes divinos em hebraico, mas para controlá-los, e não dotá-los de mente ou raciocínio elaborado. Há lendas que afirmam ter
sido os ‘Golem’, usados sexualmente por mulheres solitárias e masturbadoras. Colhiam o sêmen de seus amantes ou de homens que mantivessem relações com amigas, e os misturavam com seus fluídos vaginais, confeccionando órgãos sexuais masculinos alimentados por sua energia orgiástica. Tais órgãos eram dispostos na frente de tais seres e condicionados aos movimentos de penetração. A imagem do Deus grego da feritlidade, Príapo nada mais seria do que um ‘Golem’. Poderíamos dizer, que, certas formas de ‘Tulpas’ são muito mais afeitas à concepção hebraica de tais seres do que simplesmente ‘conjurações ou lançamentos’ imateriais. Podemos concluir, com este pequeno estudo, que nossa mente cria, nossos fluídos, ligam e nossa Vontade condiciona. Os limites são apenas de ‘como’ e ‘porque’, e s à ética pessoal de cada um. O conhecimento é PODER.
São Paulo, 29 de novembro de 2013
Ir.’. Sérgio Eduardo de Oliveira Pacca