Salmos, Poesias Inspiradas - Revista Do Aluno 2ua6w

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De todos os livros da Bíblia, o livro dos Salmos tem ocupado um lugar de destaque na experiência cristã. É impossível subestimar o significado deste livro de poesias inspiradas, tanto para os judeus como para os cristãos de todos os séculos. O Saltério era o livro de cânticos usado no templo de Salomão, ao qual outros salmos e poesias foram acrescentados. É bom saber que a compilação dos 150 salmos é pós-exílica, e não temos nenhuma informação a respeito do critério usado. Os salmos foram memorizados pela igreja primitiva e cantados no mundo todo. Eles exerceram grande influência na era da Reforma. Durante três mil anos os salmos têm desempenhado um grande papel na vida do povo de Deus, alimentando crianças e jovens, orientando peregrinos, apaixonando reformadores, inspirando pregadores e confortando cristãos atribulados. No AT, o povo de Deus fazia uso dos salmos quando ia adorar ao Senhor no templo, e os judeus de hoje continuam a usá-los nas sinagogas. Como notamos em Colossenses 3.16 e Tiago 5.13, os cristãos do NT também os cantavam, e, nos dias de hoje, quantos hinos e cânticos espirituais são baseados na letra dos salmos! Mas é na vida individual que o uso deles tem sido tão abençoado – na hora das provações, nas tentações, na tristeza e nas alegrias. De fato, os salmos são um grande tesouro de consolo e encorajamento. Não é possível estudar em dezessete lições todos os 150 salmos. A finalidade desta revista é estudar alguns dos mais representativos entre os vários tipos, com o intuito de levar nossos prezados leitores a um estudo mais profundo deste livro poético. John D. Barnett Livros que podem ser consultados 1. Salmos Favoritos, John Stott, Abba Press. 2. Salmos, introdução e comentário (2 vols.), Derek Kidner, Série Cultura Bíblica, Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão. 3. Teologia da adoração, Ronald Allen e Jordan Borror, Edições Vida Nova. 4. A Bíblia em esboços, Haroldo Willmington, Editora Hagnos.

5. Novo Dicionário da Bíblia (artigo sobre Salmos), ed. J.D. Douglas, Edições Vida Nova.

SUMÁRIO

LIÇÃO 1

Salmos: poesias inspiradas

LIÇÃO 2

O homem bem-sucedido

LIÇÃO 3

“Tu és meu Filho”

LIÇÃO 4 “Que é o homem?”

LIÇÃO 5 O hóspede de Deus

LIÇÃO 6 O Supremo Pastor

LIÇÃO 7 A felicidade de ser perdoado

LIÇÃO 8 Esperança na tristeza

LIÇÃO 9 Saindo do abismo

LIÇÃO 10 “Louvem-te os povos todos”

LIÇÃO 11 Como reagir à oposição

LIÇÃO 12 A prosperidade dos ímpios

LIÇÃO 13 O lugar de Deus

LIÇÃO 14 Deus é meu escudo

LIÇÃO 15 A alma agradecida

LIÇÃO 16 Colhendo com júbilo

LIÇÃO 17 Deus está no controle!

1 Salmos: poesias inspiradas leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Sl 1.1-6 Sl 2.1-12 Sl 13.1-6 Sl 50.1-23 Sl 51.1-19 Sl 120.1-7 Sl 148.1-14

Pr. André de Souza Lima

texto básico texto devocional versículo-chave “Todo ser que respira louve ao Senhor. Aleluia!”

alvo da lição O aluno conhecerá a estrutura do livro de Salmos, suas características principais e como pode

O livro de Salmos é singular. Muitas pessoas, evangélicas ou não, têm alguma relação com esse livro. Alguns exeplos são bem conhecidos: uma Bíblia aberta no salmo 91, na sala de estar da casa, um conjunto de CDs com alguma voz que lê os salmos. Há mais ou menos cinco opções diferentes de conjuntos de CDs. Além disso, você pode encontrar receitas mágicas ou simpatias com os salmos em classificados de grandes jornais ou em revistas dedicadas a temas religiosos, esotéricos ou chamados espirituais. No entanto, existe uma série de fatores que tornam o livro de Salmos um livro singular. Os salmos não estão relacionados à sua popularidade, mas sim a algumas características importantes e próprias deles. São essas características que estudaremos nesta lição.

I. Seus autores Todos os outros livros bíblicos têm um autor ou no máximo um autor e um secretário. Mas o livro dos Salmos tem vários autores. Eles viveram em épocas diferentes e exerceram funções diferentes. 1. Davi É o autor mais conhecido. Sua experiência de vida aparece nos salmos. Tudo o que ele foi e fez influenciou sua escrita. Ele foi músico, pastor, poeta, soldado, fugitivo, amigo e rei, além de ter sido o escritor da maioria dos salmos. Aproximadamente 73 salmos são atribuídos a ele. 2. Salomão É outro rei que também escreveu salmos. Ele escreveu os de número 72 e 127. 3. Asafe É um grande músico e regente, que escreveu 12 salmos. No primeiro livro de Crônicas (capítulos 15 e 16) descobrimos que ele era um dos três chefes do ministério de música organizado por Davi. 4. Moisés

Escreveu o salmo 90. 5. Filhos de Coré (1Cr 9 e 16) Esses autores são os descendentes de Coré, um levita. Nos capítulos de Crônicas os nomes de alguns deles são mencionados. 6. Hemã e Etã (1Cr 15.19) Cada um escreveu um salmo. Eles eram, junto com Asafe, músicos do tempo de Davi. Embora haja outros homens com o mesmo nome na Bíblia, esses dois parecem se encaixar bem com o contexto em que os salmos eram usados, uma vez que estavam envolvidos diretamente na música do templo. 7. Outros autores Há outros autores, além desses que são identificados no próprio livro de Salmos. Os tradutores da Septuaginta, que traduziram o texto hebraico para o grego, atribuíram salmos a Ezequias, Jeremias, Ageu, Zacarias e Esdras. Tantos autores assim trazem uma pergunta inevitável: se todos esses escreveram, quem organizou tudo num livro só? A tradição judaica atribui esse relevante trabalho a Esdras. O currículo dele colabora para isso. Esdras era escriba, intérprete da lei, sacerdote e, acima de tudo, amava a palavra de Deus (Ed 7.10). O livro de Salmos é único porque, além de ter diversos autores, foi o que mais tempo demorou para ser escrito. Começamos com salmos de Davi e terminamos com os de Esdras. Temos salmos em toda a história de Israel.

II. Seus títulos Há dois tipos de título que precisamos estudar: os títulos que foram dados ao livro como um todo e os títulos dados a cada salmo individualmente. O livro de Salmos é chamado em hebraico de O livro dos louvores (Sefer tehillim). Ou simplesmente Louvores. O conteúdo desse livro é de poesias para

louvar a Deus. Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego, o livro recebeu o nome de Hinos de Louvor (psalmoi). Essa palavra aparece sete vezes no Novo Testamento (Lc 20.42; 24.44; At 1.20; 13.33; 1 Co 14.26; Ef 5.19; Cl 3.16). O livro de Salmos, na Bíblia em português, recebeu o nome da versão grega do Antigo Testamento. Os salmos, individualmente, têm vários títulos que trazem informações de diversos tipos. Em nossas Bíblias esses títulos vêm escritos com letras pequenas antes do versículo 1. Mas no texto hebraico eles aparecem junto com os versículos. Alguns são muito curiosos e interessantes. Veja a lista a seguir e confira alguns desses títulos. 1. Títulos que indicam autoria (Sl 15). 2. Títulos que indicam o caráter do salmo. A palavra salmo é a tradução de uma palavra hebraica que significa música acompanhada com instrumentos de corda. Por exemplo Salmo 4. Além desse, temos a palavra “Cântico da dedicação da casa” no salmo 30. Alguns trazem o título salmo didático, que era uma poesia para ensinar uma verdade específica (Sl 32). Outros salmos são intitulados cântico dos degraus ou cântico de romagem. Esses eram salmos cantados ou recitados enquanto os peregrinos viajavam para adorar e sacrificar a Deus no templo em Jerusalém (Sl 122). Um último título é oração. O título sugere uma poesia para ser recitada em forma de oração. 3. Títulos que indicam o uso litúrgico. O salmo 92 traz a indicação para ser usado no dia do Sábado. 4. Títulos com anotação musical. O salmo 4 traz a anotação ao mestre de canto e o salmo 45 diz: segundo a melodia “os lírios”. 5. Títulos que envolvem o contexto. O salmo 34 informa que Davi o escreveu quando se fingiu amalucado na presença de Abimeleque e, por este expulso, ele se foi. Outros salmos com esse tipo de informação são: 3,7,18,30,51,52,54,56,57,59,60,63 e 142.

III. Sua organização Talvez você nunca tenha notado, mas o livro de Salmos é dividido em 5 livros. Alguns estudiosos afirmam que esses livros têm um tema comum e uma relação

com o tema principal de um dos livros do Pentateuco. Cada um deles termina com uma doxologia, uma fórmula. Veja um quadro resumido sobre como os salmos foram organizados, (Adaptado de Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento, pág. 163).

Vários salmos têm uma palavra que não é traduzida, mas é escrita em português com o mesmo som que em hebraico: selá. Há várias opiniões sobre o significado dessa palavra, mas em resumo podemos dizer que é uma pausa que podia ser acompanhada por instrumentos musicais e tinha o objetivo de reflexão e oração. 1. Sua estrutura Os salmos têm também uma estrutura literária peculiar. Podemos agrupar vários salmos que têm uma mesma estrutura e expõem uma área espiritual em comum. Os principais grupos são: a. Salmos de lamento: podem ser individuais e coletivos. Neles os autores descrevem uma intensa aflição, apresentando a Deus queixas e súplicas. No entanto, esses salmos não devem ser interpretados como queixas sem fim, mas como a oração de uma pessoa aflita que no meio da luta e do sofrimento descobre a graça de Deus. Ao descobrir uma manifestação de Deus, o salmista louva ao Senhor e O adora. b. Salmos imprecatórios: são aqueles que pedem a condenação dos iníquos, e que Deus manifeste Sua ira na vida dos ímpios (Sl 31.17-18; 40-14-16; 54.7). c. Salmos messiânicos: referem-se à pessoa, ao caráter, às obras e às funções do Messias. Os mais conhecidos são os salmos 2 e o 22. d. Salmos de louvor: contém expressões de louvor a Deus. Exaltam ao Senhor pelo que Ele é e também pelo que Ele faz. Salmos 8,19 e 100. e. Salmos reais: esse tipo de salmo fala de algum aspecto da vida do rei. f. Salmos didáticos: são salmos de sabedoria que trazem reflexões a respeito do justo e do ímpio, a respeito da Lei do Senhor e a respeito da história do relacionamento de Deus com Seu povo (Salmos 1, 111,112 e 119). Alguns deles são acrósticos, isto é, cada verso (não versículo) começa com uma determinada letra do alfabeto hebraico. Essa é a razão por que algumas bíblias trazem as palavras alef, beit, guímel (nomes das letras hebraicas) em salmos, como o 119. 2. Sua teologia

O livro dos Salmos é bastante amplo na apresentação de sua teologia. Trata de diversos temas. Fala do homem, de sua vida diária, do sofrimento que aparece em seu cotidiano, da vida curta que é terminada com a morte. Mas o livro também fala da pessoa de Deus. Apresenta uma coleção impressionante sobre os atributos do Senhor, que podem ser vistos tanto na criação como nos feitos de Deus em Israel e ainda na própria lei do Senhor. No livro dos Salmos, Deus é o Libertador, o Salvador, o Redentor e o que levantará o Messias . Os salmos também falam do relacionamento de Deus com o homem. Três questões básicas envolvem esse relacionamento: temor, que implica compromisso e obediência; dependência e, finalmente, adoração.

Conclusão Algumas lições práticas são evidentes ao estudarmos o livro dos Salmos. Vamos apenas citá-las, uma vez que nas próximas lições estudaremos alguns salmos e suas lições específicas. • Um louvor agradável a Deus brota de um coração puro no meio da vida cotidiana. • A organização do livro mostra o zelo daqueles que cuidavam do serviço no templo. • Os salmos não são uma espécie de amuleto, mas sim trechos bíblicos para serem estudados com profundidade. • Um relacionamento honesto com Deus implica expressarmos o que estamos sentindo, não com espírito de arrogância, mas sim com espírito de dependência. Faça um projeto prático com o livro dos Salmos. Você pode ler o livro buscando características de Deus e depois elaborar uma lista, ou pode ler o livro procurando conselhos sábios para um relacionamento com Deus. Ou, melhor ainda, faça-o das duas formas.

2 O homem bem-sucedido leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Jr 17.1-11 Gl 5.16-26 Tt 1.5-9 Mt 7.13-14 1 Jo 5.12 Sl 5.1-12 Ne 1.1-9

Pr. Bill Bacheller

texto básico

Salmo 1.1-6

texto devocional

Mateus 5.1-11

versículo-chave Salmo 1.2 “Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite alvo da lição O aluno terá sede de desenvolver o prazer de meditar na palavra do Senhor.

Parece que este salmo foi especialmente composto como introdução ao saltério inteiro. Sem dúvida, fica aqui como porteiro fiel. Ele nos impele a perceber o ensinamento de que a escolha de um certo estilo de vida determina os resultados finais. Ele nos convida a ler o livro de Salmos inteiro como sendo um guia para uma vida feliz, alegre e abençoada. O porteiro, ao nos deixar entrar no bosque dos Salmos, apresenta quatro temas repetidos no livro inteiro: o ímpio, o justo, o juízo final, e a meditação na lei do Senhor. O livro é iniciado trazendo à mente as bem-aventuranças do Sermão da Montanha em Mateus 5. O segundo salmo também tem um “feliz o homem que” no fim do último versículo. A presença dessa segunda bem-aventurança forma um “jogo de dois” e liga os primeiros dois salmos como se fossem uma introdução dupla ao livro de Salmos. O livro de Salmos contém 25 bemaventuranças e o livro de Provérbios tem oito. Essa ênfase quer destacar o tipo de conduta e caráter que atrai a bênção de Deus.

I. O caminho da vida (Sl 1.1-3) Como você completaria esta frase: “Feliz é a pessoa que_____”?. Feliz é a pessoa que tem saúde? Feliz é a pessoa bem casada? Feliz é a pessoa que tem casa própria? O primeiro salmo responde da seguinte maneira: feliz é a pessoa que tem prazer na lei do Senhor. 1. O que a pessoa feliz não faz (v.1) Progressivamente, os verbos (andar, ficar em pé, assentar) mostram uma deterioração crescente na capacidade de manter distanciamento social e, portanto, espiritual de pessoas ímpias. As nossas amizades cedo ou tarde influenciarão e até determinarão o nosso estado espiritual. “Ímpio” dá a ideia de uma pessoa culpada de um crime, hostilidade ou pecado, enquanto “pecar” significa falhar o alvo, falhar o o. O “escarnecedor” é aquele que caçoa com desprezo, é autossuficiente e arrogante (Pv 21.24). O prazer dele é desprezar (Pv 1.22), ele é incapaz de manter autodisciplina (Pv 9.7), não aceita repreensão ou correção (Pv 9.8), e não acha sabedoria (Pv 14.6). Enfim, ele deve ser evitado

pelo crente!

2. O que o bem-aventurado faz com prazer (v.2) A palavra hebraica para prazer tem a ideia de deleite, desejo forte, até saudade de alguma coisa. O prazer daquele que era alegre era meditar nas Escrituras. O elemento comum do verbo para meditar é que a ação vem do interior do ser humano e fica caracterizada como parte integral daquele indivíduo. O verbo fica traduzido como cochichar, sussurrar, recitar em voz baixa, planejar, gemer, soluçar e meditar. Meditar é um processo que se inicia no pensamento e quando as palavras saem do corpo, através da boca, representam cogitações profundas, como se fossem uma extensão da pessoa. Nesse caso, as cogitações foram sobre a Torá, os livros históricos e talvez alguns princípios dos livros de Provérbios, Jó, Eclesiastes, Cantares e Salmos. Os livros proféticos não haviam sido escritos ainda. Lembre-se de que somente os escribas, sacerdotes, profetas e reis tinham o às Escrituras, não as pessoas comuns. Elas escutavam e decoravam porções grandes das Escrituras. Embora a falta de o às Escrituras tenha trazido prejuízos, também trouxe vantagens. Uma das vantagens prováveis foi que o processo de meditação foi praticado por mais pessoas e de maneira mais profunda que nos dias de hoje. O resultado desse fato é que provavelmente havia mais pessoas saturadas com os pensamentos e princípios de Deus e, portanto, os praticavam. 3. O resultado saudável de meditação contínua nas palavras do Senhor (v.3) O autor emprega uma metáfora, comparando a pessoa que medita nas palavras de Deus com uma árvore plantada ao lado de uma corrente de águas. O termo “corrente” vem do verbo hebraico que significa uma separação ou divisão no solo que pode ser natural ou feita por homem. A água a nessas “divisões”. A grande maioria dos usos no Antigo Testamento refere-se às divisões feitas por homens, que são regos ou canais de irrigação. Nesse versículo a corrente é um canal de irrigação onde nunca falta água. As duas (a árvore e a pessoa que medita na Palavra) têm uma fonte que supre todos os ingredientes para manter uma vida verdejante no meio de sequidão. Pode acontecer na vida dessa pessoa um tempo seco de tristeza, de crise financeira, de decepção pessoal, de doença, de morte de um familiar, mas a folha não morre, nem murcha. Ao contrário, ela

produz o fruto do Espírito Santo - alegria, amor, perseverança, etc.

II. O caminho da condenação (Sl 1.4-6) O versículo quatro emprega mais uma figura de linguagem comparando os ímpios com a palha. O autor quer enfatizar um resultado contrário ao dos justos. Os ímpios não têm raízes para segurá-los nos tempos secos. Os ventos levamnos para qualquer canto do mundo espiritual e moral. E eles ficam “amarelados” de fato. A cor representa a ausência de vida. São moralmente e eternamente sem vida. Os únicos que ficarão “em pé” (um trocadilho com o verbo do primeiro verso) depois do julgamento final serão aqueles que tiverem desenvolvido raízes na pessoa de Deus, o Senhor de Israel. Como os justos não devem “ficar em pé” na roda dos ímpios, os ímpios não podem “ficar em pé” na roda dos justos. Deus conhece o caminho do justo. Ele tem um conhecimento derivado da sua experiência com aquele homem que sabe e faz o que é moralmente certo. Os padrões éticos foram estabelecidos por Deus e as pessoas que os seguem são chamadas “os certos”, ou os “justos”. É interessante notar que o caminho do ímpio perecerá, não o ímpio em si. Esse uso significa que o autor quer realçar que o ser humano será identificado pelo estilo de vida ético que escolher. A conduta ética é escolhida cedo na vida humana, e a pessoa fica identificada diante do Senhor mais pela escolha do caminho moral do que pelas particularidades sociais, econômicas ou psicológicas.

Conclusão O salmo tem como alvo principal descrever o que é fundamental para o justo: contato contínuo e alegre com a lei do Senhor. Ele relembra que os que optam por uma vida justa e frutífera, aqueles que se deleitam na lei de Deus, serão recompensados (v.1-3). Por outro lado, os ímpios perecerão (v.4-6).

aplicação

Você já fez sua opção, já escolheu a qual grupo quer pertencer?

3 “Tu és meu filho” Pr. Evaldo Alencar de Lima

texto básico texto devocional

versículo-chave “Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se

alvo da lição O aluno reconhecerá que Deus tem o domínio sobre todos os povos e deles espera obediência

O salmo 2 é o primeiro e, certamente, um dos mais importantes dentre os salmos chamados messiânicos, que são aqueles que, além de uma referência real à época em que foram escritos, têm sua explicação e cumprimento final em Cristo. O segundo salmo é atribuído a Davi em Atos 4.25 e é citado pelo número em At 13.33. Devemos ler a Bíblia com a percepção do autor espiritual e do escritor humano. Não é diferente com os salmos. Essa atitude nos faz compreender melhor os planos de Deus. O salmo 2 trata da rebelião dos povos contra Deus e Jesus, que é o Seu Ungido. Contra a rebelião surge uma firme reação divina, além de uma solene advertência do salmista. Veja os três principais tópicos desse belíssimo salmo.

I. A rebelião dos povos contra deus e seu ungido (Sl 2.1-3) Tomado pelo Espírito, Davi escreveu para os leitores seus contemporâneos, mas também, mesmo sem saber, estava registrando uma mensagem atual e relevante para o futuro: por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Atentemos para estas quatro palavras grifadas. • Gentios: refere-se especialmente às nações pagãs. • Povos: tem o sentido do povo como um todo, independente de suas origens étnicas, políticas ou territoriais. • Enfurecem: significa literalmente “reunem-se tumultuosamente”; • Imaginam: tem como sentido literal “estudam” ou “planejam”. Como se percebe por esses termos, todos os povos, judeus e não judeus, estavam se reunindo tumultuosamente para estudar meios e planejar inutilmente contra Deus e Seu Ungido que é Jesus. Davi relata uma rebelião generalizada. O Senhor tem assistido Sua criação se rebelar contra Ele desde o princípio.

Primeiramente foram os anjos. Uma parte deles rejeitou o domínio divino. A Bíblia nos privou dos detalhes, no entanto, nos diz, além de outras informações, que alguns “...não guardaram o seu estado original...” (Jd 6). Depois, o homem, por não acatar o mandamento divino e aceitar as sugestões de Satanás, rebelouse contra seu Criador. O homem tem colocado a si próprio no centro de todas as coisas. E o que impera na sociedade em geral é o desejo que previu Davi, “Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas”. A ideia é que a vontade do Senhor deve ser desprezada, deve ser desconsiderado Seu governo, rejeitado e anulado o temor a Ele. O ser humano tem se transformado em autossuficiente, autônomo e independente, a ponto de dispensar o cuidado e o governo divino.

aplicação

E nós, crentes deste mundo pós-moderno, temos sido governados por Deus ou por nós mesm

II. A reação divina (Sl 2.4-9) As nações lutam pela sua independência. Os povos querem seguir o seu próprio caminho. Os governantes conduzem as nações sem fazer menção dos céus. Tamanha empáfia provoca em Deus três reações. 1. Ele reage com profundo sentimento de desprezo (v.4) É isso mesmo, a princípio Deus reage com desprezo. Todo o palco da rebeldia e conspiração armado pelas nações, pelos povos e poderosos não a de circo aos olhos divinos. Dos altos céus o Senhor ri ao ver tamanha desventura e grandiosa ingenuidade. O texto sagrado diz que Deus zomba deles. Zomba porque a atitude é ingênua, desprovida de inteligência e conhecimento do Alto. Lutar contra o domínio de Deus é pura tolice! É inútil tentar se esquivar do Seu domínio, do Seu poder e do Seu juízo. Os os dados pelas nações são medidos e caminham em direção ao acerto final de contas. Deus está no controle da História! 2. Ele reage com uma palavra ameaçadora (v.5) Depois do desprezo do versículo 4, o versículo 5 registra a ira divina, deixando muito claro que as autoridades não perdem por esperar, pois no devido tempo Deus lhes dirigirá a palavra e experimentarão a confusão promovida pelo Seu furor. Com isso é gerado um clima de tensa expectativa. A verdade é que o Senhor não fica de braços cruzados diante de tamanha presunção. Todas as maléficas pretensões humanas de lograr autonomia diante do Criador por meio do rompimento do Seu governo não são vistas por Deus de maneira iva. Deus não está apenas assistindo o tempo correr. As leis de

Deus, o Seu governo e instruções nos são dados, não para reprimir, mas para nos livrar do cativeiro da nossa própria natureza. 3. Ele reage com o estabelecimento de um reino de justiça (v.6-9) Primeiro Deus tem um sentimento de desprezo, depois profere uma resposta ameaçadora e agora trata do estabelecimento de um reino de justiça. “Eu, porém, constituí...”. A última palavra está com Ele. Em relação ao homem, Ele deu a primeira palavra e dará a última também. Ele é o Alfa e o Ômega! a. Ele mesmo constituirá um Rei (v.6). Estas são palavras de Deus-Pai. No versículo 7 ecoa a voz do Filho, a respeito do decreto de adoção dada ao herdeiro de Davi, em 2Samuel 7.14. O autor de Hebreus, ao interpretar o versículo 7 do salmo 2, atribuiu a Jesus a pessoa do Filho (cf. Hb 1.5; 5.5). b. As nações poderiam ser Sua herança e os confins da terra Sua possessão (v.8). Isso se vê com a palavra de Deus dirigida ao Filho, no versículo 8, como promessa de que as nações virão a ser Sua herança e os confins da terra Sua possessão. É interessante que as mesmas nações que lutavam para conquistar autonomia em relação ao Senhor e a Seu Ungido agora arão a pertencer ao Messias, o Cristo. c. A natureza do reino (v.9). O governo será duro e severo. Então, todos conhecerão o poder e a autoridade de Jesus. Devido à dureza de coração dos povos, Jesus Se apresenta com uma vara de ferro na mão para despedaçar as nações incorrigíveis, como se fossem meros vasos de barro.

III. A advertência do salmista (Sl 2.10-12) Depois de uma descrição de como será o reino de justiça, dos versículos 6 a 9, sábias advertências são dirigidas àqueles que até então estavam resistentes ante o governo do Senhor. Veja os cinco pontos que compõem a advertência do salmista contra as autoridades da terra. 1. O salmista os adverte a serem prudentes

(v.10) Os reis da terra são terminantemente advertidos a serem prudentes, o que significa agir com comedimento, corretamente. Davi exorta os representantes dos povos a que analisem suas ações e reflitam sobre quem eles estão intentando o mal. Como o Espírito de Deus demonstra cuidado para conosco, deixando advertência tão atual! 2. O salmista os adverte a servirem ao Senhor (v.11) Servir, nesse contexto, significa adorar, obedecer e confiar no Senhor. O salmista exorta os reis a que se curvem, obedeçam e confiem no Senhor, além de reconhecerem a Sua grandeza, e prestar-Lhe o culto devido, caso não queiram conhecer o furor divino, como no triste episódio do fim de Herodes, registrado em Atos 12.20-23. 3. O salmista os adverte a se alegrarem no Senhor (v.11) Davi os convida a terem no Senhor motivo de alegria, mas com temor. Nunca devemos nos esquecer de que apesar de ser Ele o motivo da nossa alegria, Ele é Deus. Que o nosso rosto brilhe refletindo a Sua glória, mas que o nosso ser estremeça diante de Sua face. 4. O salmista os adverte a serem submissos ao Senhor (v.12). Este versículo começa com a frase “Beijai o Filho”. Aqui o beijo tem significado simbólico, representando a submissão e o reconhecimento da autoridade que o Filho de Deus tem sobre nós. Todos são convocados a se tornarem submissos ao Senhor, e esta é a única fórmula para aplacar a Sua ira vindoura. 5. O salmista os adverte a se refugiarem no Senhor (v.12).

O salmo 2 chega ao fim nos remetendo às bem-aventuranças de Mateus 5. Em vez de se amotinarem contra o Senhor, bem-aventurados são todos os que Nele se refugiam. Esses não precisam temer Seu julgamento.

Conclusão O salmo 2 registra a atitude do ser humano contra Deus. O Senhor, ante tal rebeldia, responde com a promessa de um Rei e de um julgamento, no qual prevalecerá a justiça. Os que tomarem o caminho da prudência, servirem ao Senhor e alegrarem-se Nele estarão livres da ira que certamente cairá sobre os que não se curvarem ante a realeza do Filho.

aplicação

Você crê na promessa do julgamento de Deus? Tem certeza de que terá como advogado o Fil

4 “Que é o homem?” Profª. Betty Bacon

leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Gn 1.1-31 Sl 8.1-9 Jó 7.7-18 Hb 2.5-9 Ef 1.15-23 1 Co 15.20-28 Sl 148.1-14

texto básico texto devocional

versículo-chave “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, perg alvo da lição O aluno aprenderá que somente em Jesus o homem realiza todo o seu potencial.

A descoberta das Américas e o desenvolvimento da ciência no século XVII tiveram repercussões profundas no modo de pensar mundial. Nos dias de hoje, os avanços quase incríveis nas Ciências, com a exploração espacial de um lado e a nanotecnologia do outro, abriram horizontes pouco imaginados antes. Isso influi em todas as questões éticas (o aborto e a eutanásia são permissíveis?), em todas as decisões judiciais (os direitos de uma pessoa dependem de como entendemos “pessoa”) e até nos relacionamentos pessoais. O salmo 8 gira em torno de duas grandes verdades: a grandeza extraordinária do Deus Criador e o lugar destinado ao homem na terra por Deus criada.

I. A grandeza do Deus criador (Sl 8.1-2) 1. O nome do Senhor a. inclui tudo que Ele é, tudo que Ele faz (Êx 34.6-7; Sl 135.13); b. abrange a terra toda com Sua fama (Rm 1.20; 1 Rs 8.41-43), e também os céus (Sl 89.9; Ap 4.6-11). Aqui o poeta usa palavra para majestoso que é usada em outros textos para descrever os vagalhões do mar, reis poderosos, os cedros imponentes do Líbano, navios de grande porte, tudo que se impõe pela grandeza, beleza e poder impressionante. c. é refúgio do crente (Pv 18.10; Is 50.10); d. é definido por Jesus no Novo Testamento (Pv 30.4; At 4.12). 2. A sabedoria do Senhor Tal grandeza se manifesta na sabedoria de Deus, que usa o que é fraco para derrotar o adversário forte. a. Deus tem os Seus inimigos, os que se opõem a tudo quanto Ele é e faz. Estão incluídos todos que resistem a Deus. O principal desses é Satanás (2Ts 2.3-4). Quem odeia a Deus odeia também os que são de Deus (Jo 15.18-19; 1 Pe 5.8).

b. Esses inimigos, e especialmente o Inimigo por excelência, o Diabo, usam antes de tudo a Palavra para desafiar a Deus e para tentar os homens. Por isso têm que “silenciar” ou “emudecer” (Dn 7.8; Ap 13.5-6). c. Esses inimigos são vingativos, querendo fazer mal sem motivo justo (Sl 44.15-16; 69.4). d. As grandes vitórias de Deus são ganhas pelos que são fracos, mas dependem totalmente Dele (Sl 8.2; Mt 21.14-16; 2 Co 13.2-4). Ninguém é mais dependente do que uma criança de peito (Mt 18.3-4; Sl 131.2). Por que Deus age assim? Veja 2Coríntios 4.7 e Efésios 2.8-9. 3. A Pessoa do Senhor. Este Deus tão maravilhoso, de nome Jeová (“Eu sou”) é “nosso Senhor”. Podemos e devemos manter esse precioso relacionamento pessoal (Sl 23.1; Mt 6.9).

II. A grandeza do homem criado 1. Davi coloca o ser humano, criatura aparentemente tão insignificante, contra o pano de fundo das demais coisas criadas, as galáxias, os planetas, o vasto universo.“Que é o homem, para que com ele te importes?” Jó foi outro que se preocupou com esta questão. Como um Deus tão grande pede contas a um ser tão pequeno? Faz diferença para Deus alguém ser justo ou não? (Jó 7.7-18). Nos nossos dias a pergunta não é menos relevante. A resposta define o que o homem realmente é. 2. O papel que Deus projetou para o homem – O salmista tem por base o relato inspirado de Gênesis 1 a 2.3, e assim conclui: a. O homem tem posição de destaque na hierarquia da criação, logo abaixo de Deus. (Ou dos anjos, ou seres celestiais. A palavra no hebraico original abrange todos estes, por isso, há diferenças na tradução). b. Ao homem foi dado o domínio sobre todas as demais criaturas da terra e dos mares (Gn 1.26-28; Sl 8.6-8).

III. A resposta Há, no Antigo Testamento, questionamentos e anseios que só acham resposta no Novo Testamento, em Cristo (Jó 23.3-5; Mt 13.17; 1Pe 1.10-11). Davi pressentia que o homem era grande, muito importante, apesar das aparências. O uso do salmo 8 no Novo Testamento revela por quê. 1. O escritor aos Hebreus contempla o homem neste salmo e percebe a discrepância entre o domínio que ele deve exercer e a realidade atual. “Agora, porém, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas” (Hb 2.8 NVI). Junto ao problema exposto, coloca logo a resposta: “Vemos, todavia, aquele que por um pouco foi feito menor do que os anjos, Jesus, coroado de honra e de glória por ter sofrido a morte, para que, pela graça de Deus, em favor de todos, experimentasse a morte”. Pelo Seu sangue derramado na cruz, Jesus assumiu, como homem, o que o Pai planejou para todos os homens. Deus está trazendo muitos filhos para a glória (Hb 2.5-9 NVI; 2Tm 2.11-12). 2. A vitória do Homem por excelência, Jesus, possui dimensões muito maiores, cósmicas e eternas. O apóstolo Paulo orava para que pudéssemos entender as implicações da ressurreição de Cristo. Deus O ressuscitou “...fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais, muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância” (Ef 1.20-23 NVI). 3. A vitória de Jesus foi sobre a própria morte. “Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Co 15.25-26). Ler com cuidado 1Co 15.20-28. 4. Nessas três cartas do Novo Testamento, Jesus não só vence como homem. Também traz os salvos com Ele. Os que O têm como Senhor e Salvador estão unidos com Ele nessa vitória, pois Ele os chama de ‘irmãos’ (Hb 2.1112); Ele é “cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo” (Ef 1.22-23); e, ainda “em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem” (1Co

15.22-23 NVI).

Conclusão O que o homem é se define, não por conceitos humanísticos, e sim pelo conceito que o próprio Deus transmite. Em Cristo, Deus demonstrou como o homem deve ser. 1. Sem pecado, reinando com bondade e responsabilidade sobre o resto da criação (Gn 1.27-28). 2. Unido ao Pai e ao Filho, porque “a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo... para que a nossa alegria seja completa” (1Jo 1.3-4).

5 O hóspede de Deus Pr. Enoque Vieira de Santana

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2 Tm 2.11-21 Is 33.1-13 Is 33.14-24 At 10.1-8 Sl 10.1-18 Sl 53.1-6 Sl 84.1-12

texto básico texto devocional versículo-chave “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor

alvo da lição O aluno aprenderá quais são as qualificações do homem que deseja cultivar uma comunhão v

Um dos maiores privilégios concedidos ao ser humano é ser acolhido no coração de Deus. O Salmo 15 fala do homem a quem o Senhor recebe como Seu hóspede e das qualificações ou requisitos para uma comunhão permanente e consistente com o Altíssimo. Este é um dos salmos de Davi, o qual responde com detalhes éticos as duas perguntas do primeiro versículo (15.1): “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?” Embora escritas há milhares de anos, as verdades aqui relatadas quanto às qualificações de comunhão são aplicáveis a todos nós como orientação e exortação precisas e atuais. A letra de um belo hino nos faz lembrar a preciosidade desse lugar junto ao Senhor. “Não há lugar melhor com tamanha paz, Paz igual eu nunca encontrei jamais. É o lugar do meu prazer onde todo medo se vai; É o lugar do meu descanso nos braços do meu Pai. Outrora eu era triste sem lugar pra onde ir Mas o Pai com Seu braço de amor restaurou-me o sorrir. Deu-me parte em Sua herança, vestimenta, vinho e pão, Porque tinha um lugar para mim no Seu coração.” Vejamos as características ou qualificações ordenadas por Deus para Seus hóspedes, para aqueles que anseiam cultivar um relacionamento estreito de comunhão com Ele. Vamos seguir a sugestão de O Novo Comentário da Bíblia, página 511, quanto aos dois tópicos principais da nossa lição.

I. A conduta pessoal do hóspede de Deus (Sl 15.2,3) O termo conduta é sinônimo de comportamento ou procedimento; isto fala do caráter e dos requisitos éticos indispensáveis do viver cristão. O apóstolo Paulo, orientando o jovem pastor Timóteo, desafia-o a ter uma conduta modelar a toda prova quando escreve: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, tornate padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm 4.12). O doutrinamento dos apóstolos, conforme escrito nas epístolas, está repleto de orientação, exortação e oestação que fazem a diferença entre aqueles que estão em comunhão com Deus e os outros que negligenciam esses valores morais da vivência e do testemunho. 1. O ensino positivo quanto à conduta pessoal (15.2)

O que vive com integridade (15.2). Notemos que o termo “hóspede de Deus”, relacionado ao homem que deseja habitar no tabernáculo e morar no santo monte do Senhor, vai além da comunhão temporária e transitória de alguém que se aloja num hotel e no outro dia vai embora. Morar e habitar dão a ideia de residência fixa e permanente. Assim, também o que vive em integridade deve ter uma prática contínua dessa virtude e não apenas um surfar esporádico nas ondas de movimentos perfeccionistas. Observemos os exemplos de Noé, Abraão e Paulo, respectivamente em Gênesis 6.9; 17.1 e Filipenses 3.4-14. O que pratica a justiça (15.2). A prática da justiça geralmente está direcionada a Deus, ao próximo, à família e à igreja. Muito se clama hoje por justiça social e pouco se fala na justiça para as outras áreas da vida. O relacionamento com Deus para muitos é palmilhado por infidelidade e desobediência. O relacionamento familiar é tumultuado por atitudes grosseiras e injustas; por isso surgem tantas separações, revoltas e incompreensões. O relacionamento eclesiástico e denomi-nacional,

infelizmente, está contaminado de deslealdade, traição e descomedimentos.

aplicação

Quando eu não dou e não faço aquilo que é traçado pelo direito que outros têm, estou sendo

O que fala a verdade de coração (15.2). Vivemos no meio de uma geração que ama a mentira e que galanteia com inverdades. Somos influenciados pelos costumes da época em que as fantasias, as ilusões e as fábulas provocadas pela crendice e ingenuidade religiosas desacreditam e vulgarizam a fé cristã. O pai da mentira tem arrastado crentes incautos a fim de que vivam uma farsa constante de existência.

aplicação

Se quisermos viver no elevado estágio da comunhão, temos de ser fiéis à verdade e verbalizá

O apóstolo Paulo ensina: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25). 2. O ensino negativo quanto à conduta pessoal (15.3)

O que não difama com a língua (15.3). No salmo 12, o salmista pede socorro a Deus por causa do desaparecimento dos piedosos fiéis nos seus dias (12.1) e descreve, em seguida, a triste realidade do linguajar falso, bajulador e soberbo (12.2-4). Apresenta também o contraste enorme entre o falar difamador e a palavra de Deus: “As palavras do Senhor são palavras puras” (12.6,7). Ver ainda Salmo 5.9; 10.7; Tiago 3.1-12. O que não faz mal ao próximo (15.3). Russell N. Champlin, no seu comentário dos Salmos, escreve: “Não faz mal ao próximo. Isso porque a segunda maior lei da legislação mosaica, na qual todas as outras se cumprem, consiste em amar ao próximo e fazer-lhe o bem” (Mt 22.39; Rm 13.8).

II. A conduta social do hóspede de Deus (Sl 15.4,5) 1. O ensino positivo quanto à conduta social (15.4)

Tem por desprezível ao réprobo (15.4a). Se quisermos permanecer na presença do Senhor, nossa atitude moral deve ser de repulsa ao homem mau e perverso, principalmente aquele que vive impiamente na congregação. Um dos pecados de Eli foi a omissão de não repreender seus filhos das

impiedades que cometiam em Israel; tornou-se ivo e conivente numa situação que requeria repreensão e repúdio (1Sm 3.11-14). Honra aos que temem ao Senhor (15.4). É pelo temor a Deus que o crente se qualifica na adoração reverente. Honrar os que temem a Deus é prova inconteste de temor e sabedoria, o que demonstra qualidade espiritual.

2. O ensino negativo quanto à conduta social (15.4, 5)

O que jura com dano próprio, e não se retrata (15.4). A palavra do crente deve ser “sim sim e não não”. Aquele que deseja entrar no trono da graça, para ter o livre, tem de ser um homem correto; que leve a sério seus compromissos, ainda que as circunstâncias tenham se transformado em danos pessoais. Ver o exemplo de Jefté em Juízes 11.29-40. O que não empresta seu dinheiro com usura (15.5). Era estabelecida na lei a proibição da cobrança de juros a um israelita pobre: “Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor que impõe juros” (Êx 22.25). No mundo capitalista há uma verdadeira exploração nos negócios de empréstimos, e muitos são escravos de suas dívidas por causa dos juros exorbitantes. A lei da moderação deveria ser aplicada (ver Lv 25.35,36). Duas perguntas devem ser feitas. 1. É pecado o crente cobrar juros? 2. Quando há juros elevados, quem mais sofre e quem mais se beneficia? O que não aceita suborno contra o inocente (15.5). Um dos casos típicos de suborno contra um homem inocente está registrado em 1Reis 21.5-13, quando Jezabel subornou dois homens malignos para testemunharem falsamente contra Nabote, o jezreelita, para que fosse apedrejado e Acabe tomasse sua herança.

Está escrito na lei: “Também suborno não aceitarás, porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras dos justos”(Êx 23.8, cf Dt 27.25).

Conclusão “Quem deste modo procede não será jamais abalado”. (Salmo 15.5) A comunhão com Deus, para muitos de nós, está extremamente abalada. Com isto toda nossa vida estremece de dúvidas e medo, o que leva à depressão. As qualificações listadas nos versículos 2 a 5 nos fazem aptos, pela graça de Deus, à comunhão com Ele. Seremos dignos, assim como o israelita íntegro era digno de participar da adoração no templo do Senhor. Se armos no teste divino da integridade, da justiça e da retidão, o novo caminho que Cristo nos consagrou pela Sua própria carne estará aberto (Hb 10.20) e entraremos no tabernáculo celestial, onde temos o Sacerdote e Advogado que comparece por nós diante do Pai (Hb 8.1,2; 1Jo 2.1 ,2).

6 O supremo Pastor Profª. Betty Bacon

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Sl 23.1-6 Is 40.1-11 Is 63.9-14 Ez 34.1-11 Ez 34.12-24 1 Pe 5.1-4 Hb 13.20-21

texto básico texto devocional

versículo-chave “Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio cam

alvo da lição O aluno será esclarecido sobre o que se inclui no cuidado pastoral de Jesus, as implicações di

Pastorear ovelhas é uma das profissões mais antigas do mundo (ver Gn 4.2; Jó 1.3). Os povos nômades do Oriente Médio contavam suas riquezas em termos do gado bovino e ovino que possuíam (Gn 34.25). Jacó e seus descendentes eram peritos no ofício que exerciam (Gn 47.3,6). Moisés, e depois dele, Davi, tiveram experiência pessoal no ramo. Por isso, o relacionamento ovelha/pastor fornecia ilustrações que qualquer israelita entenderia bem. Nos dias do Senhor Jesus não era diferente. Na noite em que Ele nasceu, “Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos”. Foram os primeiros a adorar o Cristo (Lc 2.8-20).

I. Os pastores do Antigo Testamento Israel era um povo pastoril. Deus usou o pastoreio de ovelhas para treinar líderes de Seu povo. Cuidando de ovelhas, aprenderam como se deve cuidar do povo de Deus. 1. As variadas necessidades da ovelha. Ela precisa de:

Pasto suficiente (Sl 23.2). Água calma -a ovelha não bebe de riachos turbulentos (Sl 23.2). Direção para evitar perigos e encontrar segurança (Sl 23.3). Proteção contra inimigos (1Sm 17.34-36; Jo 10.12). Fazer parte do rebanho (Jo 10.16).

2. Jacó como pastor

Protegia e cuidava dos rebanhos de dia e de noite (Gn 31.39-40).

Dava atenção especial às ovelhas com crias (Gn 33.13). Tinha Deus como o seu pastor (Gn 48.15,16).

3. Moisés como pastor

Viu as necessidades do rebanho de Jetro, antes de conhecer o dono (Êx 2.16-17). ou 40 anos no deserto, cuidando das ovelhas do sogro (Êx 3.1). Estava pronto a perder-se, se as suas “ovelhas” fossem salvas (Êx 32.32).

4. Davi como pastor

Como jovem cuidava das ovelhas do pai (1Sm 16.11). Defendia-as contra grandes perigos (1Sm 17.34-36). Como rei, via seus súditos como ovelhas, e se prontificava a sofrer no lugar delas (2Sm 24.17).

No AT, o pastor era o rei, responsável pela defesa e pela provisão de seu povo. Aos filhos de Deus, a provisão e o reino estão preparados desde a fundação do mundo! (Mt 25.33-34).

II. O resumo do salmo (Sl 23.1) O versículo 1 resume o salmo todo.

1. Este Pastor permite que tenhamos um relacionamento pessoal muito estreito com Ele. Ele é meu pastor (23.1; Jó 19.25; Sl 42.5,11; Mq 7.7; Hc 3.18; Jo 20.28; Fp 3.8). Esse relacionamento pessoal é reconhecido pelo Senhor, também. São “minhas ovelhas” (Jo 10.14), “meu(s) servo(s)” em Jó 2.3 e 42.8; Ez 38.17; At 2.18. 2. Esse Pastor supre todas as nossas necessidades (2Pe 1.3; 2Co 9.8).

III. A provisão pelo pastor (Sl 23.2-6) Examinemos as bênçãos que não faltam à ovelha deste Pastor. 1. O Pastor sustenta espiritualmente (v.2) – ver 2Pedro 1.3. 2. Dá paz e descanso (v.2) – ver João 21.15-17; Mateus 11.28; João 14.27. 3. Restaura nossas forças (v.3) – ver Ezequiel 34.16. 4. Faz com que vivamos com retidão (v.3) – As “veredas da justiça” são as que Ele mesmo abriu (Sl 40.8). Sem a Sua direção, ninguém consegue viver a justiça (Fp 2.12-13; Gl 5.22-23; 2Tm 2.19). 5. Protege até quando a morte lança a sua sombra, pois Ele é o lírio de todos os vales (v.4) – ver João 11.25; Apocalipse 1.18. Nem a morte poderá nos separar Dele (Rm 8.38-39). Observe como aqui o pronome muda. O salmista a a falar diretamente com o Senhor que tanto ama, como aconteceu aos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.15). 6. Disciplina com a vara e o cajado (v.4) – A disciplina desse Pastor protege (Hb 12.7-11). 7. Prepara a mesa de banquete (v.5) – A mesa na Bíblia simboliza comunhão (ver Lc 22.15; Ap 3.20). Estamos aproveitando o convite de comer com Ele? Maravilhoso que esta comunhão se pratica “à vista dos meus inimigos”. Quanto maiores as pressões e a hostilidade dos maus, mais precisamos

cultivar o convívio com esse Pastor. Mais maravilhoso ainda, o óleo na cabeça e o cálice a transbordar relembram o Espírito que é a promessa de Deus à ovelha de Cristo, e a vida abundante que Ele deseja para os Seus (Jo 10.10). 8. Cerca-a com bondade e com fidelidade (v.6) – marcas inconfundíveis do Pastor. A Sua fidelidade garante a segurança de cada ovelha que Lhe pertence, nesta vida e na eternidade (Êx 34.6-7). 9. Conduz à casa do Senhor (v.6) – Davi exultava na alegria do culto ao Senhor. Esta alegria havia de continuar no lar celeste (Jo 14.3-4).

Conclusão Se temos Jesus como o nosso Pastor, Ele nos garante todas as bênçãos. Estas incluem a satisfação espiritual, o caráter transformado, a presença Dele mesmo nas horas mais escuras e a comunhão com Ele nesta vida e para toda a eternidade.

7 A felicidade de ser perdoado Pr. João Batista Cavalcante

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2 Sm 11.1-26 2 Sm 12.1-31 Sl 51.1-12 Sl 51.13-15 Rm 8.6-8 1 Pe 2.24 Ef 1.7-14

texto básico texto devocional versículo-chave “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto”

alvo da lição O aluno aprenderá, mediante a exposição bíblica, a alegria e a satisfação que há em se manter

O salmo 32 fala de uma profunda alegria que é possível para aqueles que são chamados de justos e retos de coração. A expressão “bem-aventurado”, encontrada nos versículos 1 e 2, é ligada a três outras palavras encontradas no final do salmo que demonstram o estado de espírito vitorioso e exuberante daqueles que recebem o perdão de Deus: 1. alegrai-vos no Senhor; 2. regozijai-vos, ó justos; 3. exultai, vós todos que sois retos de coração. Caminhos para uma vida exultante como filhos amados de Deus – esse é o tema da lição que estudaremos hoje.

I. A consciência do pecado Uma primeira observação natural para quem lê este salmo é que o pecado é tomado como ponto de partida de toda a discussão. Não há dúvida de que há pecado, estando ele oculto ou confessado! O que chama a atenção é o alívio recebido pela pessoa que o confessa. Não havia como negar a existência daquilo que produzia no salmista tamanho sentimento de culpa e tão profundo incômodo. O fato do pecado é estabelecido nos versículos 1 e 2 e repetido no versículo 5 com clímax enfático. Os versículos 3 e 4 narram as sequências da enfermidade moral: dor profundamente enraizada, gemidos involuntários (v.3) e o sono que não trazia alívio, mas sim profunda desarmonia. A obstinada resistência de tal repressão ia constantemente reduzindo o seu vigor como uma árvore se resseca numa seca prolongada (v.4). Diz o texto: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” O peso é maior do que se pode ar, e a experiência é de morte iminente. Derek Kidner faz uma interessante ligação entre esses sentimentos testemunhados pelo salmista com o que acontece com a pessoa que sente falta de condições de participar da ceia do Senhor, em 1Coríntios 11.28-30: “Examinese, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão

por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem”. A palavra traduzida por iniquidade, no versículo primeiro, fala de “ir além dos limites fixados por Deus, rebelar-se contra Sua autoridade”. A palavra pecado fala de “errar o alvo, viver longe dos propósitos de Deus para nossa vida”. Já no versículo três, iniquidade fala de perversidade, vindo da ideia de torcer, transviar, arruinar tudo o que é reto. Dolo significa “engano, o ato de prender um animal numa armadilha, ou trair um ser humano no ‘conto do vigário’, insinceridade, falsidade, hipocrisia”. Não é de se irar que essa pessoa manifeste tamanha alegria diante do perdão, pois na mesma proporção em que se tem consciência do pecado, também se tem alegria diante da bendita ação regeneradora de Deus em nossa vida.

II. O perdão do pecado A segurança do perdão de Deus para nossa vida é outro elemento indispensável para a experiência de alegria e paz por parte da pessoa que teme ao Senhor. O perdão de Deus toma três formas para cancelar tantos pecados. 1. Pecado perdoado – levar embora, como Cristo carregou nossos pecados na cruz (1Pe 2.24). 2. Pecado coberto – é a expiação. O crente é escondido ou revestido pela justiça de Cristo. 3. Atribuição de justiça – levar em conta. Paulo cita o salmo em Romanos 4.6-8 para mostrar a palavra “atribui” como sendo a imputação de justiça – Deus nos tratando como sendo justos, independentemente dos nossos merecimentos. No lugar de levar em conta nossos pecados (que merecem castigo severo da parte de Deus), Ele leva em conta a justificação que há em Cristo Jesus. O versículo 7 destaca que com o perdão vem a segurança e a libertação do pecado, de Satanás, da tristeza, da morte e do julgamento. Veja Efésios 1.7-14. O Novo Testamento nos ajuda a entender esse precioso ensino com o registro da história da mulher que lavou os pés do Senhor com lágrimas e Lhe enxugou os pés com os cabelos, além de ungir-Lhe a cabeça com bálsamo. O texto está em Lucas 7.36-48. Vale a pena destacar as palavras de Jesus nos versículos 44-47: “E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua

casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” 1. A alegria do perdão (1-5) Esses versículos descrevem a grande satisfação e grande liberdade da alma cujo pecado tem sido coberto, cancelado e purificado pelo Senhor (veja Rm 8.6-8). O ponto focal é o versículo 5 com a confissão. Ela tem tamanho efeito que muda a orientação do poema a partir do versículo 6, quando o salmista começa a testemunhar aos outros sua alegria e a oportunidade que é dada a todos aqueles que arem pelo mesmo caminho que ele experimentara em Deus. 2. A base da oração confiante A experiência pessoal de Davi sobre o perdão de Deus (v.1,2) é apresentada como base de um convite para que qualquer pessoa piedosa ore confiadamente “enquanto o Senhor pode ser achado” (v.6 e 7). Essa porção do texto é muito parecida com Isaías 55.6, e destaca que a vida é incerta, e nossa libertação do orgulho e da paixão é como o enfrentamento de uma tempestade forte. Devemos enfrentar nossos temores, tomar decisão firme e buscar o Senhor enquanto há oportunidade no tempo da graça de Deus.

III. O abandono do pecado Os versículos 8 e 9 são paralelos aos 3 e 4. O ser humano culpado, silencioso e doentio, é substituído pelo novo homem pronto a dar o seu testemunho pessoal; o isolamento com o pecado é substituído pela comunhão e edificação mútua; e o coração teimoso como um animal selvagem é substituído por um coração dócil e que se deixa ensinar. Essa visão é a mesma do salmo 51, especialmente nos versículos 13 a 15, em que o resultado do arrependimento é uma disposição para o ensino às pessoas ao redor, sempre em busca de um retorno do pecador ao Senhor Jesus.

Nesses versículos se acha uma promessa de direção divina e uma advertência contra a obstinação. A promessa de que Deus vai instruir, ensinar, aconselhar. Do outro lado, para que possamos receber essas bênçãos, precisamos ser submissos a Deus. Os freios e os cabrestos não são para afastar os cavalos, mas para guardá-los bem perto e para encorajá-los a cumprir sua vontade. Esse texto lembra também a palavra do Senhor a Saulo (que veio a ser o apóstolo Paulo) na estrada de Damasco. A insistência no pecado é como marchar em direção contra os “aguilhões” de Deus, numa teimosia que leva ao sofrimento e à morte. Os dois últimos versos falam das alternativas: o pecado provoca o castigo ou a misericórdia – a diferença reside na disposição de arrependimento e confissão. Destaque para a fidelidade e misericórdia do Senhor. Essa preciosa lição segue o padrão de Gênesis 15.6, quando Abrão recebe uma promessa de Deus e coloca Nele a sua confiança. A Bíblia diz: “Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça”. Essa é a resposta que o Senhor dá a Davi: se o perdão é bom, a comunhão é ainda melhor. A proposta do Senhor é maravilhosa: “guiar-te-ei com os meus olhos”! (Veja Sl 123.2.) O resultado do pecado foi afastamento do homem em relação a Deus, porque os nossos pecados faziam separação entre nós e o nosso Deus, e encobriam o Seu rosto de nós para que não nos ouvisse (Is 59.2). Mas o convite, agora, é para não mais andarmos distantes de Deus. Uma vez que fomos livres do pecado, podemos nos achegar para a luz (Jo 3.16 em diante) e viver em comunhão com Ele.

Conclusão O final do salmo 32 nos conduz de volta ao tema das primeiras palavras: bemaventurado. Nos versículos 10 e 11 temos um testemunho pessoal, tendo em vista os versículos 3 e 4, para conclamar os adoradores a exultarem de alegria com cantos de livramento. Voltamos também ao tema do salmo, que fala de alegria imensa resultante do perdão que encontramos em Deus. A consciência do pecado, a confiança de que o Senhor fiel e maravilhoso nos perdoa em Jesus Cristo (Ele é fiel e justo para nos perdoar de toda a injustiça!) e os novos caminhos encontrados a partir do encontro com o Senhor vão nos dar esse sentimento maravilhoso de alegria e paz, exatamente como só podemos encontrar em Jesus Cristo, nosso Senhor.

aplicação

E você? Tem desfrutado alegria e paz vindas do único Senhor e Salvador, Jesus Cristo? Se nã

8 Esperança na tristeza Pr. Jessé Ferreira Bispo

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sáb

dom

1 Co 4.1618 Tg 5.711 Rm 8.1827 1 Sm 1.120 1 Sm 2.110 1 Pe 2.1825 Sl 42.111

texto básico texto devocional

versículo-chave “Porque estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, p

alvo da lição O aluno aprenderá a reconhecer que sofrimento contribui para o desen-volvimento de nossa f

Existe um consenso entre os estudiosos bíblicos de que este salmo foi composto por pessoas que estavam vivendo em um cativeiro longe de sua pátria (os filhos de Coré) sob a opressão de um inimigo impiedoso. Nesse período os salmistas comeram o pão de dores. Eles apresentam neste salmo uma rica lição do valor que existe no tempo de aflições no deserto para o progresso de nosso conhecimento do Senhor. Philip Yancey, fazendo uma análise do livro de Jó, disse que Deus tem mais interesse na qualidade de nossa confiança e obediência a Ele do que no nosso conforto temporário. Isto aos ouvidos de uma sociedade que busca de todas as formas eliminar o máximo da dor, prorrogar a vida e oferecer toda espécie de conforto ao homem, é algo extremamente aversivo. Ouvir sobre a necessidade de andarmos neste caminho para o desenvolvimento da espiritualidade parece absurdo. Porém quem estuda a Bíblia com critério não terá muita dificuldade de alimentar essa tese. Ana, a mãe do profeta Samuel, teve seu ventre impedido de gerar um filho por longo tempo, por uma intervenção direta do Senhor (1Sm 1.5,6). Esse tempo de privações deu-lhe uma espiritualidade capaz de produzir uma das mais belas expressões de adoração ao Senhor do Universo (1Sm 2.1-10). A Bíblia possui muitos exemplos semelhantes. Pedro disse que é coisa agradável a Deus o ar contrariedades, sofrendo injustamente pelo conhecimento que se deve a Deus (1Pe 3.19 – Edições Paulinas). Se temos essa consciência, podemos refletir nas palavras do salmista e aprender com ele algumas lições que a vida no deserto pode oferecer para enriquecer nosso conhecimento do Senhor e, consequentemente, o envolvimento integral com Ele.

I. A tristeza é um instrumento para desenvolver a maturidade espiritual Distante do conforto e alegria de sua casa, os salmistas tiveram oportunidade de

desenvolver uma intensa necessidade por Deus. Eles puderam ilustrar essa carência da alma como a da corça que carece da água para saciar a sede. am a ter necessidade de ver o Deus Vivo face a face. O deserto gera neles a necessidade de intimidade com o Senhor. Fale de como a vida no deserto é um constante buscar pelo saciar da sede, a partir da ilustração da corça, usada pelo salmista. Ali, reconhecem o valor do tempo em que participaram, provavelmente como líderes de um culto festivo ao Senhor. Eles podem dar, agora, mais valor a este dever. Uma boa ilustração para esse momento é: se os filhos de Coré alguma vez faltaram à escola dominical para participar de uma partida de futebol, puderam nesse período reconhecer que nada deve substituir o tempo reservado para estar com Deus e celebrá-Lo. Eles deverão dizer em qual circunstância deixaram de participar do trabalho do Senhor, e como se sentiram após essa atitude. Os crentes da igreja primitiva não oraram pedindo que Deus eliminasse os seus perseguidores, ou por algo que aliviasse suas aflições, mas sim para que Deus os capacitasse para divulgar com mais coragem a palavra de Deus (At 4.29). Tiago diz com muita clareza que muitos pedidos de oração não são respondidos porque nossos propósitos são pecaminosos e contrários à vontade do Senhor. Para pensar: Quando o por um momento de aflição, como tenho feito a pergunta do motivo dessa luta? “Por que Senhor?”, ou “Para que Senhor?”

II. A tristeza nos ensina a esperar em Deus Por duas vezes eles se animam a colocar sua esperança no Senhor (v.5,11). Na solidão, eles se veem na necessidade de fazer algumas perguntas que podem conduzi-los ao verdadeiro conforto que vem do livramento futuro das mãos do Senhor. Por que, minha alma, você está abatida? Por que, minha alma, você sofre essa angústia? Ponha a sua esperança em Deus! Os salmistas colocam a própria alma no “divã”, e depositam, por meio da fé, a esperança em Deus.

A vida de oração dava condições para provarem as misericórdias durante as horas do dia e a consciência da presença de Deus era motivo para canções durante as horas da noite. Para pensar: Como tenho enfrentado os conflitos quando estou só?

III. A tristeza do presente não é o fim Parece que o lugar de aflição ficava nos outeiros de Mizar, nas terras do Jordão e nos outeiros de Hermon. Ali havia um terrível inimigo que desprezava a grandeza do Deus Vivo e questionava se existia sentido em confiar Nele. Os filhos de Coré identificam o momento presente como alguém que é levado pela força de uma poderosa cachoeira (v.7). A relação íntima com o Deus Vivo abre o diálogo para questioná-Lo sobre o sofrimento. Ele é tão intenso que lhes dá a impressão que os ossos foram esmigalhados (v.9,10). Mas não perdem a compreensão de que Deus é sua Rocha. Dentro desse contexto o coração de cada um se renova em esperança (v.11). Podem compreender que esse momentâneo silêncio de Deus vai terminar. Há uma esperança que vai além do sofrimento físico. Paulo afirma que a momentânea tribulação produz eterno peso de glória, acima de toda comparação (2Co 4.17). Asafe também nos convida a levar nossa esperança além da visão do presente mundo quando diz: “ainda que a minha carne e meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sl 73.26). É possível que muitos crentes, como os irmãos da igreja perseguida que estão espalhados pelo mundo, utilizem essa palavra de Asafe para fortalecer sua esperança. Para pensar: Que atitude tenho tido para resistir às adversidades? Consigo enxergar que a angústia do presente não é o fim? Creio no que Paulo ensina, que a momentânea tribulação é um caminho para desfrutar de gozo eterno?

Conclusão

Os autores do salmo 42 nutrem uma esperança para sobreviver à tristeza que vivem no presente. Esse ambiente deu a eles condições para: • estruturar as raízes de sua relação com Deus (v.1,2); • valorizar o significado do culto ao Senhor (v.4); • ter uma saudável experiência de oração (v.8); • entender que a alegria de seu opressor era apenas ageira (vs. 5,11).

9 Saindo do abismo Pr. José Humberto de Oliveira

leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Is 1.10-20 Is 43.22-28 Mq 7.18-20 Mt 9.1-8 Jo 8.1-11 Cl 2.8-15 Hb 10.19-25

texto básico texto devocional versículo-chave “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável”

alvo da lição O aluno aprenderá com Davi os sinais do arrependimento genuíno e que o perdão de Deus est

O salmo 51 faz parte dos salmos chamados “penitenciais”. Um outro salmo penitencial, diretamente ligado a este, é o salmo 32, que apresenta fundo histórico semelhante. A diferença é que, enquanto o salmo 32 relata o período de silêncio e pecado encoberto de Davi, o salmo 51 mostra o que saiu da boca do rei quando ele resolveu confessar seu pecado hediondo. Certamente o maior legado deste salmo é nos revelar o que caracteriza um homem verdadeiramente arrependido. Não apenas decepcionado consigo, mas arrependido. Não apenas revoltado com suas próprias fraquezas, mas arrependido. Não apenas cheio de remorso, mas arrependido. Pois a tristeza pelo pecado e uma vida diferente são os principais sinais de alguém que vive um arrependimento genuíno.

Use a técnica do interrogatório para este estudo. O tema requer profunda reflexão dos alunos.

I. A Confissão (Sl 51.1-6) “A queda de Davi deveria pôr em guarda todos os que não caíram e salvar do desespero todos os que caíram.” (Agostinho) Observe que em todo convertido que a Bíblia menciona, o arrependimento está presente. A vida dos homens e mulheres que fizeram história com Deus em tempos ados, que conheceram a graça e o poder de Deus, foi sempre marcada por evidências claras de arrependimento. “O pecado nunca muda o seu caráter”, afirmou Martyn Lloyd-Jones (O Clamor de um Desviado, PES, p.17). Por isso o que Davi afirma acerca do pecado neste salmo serve para qualquer pessoa em qualquer raça, tribo ou nação. A pessoa verdadeiramente arrependida demonstra, pelo menos, as seguintes atitudes. 1. Sente-se responsável pelo próprio pecado Isso está caracterizado pelos pronomes pessoais: mim, minhas, me, meu, de mim, eu; que encontramos repetidas vezes nos seis primeiros versículos deste salmo. Davi não ficou culpando Bate-Seba. Não adianta procurar justificativa. O primeiro casal procurou esta “saída” no Éden, mas não resolveu (Gn 3.8-19). Alguém já disse que diante do pecado, os homens têm, normalmente, três reações. a. Negação (1Jo 1.6). Essa é a mais simples e mais direta delas. Apenas negamos algo; mentimos a respeito. Recusamo-nos a reconhecê-lo. “Mentimos mais alto quando mentimos a nós mesmos” (E.C. Mackenzie). b. Racionalização (1Jo 1.8). Tentamos dar razões que justifiquem nosso comportamento. Alguém disse que existem duas razões para tudo quanto fazemos: uma boa razão e a verdadeira razão. Neste caso, enganamos a nós mesmos. “Quem se desculpa quase sempre se acusa” (Gabriel Meurier).

c. Projeção (1Jo 1.10). Culpamos outros pelos nossos pecados, erros, falhas, fracassos e problemas. Projetamos nossos defeitos em outra pessoa. “Cada história tem três lados: o seu, o meu e os fatos” (Eleanor L. Doan). 2. Reconhece a natureza do ato que praticou As três expressões que Davi usa no salmo são: “Transgressões, iniquidade e pecado”. a. “Apaga as minhas transgressões” (v.1). O termo significa “rebelião, revolta da vontade contra a autoridade, e especialmente contra uma pessoa de autoridade” (Lloyd-Jones, ob. cit., p.20). Literalmente é “ultraar um limite fixado.” Por isso, é preciso que haja algo proibido para que possa haver uma transgressão (Champlin). b. “Lava-me completamente da minha iniquidade” (v.2). O termo usado na Septuaginta (versão grega no AT) significa “ilegalidade”, “injustiça”. Davi quebrou uma lei. c. “Purifica-me do meu pecado” (v.2). O conhecido termo hamartia significava originalmente “erro do alvo”, “fracasso”, “ofensa”. Não podemos chamar de doença, problema ou vacilação o que a Bíblia chama de pecado. O arrependido classifica seu ato com o nome e a seriedade que deve ter. 3. Reconhece que tudo foi praticado contra Deus e diante de Deus “Pequei contra ti, contra ti somente.” (Sl 51.4). Enquanto o homem não reconhece contra quem, de fato, está pecando, não sentirá necessidade da misericórdia divina, afirmou John Stott. Davi não disse “contra Bate-Seba, contra Urias, contra meu povo, etc.” Lloyd-Jones acredita que aqui esteja a essencial diferença entre remorso e arrependimento. “Um homem que sente remorso é alguém que reconhece o seu erro, porém não tem se arrependido até que perceba que pecou contra Deus” (ob. cit., p.23). 4. Reconhece que sua natureza é essencialmente pecaminosa

“Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (v.5) É como se ele estivesse dizendo: “Não é o mundo fora de mim, mas é algo dentro de mim que está corrompido.” Conclusão semelhante teve o apóstolo Paulo em Romanos 7.21-23 (leia também Romanos 3.9-12). Stott concluiu: “Quando nos vemos como realmente somos, por um lado rebeldes contra Deus e sob o julgamento Dele, e por outro, prisioneiros de uma natureza corrupta, é que, como Davi, nos desesperamos com nossa condição e clamamos a Deus por misericórdia” (Salmos Favoritos, p.63).

II. A Petição (Sl 51.7-12) “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém.” (Jó 14.4) Então é preciso criar algo novo, e criar cabe a Deus. Por isso é que Davi pede: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51.10). Diante de todo o reconhecimento do estado em que Davi se encontrava, ele foi levado a pedir onze coisas a Deus, que só Deus poderia conceder. Vamos enumerá-las. 1. “Purifica-me com hissopo” (v.7) Hissopo é o nome de uma planta usada na purificação do leproso (Lv 14.6-7). Mas aqui é usado no sentido figurado, pois quem purifica Davi é Deus e não a planta. 2. “Lava-me, e ficarei mais alvo que a neve” (v.7) 3. “Faze-me ouvir júbilo e alegria” (v.8) 4. “Esconde o teu rosto dos meus pecados” (v.9) 5. “Apaga todas as minhas iniquidades” (v.9)

6. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (v.10) 7. “Renova dentro em mim um espírito inabalável” (v.10) 8. “Não me repulses da tua presença” (v.11) 9. “Nem me retires o teu Santo Espírito” (v.11) 10. “Restitui-me a alegria da tua salvação” (v.12) 11. “Sustenta-me com um espírito voluntário” (v.12) É evidente que em cada uma dessas petições há riqueza de ensinamentos para nós. Mas precisaríamos muito mais que esta lição para esse detalhamento. Entretanto, podemos resumir que tudo o que Davi queria era uma consciência limpa, um coração puro, além de paz e alegria na alma. Condição que, hoje, somente o precioso sangue de Jesus Cristo pode nos proporcionar (Hb 10.19-22).

III. A Restauração (Sl 5113-19) “Se Deus não perdoasse primeiro com misericórdia,não encontraria a quem coroar no julgamento.” (Schökel-Carniti) Vimos na primeira divisão desta lição que a negação, a racionalização e a projeção não resolvem o problema do pecado. A solução está na confissão (1Jo 1.9). Pois não podemos confessar a Deus o que não reconhecemos para nós mesmos. Ao fazer isto, Davi experimentou o perdão de Deus, e isto fez com que ele tivesse uma nova atitude para com Deus, mas também com seu próximo. E é disto que a última parte deste salmo trata. Pois ao falar em “ensinar aos transgressores” os caminhos de Deus (v.13) e em “sacrifícios agradáveis a Deus” (v.17), o salmista confirma que: “O pecado é um débito que Deus quita; o pecado é uma mancha que Deus remove” (John Stott).

Conclusão

Davi nos ensinou neste salmo o que há no coração de um homem verdadeiramente arrependido. O salmo ajuda-nos até mesmo a encontrar as palavras certas que devemos proferir diante de Deus, quando estamos buscando o Seu perdão. E a dolorosa e amarga experiência de Davi também certifica o que disse alguém: “O pecado o leva mais longe do que você jamais teve a intenção de ir; o pecado o retém mais tempo do que você jamais teve a intenção de ficar; o pecado lhe custa bem mais caro do que você jamais teve a intenção de pagar.” No salmo 32 o mesmo autor acrescenta que o homem perdoado entra na lista dos bem-aventurados: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo” (Sl 32.1-2). E esta é a grande mensagem do evangelho de Jesus Cristo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

10 “Louvem-te os povos todos” Pr. Bill Bacheller

leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex

sáb

dom

Gn 12.1-3 Nm 6.2227 Is 11.1-9 Êx 34.6-7 Is 55.1011 Sl 65.114 Sl 100.12

texto básico texto devocional versículo-chave “Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão”

alvo da lição O aluno entenderá que evangelizar inclui compartilhar sobre Deus e Seus feitos com os não c

O processo evangelístico no Novo Testamento fica definido pelo verbo mais comum: IR. Em contraste, George Peters no seu livro “Teologia Bíblica de Missões” apresenta a ideia que no mundo das nações do antigo Oriente Médio, o papel missionário de Israel era convidar os povos para VIR até a nação (p.28). O salmo é uma expressão alegre e desejosa de ver o Deus e Rei de Israel conhecido e adorado como o Deus e Rei do mundo. Missões no Antigo Testamento, em grande parte, eram feitas sob “efeito de ímã”. Isto quer dizer que Israel funcionava como um ímã espiritual, atraindo as nações a ela. O ambiente do salmo cheira à fumaça do fogo da aliança feita com Abraão em Gênesis 15, seguindo as promessas de Deus de Gênesis 12.1-3. A ideia de que Deus fará uma bênção de Abraão e ele será uma bênção para todas as nações se reflete no texto deste salmo. O título do salmo é o primeiro versículo no texto hebraico, e inclui termos técnicos para designar vários tipos de salmos. O termo “salmo” significa “uma canção acompanhada pelo tanger das cordas de um instrumento”. A frase “Ao mestre de canto” significa que foi dedicado ao chefe do coro de levitas que ministrava no santuário.

I. Abençoe-nos para que as nações se convertam (Sl 67.1-2) Se o espírito do salmo é o da esperança abraâmica, seu texto é a bênção aarônica. O versículo primeiro faz eco a três das palavras-chave de Números 6.24-25. A bênção dos lábios dos sacerdotes virou uma oração na língua do autor do salmo. Graça pode ser descrita como favor, amizade ou bondade para conosco (Gn 6.8; 18.3). Podemos interpretar como presentes dados a nós por Deus (Rm 15.15; 1Co 15.10; Ef 3.8). A ideia básica de abençoar é semelhante. Deus nos abençoa quando nos dá algum presente temporal ou espiritual (Gn 1.22; 24.35; Jó 42.12; Sl 45.2; 104.24). O pedido do salmista é que Deus abençoe Israel com bens materiais, com saúde, com shalom (paz, integridade) para que os povos da terra conheçam o caminho e a salvação de Deus. Essa “vida boa” nacional e particular mostrará que Jeová, o Deus de Israel, é fonte de bênçãos e atrairá pessoas a seguirem o caminho do Senhor. O salmista pede com motivos puros, desejos altruísticos. Ele pede que a

bênção possa redundar em honra a Deus e na salvação dos povos não crentes. E salvação neste salmo é bem “deste mundo”. Salvação, neste trecho, significa libertação de pobreza (v.1), injustiça (v.4) e fome (v.6), Aplicação pessoal: Os seus motivos de pedir bênçãos de Deus são puros? Uma porção dos seus bens também está sendo usada na expansão do reino de Deus fora do Brasil?

II. Alegrem-se os povos da terra porque Deus os governa e guia (Sl 67.3-5) O autor convida todas as nações a que louvem a Deus, se alegrem, e exultem Nele, devido ao ato de governar (shafat - o mesmo verbo usado para a ação dos juízes) com equidade. Equidade no sentido literal significa “um lugar nivelado, plano, onde não há nenhum obstáculo”. Figurativamente, então, o rei Jeová governa todos os povos de maneira nivelada, sem ter obstáculo que deixaria um ou outro povo desnivelado em receber tratamento não justo. O verbo guiar é o mesmo do salmo 23.3, onde o Senhor pastoreia e orienta a ovelha em tempos de crise. Embora pensemos que as nações possam ficar fora da orientação de Deus, elas, querendo ou não, são tratadas como ovelhas do Grande Pastor. O ideal seria os povos observarem o Rei governando com equidade e pastoreando a nação Israel. Esse modelo serviria para convencê-los do mesmo comportamento do Rei sobre os Seus súditos. Se assim compreendessem, os povos iriam louvar, se alegrar, e exultar. Não aconteceu. Portanto, o desejo ainda existe na alma do autor. Os verbos em hebraico são todos no futuro, expressando o desejo do salmista. Aplicação pessoal: Há pessoas querendo se converter devido à maneira que você governa com equidade sua casa? As assembleias na sua igreja são modelos de governar com justiça e guiar como um pastor? As assembleias iriam atrair o não crente? E os políticos evangélicos? Eles atraem o povo brasileiro para o Deus de Israel?

III. Deus nos abençoou e, portanto, os povos o

temerão (Sl 67.6-7) O argumento do autor segue a seguinte linha: porque a colheita foi tão produtiva (v.6) e é uma prova da bênção de Deus entre nós, os povos da terra não terão nenhuma outra opção senão seguir o caminho do Deus nosso (v.7). A produtividade da nossa terra mostra que o Deus de Israel é a única fonte sobrenatural em que os povos podem confiar. Aplicação pessoal: os que vivem em cidades cosmopolitas, e os que vivem em regiões rurais, mas têm estrangeiros em seu meio, têm grandes oportunidades de convidar membros das nações para VIR e participar nas colheitas da sua casa ou fazenda. Seria uma boa oportunidade de agradecer a Deus, testemunhando a um visitante.

Conclusão O salmo 67 é um chamado para colocar equilíbrio na estratégia e metodologia de evangelismo mundial. Devemos aproveitar que o Brasil é um país onde há mais e mais estrangeiros entre nós. Missões do Antigo Testamento eram principalmente baseadas no princípio, “Venha pra cá e observe a bênção de Deus em nossa vida comunitária, e será convertido”. A ênfase do mundo ocidental atual, no qual o Brasil está inserido, está no “IR” do Novo Testamento, como deve ser. Portanto, a distorção vem quando o povo ocidental atribui o “IR” à teologia bíblica, enquanto uma porção grande dos que estão indo são motivados por ativismo, não por teologia. Como Kidner fala no seu comentário de Salmos: “O salmo nos anima a orar assim: que Deus, que produz tanta coisa a partir de tão pouco, distribuindo-a em amor, possa nos abençoar de tal modo que nós nos tornemos, por nossa vez, a bênção do mundo inteiro” (p.259).

11 Como reagir à oposição Profª. Claire Nancy Siddaway DWIGHT SMITH/SHUTTERSTOCK

leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Jo 15.17-27 1 Pe 2.18-25 Sl 109.1-31 Jr 11.18-23 Sl 35.1-28 Sl 69.1-36 At 7.54-60

texto básico texto devocional versículo-chave “Porque o Senhor responde aos necessitados, e não despreza os seus prisioneiros”

alvo da lição O aluno aprenderá como o crente deve reagir diante de oposições e entenderá alguns princípio

No salmo 69 o salmista Davi (veja At 1.16-20) expressa sua angústia diante da perseguição por seus adversários. Na sua oração ele desabafa e chega até a amaldiçoar esses perseguidores. Então, como parte desta lição, podemos considerar os chamados salmos imprecatórios, que incluem maldições desse tipo. Mas o sofrimento de Davi é uma figura (ou tipo) do sofrimento de Cristo, e vários versículos deste salmo são citados no NT referindo-se a Cristo (v.4 e 9 em Jo 2.17; v.9 em Rm 15.3; v.21 em Mt 27.48). São o ensino e o próprio exemplo de Cristo que trazem o novo ideal para o crente de como responder à oposição, zombaria e perseguição.

I. Um desabafo de desespero (Sl 69.1-5) 1. Um desabafo O salmo começa com um desabafo desesperado. Davi sente que está se afogando na tristeza por causa do seu tumulto interior diante da confusão, decepção e injustiça prolongada. Ele diz que não consegue sentir firmeza em nada (v.2). Mas, de fato, o próprio ato de desabafar em oração ajuda a colocar a situação mais em perspectiva e Deus, aos poucos, fala mais objetivamente. 2. A causa do desespero Qual é a causa desse desespero (v.4)? É que parecem incontáveis as pessoas que querem prejudicá-lo injustamente. Ser odiado sem razão foi também a experiência de Cristo, que em João 15.25 refere-se ao salmo 69.4. Ele avisou que seria a experiência comum a muitos de Seus servos (Jo 15.18-25). • Se perseguição não é a nossa experiência, será porque ainda não nos desligamos do mundo (Jo 15.19)? De fato, no Brasil, somos abençoados com pouca oposição, mas devemos lembrar que para muitos dos nossos irmãos em outros países (China, Peru, Vietnã, Irã, Turquia, Sudão, a maioria dos países muçulmanos, e outros) estas palavras são extremamente significativas (Hb 13.3). Na realidade do nosso mundo, a perseguição é uma experiência comum e a paz é que é incomum para a igreja de Cristo. 3. Um autoexame

Mesmo Davi sabendo que seus perseguidores não têm razão (v.4), sonda sua consciência, disposto a reconhecer perante Deus qualquer pecado, sabendo que Deus conhece tudo (v.5). Ele reconhece que nosso sofrimento nas mãos dos homens pode ser castigo por parte de Deus por nossos pecados (v.26). Como Jeremias 17.9,10 afirma “enganoso é o coração... quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração” (Sl 139.23,24 e Sl 19.12). • Quando achamos que estamos sendo criticados injustamente, temos a humildade de pedir que Deus nos mostre qualquer erro de nossa parte?

II. Zelo para o testemunho (Sl 69.6-12) Davi não é apenas introspectivo, mas está preocupado com a glória de Deus e o seu testemunho aos outros. Ele reconhece que quando um servo de Deus como ele está envergonhado por amor de Deus (v.7 e 9), os outros que esperam em Deus podem perder a fé (v.6), porque isto pode dar a impressão de que o Deus Justo é impotente para reagir em favor dos Seus. Ele se sente atingido pela zombaria que os inimigos fazem de Deus (v.9). Por isso chora, jejua (v.10) e se veste com pano de saco (v.11), como sinal de contrição, numa intensa busca da libertação da injustiça. Mas parece que só piora a fofoca dos grupinhos nos portões da cidade e nos bares (v.12). Como observamos na introdução, as palavras do versículo 9 são aplicadas a Jesus em João 2.17 e em Romanos 15.3. • Estou preocupado com o testemunho da minha vida, mesmo que meu zelo provoque zombaria? Estou disposto a sofrer por Cristo?

III. Um grito de socorro ao deus misericordioso (Sl 69.13-21) 1. Sua oração Nos versículos13 a 18 Davi usa as mesmas metáforas de águas profundas. Na sua angústia ora ao Deus que ele sabe ser comivo e rico em graça e

fidelidade (v.13). Ele ora desejando uma resposta urgente (v.17), que o Senhor seja seu redentor e defensor (v.18) e o livre do vexame (v.19). A certeza de que Deus compreende tudo é ainda mais preciosa (v.19) porque ele se sente totalmente sem apoio humano (v.20). 2. Sua amargura A palavra FEL (v.21) significa uma planta venenosa. É traduzida como erva venenosa em Oseias10.4 e como veneno em Deuternômio 32.32, onde é usada como sinônimo de amargos. Davi usa “dar fel por alimento” metaforicamente para significar amargura, mas fel foi oferecido, de fato, a Jesus, como lemos em Mateus 21.34, 48. João 19.28,29 fala da sede de Jesus nos momentos finais da cruz como sendo cumprimento das Escrituras. Esse salmo, e outros, como o salmo 22, não eram considerados messiânicos pelos judeus porque não esperavam um Messias que sofreria. Somente quando Cristo iluminou a mente dos discípulos (Lc 24.26, 27, 44-46) é que a igreja foi compreendendo o significado dessas agens nos salmos. • Devemos meditar nessas palavras de Davi sobre o opróbrio e ultraje, que nos fazem lembrar um aspecto do sofrimento imenso e incompreensível que nosso amado Salvador sofreu para nos salvar. Também nos sensibiliza o sofrimento de muitos dos nossos irmãos, através dos séculos e pelo mundo hoje, em nome de Cristo.

IV. Maldições dos perseguidores (sl 69.22-28) Lembrando das palavras do nosso Salvador na cruz (Lc 23.34) e de Estêvão (At 7.60), estranhamos bastante que a reação de Davi seja tão diferente. De fato, há várias outras agens dessa natureza nos salmos: Sl 6.10; 10.15; 35.1-8; 40.14,15; 55.15; 58.6-9; 59.10-15; 68.2; 83; 109; 137.8,9; 139.19-22; (além de outros trechos, 2Rs 1.10, Nm 4.5 e vários trechos em Jeremias, como 18.19-23). São chamados salmos imprecatórios. Veja Salmos 1-72, por D. Kidner (Edições Vida Nova) p. 38 a 45 e o Novo Dicionário da Bíblia, p. 1459-1460. Um aspecto essencial da angústia de Davi era que estava sendo injustiçado (v.4). Sofrer injustamente é, para o crente, uma oportunidade de seguir nos os de

Cristo (1Pe 2.19), mas no AT as prioridades eram diferentes. Devemos levar em consideração os seguintes pontos. 1. Deus é justo e haverá julgamento do pecado Pedro cita o salmo 69.25 em relação a Judas, em At 1.20, como profecia do resultado da sua impenitência. Deus promete, em Lucas 18.7,8, vindicar Seus eleitos (embora pareça demorado). Essa característica da justiça de Deus era muito importante no AT Às vezes, enfatizamos tanto que Deus é amor que esquecemos de enfatizar que Ele é justo e santo. Os salmistas queriam que os ímpios recebessem as justas consequências dos pecados (Sl 69.24). 2. Os salmistas não foram motivados por desejo de vingança pessoal O que motivou os salmistas foi a profunda convicção de que Deus é justo e há de reagir à injustiça (Sl 83.1,2). Houve também o forte desejo de ver a justiça de Deus manifesta (Sl 109.27,30 e 31; 59.13) e de que o nome de Deus não fosse mais envergonhado e zombado (Sl 83.16-18). 3. Os salmistas avam por muito tempo situações dolorosas Não foram pequenos incômodos que provocaram as reações dos salmos imprecatórios, mas atos de traição e brutalidade (Sl 109.4,5 e 9), ameaça à vida (Jr 11:19) e, principalmente, injustiça (Sl 69.4; 35.7; 59.3,4). 4. Os salmistas não tomaram a vingança em suas próprias mãos Eles expressaram a angústia a Deus em oração e confiaram que Ele reivindicaria Sua causa (Sl 109.4,21; Jr 11.20). 5 Os salmistas expressaram agonia de coração ferido (Sl 109.22-24) Às vezes, a linguagem usada é para nos chocar; para que sintamos o dilema da pessoa diante da injustiça gritante. São suspiros de pessoas angustiadas e não planos de pessoas sanguinárias. 6. Os judeus não tinham uma esperança firme do julgamento após a morte

É fato que Deus ainda não tinha revelado algo sobre julgamento pós morte. Os judeus esperavam o julgamento aqui na terra, durante a vida da pessoa, ou dos seus descendentes (Sl 109.10). 7. Nós temos o ensino claro do NT de que haverá julgamento após a morte (Hb 9.27) E de que devemos orar pelos nossos inimigos (Mt 5.43,44).

V. Louvor a Deus (Sl 69.29-36) O salmo termina no tom de louvor. Davi pede para ser levantado acima da amargura (v.29) para louvar genuinamente com cânticos (v.30). Tais ações de graças serão mais significativas para Deus do que o ritual de sacrifício, até do animal mais perfeito (v.31; Hb 13.15; Sl 50.8-14). Este testemunho encorajará outros aflitos (v. 32, 33). • Agradeço a Deus publicamente, quando Ele me ajuda? • Até a oração mais desesperada pode ser concluída com louvor?

12 A prosperidade dos ímpios Pr. José Humberto de Oliveira

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Dt 8.1-20 Dt 32.1-29 Lc 12.13-21 1 Tm 6.6-19 Tg 5.1-6 Pv 11.4; 18.23; 28.11 Pv 30.8-9

texto básico texto devocional

versículo-chave “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclam

alvo da lição O aluno aprenderá com Asafe que olhar para a prosperidade dos ímpios não é a melhor manei

Asafe, o autor deste salmo, sabe que Deus é bom e justo. Por causa disto, sua teologia é simples: Deus pune o perverso e recompensa o homem bom. Todavia, quando o salmista olha ao redor, vê ímpios prosperando e vivendo uma vida boa e regalada. Daí naturalmente surge a questão: “se Ele é Todo-Poderoso assim como Todo-Bondoso, por que, então, permite que uma realidade moralmente perversa continue na terra? Eles não só ficam, mas parecem estar isentos de dificuldades que acontecem com outras pessoas. Em uma palavra, honestidade não é a melhor política. Ser bom não compensa. São os perversos que prosperam, enquanto a adversidade cai sobre os justos” (John Stott). É com este pano de fundo em mente que devemos estudar este salmo.

I. O autor do salmo Quem é Asafe? Seu nome no hebraico significa coletor ou recolhedor. Um levita, filho de Berequias (1Cr 6.39). Um músico consumado, nomeado por Davi para presidir o coral sagrado organizado pelo rei. Os filhos de Asafe posteriormente são mencionados como coristas do templo (1Cr 25.1). Asafe tornou-se célebre, em tempos posteriores, como profeta e poeta (2Cr 29.30). Doze salmos são atribuídos a ele (Sl 73-83 e 50).

II. Qual é o problema de Asafe? (Sl 73.1-16) “... Deus é bom ... para com os de coração limpo” (v.1) – Limpo significa mais do que ter mente limpa; basicamente, trata-se de ser totalmente dedicado a Deus. Quanto à palavra coração, ela aparece seis vezes no salmo, isso quer dizer que o estado do coração determina os pensamentos e atitudes do homem. O versículo 2 poderia ser traduzido assim: “Meus pés quase escorregaram, quase cedeu de todo o apoio deles”. As razões dessa crise de fé, que o salmista confessa com uma coragem irável, são basicamente três. 1. Inveja dos arrogantes (v.3-12)

“Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos”. Nos versículos 4 a 12, Asafe dá detalhes do que via nos arrogantes e perversos que lhe causava inveja. v.4 - É curioso que estar fisicamente sadio e nédio (brilhante, de pele lustrosa) ainda é considerado, em certos círculos, como direito de nascença do crente, ainda que não haja nenhuma promessa bíblica de “saúde total”. v.7 – Esse versículo quer dizer que “Por causa de sua riqueza, seus olhos desejam tudo que seus corações imaginam.” v.8 - Motejo – Zombaria, dito picante, gracejo. Motejar é criticar, censurar, escarnecer. v.10 – Sorvos – Goles, tragos. 2. Aparente falta de recompensa pela piedade (v.13-16) Como Deus não pune os arrogantes e presunçosos instantaneamente, imaginam que ou Deus não sabe ou não Se importa com o comportamento humano (Bíblia Vida Nova). Mas essa é a visão temporária e distorcida do salmista, que está altamente influenciado pela inveja. 3. Amargura com Deus (v.21-22) “...era como um irracional à tua presença” (v.22). É preciso ter muita coragem para reconhecer um comportamento como esse. Graças a Deus Asafe nos deixou mais essa lição! “Fazer reclamações presunçosas contra Deus é agir como um animal ignorante, não como um ser humano racional.” (Stott)

III. A solução para Asafe (Sl 73.17-28) A perplexidade e o desespero de Asafe duraram só “até que entrei no santuário de Deus” (v.17). Aqui a vida do salmista começou a ser restaurada. “A luz irrompe, quando se volta para o próprio Deus, tratando-O como alvo, não de especulação, mas, sim, de adoração” (Derek Kidner). O cristão deste século precisa aprender essa lição. Quando ficamos confusos pelos problemas do reinado providencial de Deus no mundo, nunca devemos olhar para os perversos com inveja nem para nós mesmos com pena. E não devemos desistir de procurar uma solução nem devemos nos lançar no desespero, mas, ao contrário, devemos cair de joelhos e olhar para Deus. Então “do esconderijo do Altíssimo vemos as coisas como Deus as vê” (Campbell Morgan). “Nossos problemas são agravados porque somos bitolados e imprevidentes. É uma questão de perspectiva. Uma montanha que parece ameaçadora quando estamos ao seu pé e ela se eleva sobre nós, encolhe até parecer insignificantemente inofensiva quando a vemos à distância ou de cima. Então o problema da providência de Deus não pode ser solucionado no contexto limitado de tempo e espaço; sua solução espera o próximo mundo e a eternidade. Muitas das diferenças da vida permanecerão agora. Mas os erros serão corrigidos, o mal será vingado, e o bem recompensado no julgamento final. É por isso que precisamos ir sempre ao santuário de Deus; é ali que nossa perspectiva é ajustada e nossa visão esclarecida” (John Stott). 1. O destino dos perversos (v.17-20) O que o salmista foi capaz de entender no santuário de Deus foi o fim (lit. “o depois deles”), ou seja, o futuro deles que irá desmontar tudo quanto era a razão de viver deles. “... atinei com o fim deles.” O verbo atinar significa “descobrir pelo tino, pelo raciocínio, por conjetura ou por indício.” O que o salmista foi capaz de entender no santuário de Deus foi o fim dessas pessoas. Eles prosperam agora, é verdade, mas Deus os coloca em lugares escorregadios. Nas palavras de Jesus, estão na “estrada larga que leva à destruição.” No final a morte os levará e eles

serão destruídos. Realmente, “como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles” (v.20). Leia Salmo 37.3536 e 1Timóteo 6.17-19. 2. O destino dos justos (v.23-28) Sem dúvida, comunhão com Deus não parece algo “bom” para o materialista, já que ela envolve tristeza e sofrimento no mundo. Mas aqueles que dão valor à verdadeira riqueza sabem que nosso “bem” real e eterno está em Deus, é o próprio Deus (v.25-26).

Conclusão À Teologia da Prosperidade este salmo tem um precioso recado. Não nos iludamos achando que o aumento dos bens materiais e das posses terrenas é, necessariamente, sinal da bênção de Deus. Ao ver homens ímpios prosperando, o salmista vê a si mesmo numa profunda crise de fé. A graça comum faz com que Deus envie chuvas sobre justos e injustos e faça nascer o Seu sol sobre maus e bons. Foi o que afirmou Jesus Cristo em Mateus 5.45. Todavia, uma coisa é prosperidade material, outra bem diferente é eternidade com Deus. Compare isto com o que está registrado em Lucas 16.25.

13 O lugar de Deus Pr. João Arantes Costa DWIGHT SMITH/SHUTTERSTOCK

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Sl 42.1-11 Sl 43.1-5 Sl 122.1-9 Sl 27.7-14 Sl 28.1-7 Sl 55.1-23 Sl 73.1-28

texto básico texto devocional

versículo-chave “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne

alvo da lição Restaurar, na igreja, a teologia bíblica da adoração que vem sendo engolida pelos shows gosp

Nesta lição vamos ver como o salmista amava as Escrituras e muito se esforçava para que todos as conhecessem e as pregassem. Como corolário do seu amor pelas Escrituras surge o seu entusiasmo pelo santuário de Deus: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor. Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém!” (Sl 122.1,2). Certamente o salmista se interessara não somente pelo santuário em si, como casa material, mas muito mais porque achava que no templo estava mais perto de Deus, e que teria sempre maiores possibilidades ali de adorar a Deus na beleza de Sua santidade (Sl 29.2). O templo em Jerusalém era para o judeu o lugar mais sagrado do mundo, pois ali, no Santo dos Santos, estava a Glória do Senhor (Shekinah) – a manifestação visível da presença de Deus. Por isso mesmo o salmo que estamos estudando começa com esta maravilhosa declaração: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (v.1,2). Antes de entrarmos nas considerações do salmo 84, seria bom que refletíssemos no que é adoração. Em que consiste este ato de culto do povo de Deus: a. adoração é o ato de declarar que Deus é digno de louvor; b. adoração é o ato de irar o caráter de Deus e deleitar-se com Seus feitos; c. adoração é o supremo plano de Deus para o Seu povo; e d. adoração é uma questão da atitude do coração.

I. Entendendo o salmo 84 Agora, vamos colocar este salmo 84 em uma perspectiva litúrgica para que possamos justificar o título da lição. A. W. Tozer disse: “A adoração é a joia desaparecida da igreja evangélica contemporânea”. A joia continua desaparecida, mas pelo menos agora muitos sabem disso, sentem falta dela, e querem encontrála novamente. O salmo 84 pode ser dividido em seis grandes estrofes. 1. Ansiedade da alma (v.1,2);

2. Privilégio das aves (v.3); 3. Bem-aventurança do homem (v.4,5 e 12); 4. Percalços da vida (v.6-9); 5. Valorização do culto (v.10); e 6. Exaltação da divindade (v.11,12).

II. Desenvolvimento o salmo 84 1. Ansiedade da alma “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (v.1,2). Nestes dois versículos podemos destacar três palavras que mostram a plenitude da adoração: a. alma – “A minha alma suspira”; b. coração – “... o meu coração... exultam”; c. carne – “... a minha carne exultam pelo Deus vivo”. 2. Privilégio das aves “O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes”. Juntando esse texto com as palavras de Jesus registradas em Mateus 6.26: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta...”, podemos dizer: as aves são privilegiadas! 3. Bem-aventurança do homem “Bem-aventurados os que habitam em tua casa... Bem-aventurado o homem cuja força está em ti... feliz o homem que em ti confia”. Aqui podemos destacar a tríplice bênção do Senhor para aqueles que desejam ir à Casa do Senhor para adorar:

a. “Bem-aventurados os que habitam em tua casa”; b. “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti”; c. “...feliz o homem que em ti confia”. 4. Percalços da vida “... o qual, ando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva. Vão indo de força em força; cada um deles aparece diante de Deus em Sião”. Nas versões bíblicas mais antigas usava-se a expressão “vale de boca”. Ninguém, talvez, venha a interpretar exatamente o significado desta expressão, mas a palavra “boca” significa choro. O que podemos deduzir deste texto é que mesmo no caminho da adoração, os adoradores têm os percalços; ou as suas dificuldades. Sugiro três dificuldades para adoração: a. dificuldades físicas – distância, falta de transporte, etc; b. dificuldades sociais – falta de dinheiro, de roupa e até preconceito social; c. dificuldades espirituais – frustrações com as liturgias dos cultos. 5. Valorização do culto “Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade”. O salmista deixa claro que todos quantos moram na Casa do Senhor são imensamente felizes, e dando um o mais à frente assevera que mesmo aqueles que não podem adorar a Deus no templo, se tiverem em seu coração esse desejo, serão também grandemente abençoados. A valorização do nosso culto de adoração é tríplice: a. na vida pessoal (Sl 24); b. na vida social (Mt 5:13,14); c. na vida eclesiástica (Hb 10:25). 6. Exaltação da divindade “Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem

sonega aos que andam retamente. Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia”. Exaltar a pessoa de Deus era a finalidade do culto de adoração. Por causa de quem Deus é e do que Ele faz, atribuímos a Ele a glória que é devida ao Seu nome. Esse é o sentido do salmo 84. Não podemos nos esquecer que a nossa adoração é trinitariana. Dr. João Gomes da Rocha fez essa adoração trinitariana no seu hino “Culto à Trindade”. a. Deus está no templo, Pai Onipotente! b. Cristo está no templo, Sumo benefício! c. Vem e ocupa o templo, Preceptor divino!

Conclusão Muito mais poderia ser dito sobre adoração, mas estamos limitados pelo tempo e espaço. O Deus trino, o Ser supremo das Escrituras, O Bendito, Pai, Filho e Espírito Santo, a Ele todas as criaturas de todos os tempos devem adoração. Terminamos esta lição com Apocalipse 5.12: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor”.

aplicação Ele é Digno de toda a nossa adoração!

14 Deus é meu escudo Profª. Claire Nancy Siddaway DWIGHT SMITH/SHUTTERSTOCK

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Sl 91.1-16 Sl 61.1-8 Nm 23.13-23 Ef 6.10-18 Rt 2.8-12 Lc 4.1-13 Sl 27.1-5

texto básico texto devocional versículo-chave “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”

alvo da lição O aluno entenderá a realidade e a extensão da proteção de Deus, e como ela deve ser solicitad

A violência urbana, os sequestros frequentes e os ataques terroristas colocaram em relevo extraordinário a questão da segurança. Nunca a proteção preocupou tanta gente em países e ambientes onde outrora a maioria se julgava longe de perigo. Carros blindados, guarda-costas pessoal, palacetes com altos muros e grades, jardins patrulhados por cães e gente armada – tudo isso hoje faz parte do cotidiano deste país e de outros.

I. O protetor por excelência (Sl 91.1-4) 1. Quem é Ele? As várias expressões aqui dão uma ideia da grandeza do nosso Protetor, e da qualidade da proteção que oferece aos Seus. Ele é: a. o Altíssimo (v.1), o Ser supremo, Dono dos céus e da terra (Gn 14.19), Rei da terra toda (Sl 47.2; Dn 4.32). b. o Todo-Poderoso (v.1). Aquele que Jó e os patriarcas conheciam e de Quem rogavam bênçãos (Gn 17.1; Gn 49.25; Jó 13.3). c. o Senhor (Javé) é o Nome pessoal de Deus (v.2). É Aquele que entra em aliança de amor e fidelidade com quem Nele confia. Sob esse Nome redimiu o Seu povo do Egito por causa da aliança com os patriarcas. E de quem entrou em aliança com Ele pelo sangue de Cristo também se pode dizer que “a fidelidade Dele será o seu escudo protetor”. d. o meu Deus (v.2). Isso relembra que é possível ter um relacionamento pessoal, íntimo, com este Ser de qualidades tão tremendas (Is 57.15). 2. Como descrever a proteção que providencia? É ela: a. abrigo (v.1). Tal defesa é mais eficaz contra os ataques do mal do que grandes espessuras de concreto armado contra bombardeios inimigos. O protegido está escondido de seus inimigos (Sl 27.5). b. sombra (v.1). Em terra desértica, castigada pelo vento e pelo sol

impiedoso, a sombra era muito importante (Is 32.2). c. refúgio. Nas montanhas da terra santa, as cavernas e penhascos ofereciam lugar de segurança para homens e animais. Os israelitas, em tempos de invasão repentina, escapavam para tais lugares (1Sm 13.6; Hb 11.38). d. fortaleza. Antigamente, a cidadela ocupava lugar alto, de difícil o e fácil de defender. Massada, que quer dizer ‘fortaleza’, era lugar assim nos dias de Herodes. Mas foi capturada, afinal, pelos romanos. O Senhor, fortaleza nossa, é invencível. e. as asas de Deus. A proteção da ave, dos seus filhotes, chama atenção dos poetas bíblicos. Boaz fala nisso. Seu descendente maior, Davi, faz a mesma comparação. E o Filho de Davi, maior ainda, afirma: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram (Mt 23.37). Ver também Rute 2.12; Salmo 17.8; 36.7; 57.1. O Altíssimo, o Todo-Poderoso, é também Protetor de bondade infinita.

II. Protegido de quê? (Sl 91.5-13) 1. Dos perigos materiais Muitos têm sido os livramentos de servos de Deus em guerras, em viagens, até em assaltos. Fazemos bem em pedir a proteção de Deus pelos irmãos que se encontram nessas situações (Ed 8.22-23; 2Ts 3.1-3; Rm 15.30-31). 2. Dos perigos espirituais (Sl 91.3,5-6,13). Perguntas frequentes dos que chegam a Cristo vindos do espiritismo: “Os despachos podem me fazer mal?”; “Os espíritos podem me atacar?”; “O pavor da noite... a flecha que voa de dia... a peste que se move sorrateira nas trevas,... a praga que devasta ao meio-dia” são problemas físicos, ou entidades espirituais? Provavelmente o salmista entendia as duas coisas. A doença pode, ou não, ter

fundo espiritual. Ver a doença de Jó, e, em contraste, as “frequentes enfermidades” de Timóteo (Jó 2.7; 1Tm 5.23). Os espíritos invocados pelos que tentam manipular poderes ocultos são reais. A proteção de Deus é também real. A declaração involuntária do corrupto Balaão é ainda válida: “Não há magia que possa contra Jacó, nem encantamento contra Israel” (Nm 23.23). Paulo também podia falar com tanta convicção: “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.38-39).

III. A garantia da proteção (Sl 91:4b, 14-16) 1. Quem são os protegidos? São os que amam a Deus e conhecem o Seu nome. A proteção não se deve ao fato de a Bíblia estar sempre aberta no salmo 91, como se fosse um talismã cujo poder mágico afastasse os males. É devida, sim, à fidelidade de Deus aos que têm relacionamento verdadeiro com Ele (v.14). Estes costumam orar (v.15). E são atendidos (v.15-16). 2. Como explicar casos em que a proteção parece ter sido negada? Deus chega a dizer “na adversidade estarei com ele” (v.15). Não promete que não haverá adversidade. Em alguns casos os crentes sofrem, são atacados, até mortos. Deus não está sendo fiel às garantias Dele? A Bíblia não explica totalmente o problema, mas oferece alguns indícios sugestivos. Havia ao redor de Jó a “cerca” da proteção divina (Jó 1.10). Pela sugestão de Satanás Deus retira essa proteção, com resultados terríveis para o patriarca. Antes e depois disso, ele continua sendo “meu servo Jó”. O que nós sabemos, e parece que Jó nunca soube nesta vida, é que a honra de Deus foi demonstrada em todo o mundo espiritual (ver Ef 3.10). Para ele, a sua fidelidade na aflição possibilitou experiências da realidade de Deus que antes não imaginara (Jó 42.5). Nos dias de hoje, temos exemplos como de Joni Ericksen Tada. Amiga do

atletismo, quebrou o pescoço aos 17 anos, ando o resto da vida em cadeira de rodas. A sua experiência com Deus através desse acidente trágico tem sido transmitida a milhares de pessoas em todo o mundo. Outros deficientes, paraplégicos e pessoas com outras limitações descobriram que acidentes, mesmo os mais graves, em nada impedem uma real comunhão com Jesus. Tivesse o Senhor protegido Joni naquela hora, o ministério dela teria sido muito menor. O supremo exemplo da retirada da proteção de Deus de Seu Servo fiel aconteceu na cruz. “Por que me abandonaste?” (Sl 22.1; Mt 27.46). Tivesse Jesus aceito as “doze legiões de anjos”, evitando o horror máximo de ser separado do Pai, ainda estaríamos nos nossos pecados. Ele foi por curto tempo desprotegido, para que nós fôssemos protegidos por toda a eternidade. Refletindo a mesma atitude do Senhor Jesus ao sofrer pela nossa redenção, temos o exemplo dos apóstolos (Rm 8.35-37; 2Co 6.4-5; 11.23-27). 3. É possível abusar dessa proteção? Infelizmente é possível. O diabo tentou com que Jesus fizesse isso, citando os versículos 11 e 12 desse salmo. A réplica do Senhor deixou bem claro que pedir proteção da maneira sugerida, seria pôr Deus à prova, usando uma caricatura da fé verdadeira. Jesus Se recusou a fazê-lo.

Conclusão Resumindo, a proteção abrange livramento no mundo material e espiritual. Ela é dada pelo Senhor aos que têm trato com Ele, em Cristo. Não é nenhum processo mágico, e sim uma ação do próprio Deus que intervém a favor dos Seus.

15 A alma agradecida Pr. Enoque Vieira de Santana

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1 Sm 2.1-10 Lc 1.46-55 Lc 1.67-79 Sl 25.1-22 2 Co 1.3-4 Ef 3.1-14 2 Pe 1.3-9

O salmo 103, atribuído a Davi, é tido como um dos mais belos cânticos do saltério hebreu. Na atitude de reconhecimento e gratidão pelos benefícios e favores graciosos de Jeová, o salmista conclama a sua alma a louvar a Deus por tudo que Ele fez à sua pessoa: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios” (v.2). Alista preciosas bênçãos nacionais de amor, perdão e misericórdia, terminando o cântico com uma convocação geral de louvor aos anjos e a toda criação. Há muitos cristãos que têm se deleitado com a mensagem de gratidão deste salmo, a qual tem sido fonte de inspiração e modelo de ações de graça em muitos cultos de louvor. Nós queremos estudar a lição de hoje evocando todo o nosso ser para agradecer ao Senhor Jesus por tudo o que Ele tem feito por nós. Estudemos a Bíblia e nos inspiremos para encher plenamente nossa alma de gratidão. Os três pontos principais a seguir nos ajudarão no entendimento da lição.

I. A alma agradecida reconhece as bênçãos pessoais (Sl 103.1-5) As expressões “ó minha alma”, “tudo o que há em mim” e “não te esqueças” indicam a individualidade e o ser pessoal do servo de Deus, e o seu desejo de glorificá-Lo numa elevada esfera da comunhão e adoração: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome”. Esse bendizer revela um anelar constante de agradecimento que envolve todo o coração, todas as forças e todo o entendimento. O nome de Jeová é envolvido no louvor perene com Sua pessoa divina, por ser considerado de grande poder, e isto nos faz pensar na revelação neotestamentária do magnífico nome de Jesus: Deus exerceu em Cristo, pela Sua ressurreição e exaltação, a força e o poder acima de todo principado, potestade, poder e domínio “e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro” (Ef 1.19-21). Veja também Atos 4.11-12. Observemos as bênçãos pessoais listadas pelo salmista.

1. A bênção do perdão (v.3) “Ele é quem perdoa as tuas iniquidades”. O perdão divino é enfocado como um benefício real que somente o coração contrito e quebrantado experimenta. Se a bênção citada refere-se a situações em que Davi pecou moralmente, como ele mesmo relata no salmo 32, ou se o perdão aconteceu em decorrência de atitudes erradas durante a enfermidade, não sabemos. Nem sempre as enfermidades são causadas pelo pecado cometido (Jo 9:1-3); entretanto nas doenças muitos se desesperam, duvidam e reclamam; nisso às vezes pecam. Experimentar o perdão de Deus é uma bênção ímpar para todos nós e devemos ser encorajados a confessar-Lhe nossos pecados e confiar no Seu perdão (Is 55.7; 1Jo 1.9). 2. A bênção da cura (v.3) Tudo indica que o salmista havia ado por uma enfermidade física e foi curado pelo Senhor. Mas há uma ideia maior que vai além da cura do corpo: a cura da alma. Portanto o corpo e a alma estão sujeitos às doenças e quando estas atingem o nosso interior a coisa se torna mais complicada e somente a fé em Deus nos livra das feridas causadas, principalmente, pelo pecado (Is 53.1-12). Em Isaías 53.4,5 observamos que Cristo tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores, sendo trasado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. Cremos que o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário expiou nossos pecados e no corpo da ressurreição estaremos isentos total e completamente das enfermidades físicas. 3. A bênção da redenção (v.4) “Quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia”. No salmo 116.3 e 8, vemos que Davi ou por circunstâncias mortais e angustiantes. Sua redenção pode referir-se a seu corpo enfermo e sua restauração física por intervenção divina. Mas pode referir-se também à redenção da sua vida ou seu resgate do poder da morte. Isso faz lembrar da restauração espiritual da nossa

comunhão com o Senhor ocorrida pela graça de Deus no homem que crê (Ef 2.1-10). “...e te coroa de graça e misericórdia” (v.4) pode significar a vitória coroada, com alegria e festa, sobre a enfermidade que o levaria à morte. 4. A bênção do suprimento (v.5) “Quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”. Deus é fiel em atender as necessidades do homem, anulando os efeitos de uma idade avançada, quando, por natureza, o corpo se torna mais vulnerável às doenças. Ele renova as forças do cansado e envelhecido, quando este confia em Jesus, assim como o vigor e a força da velha águia se rejuvenescem: “Os que confiam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Is 40.31). Quando pensamos assim não estamos dizendo que as pessoas da terceira idade não envelhecem ou adoecem. Cremos como Paulo: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2Co 5.1).

II. A alma agradecida considera as bênçãos gerais (Sl 103.6-19) Esse texto mostra o que Deus é e o que Ele fez através da história para com o Seu povo do Antigo Testamento e, por extensão, o que Ele é e realiza por todos os Seus filhos da nova aliança. 1. O Senhor faz justiça a todos os oprimidos (v.6-7) A Bíblia está repleta de referências ao caráter justo de Deus. Em Deuteronômio 32.36 está escrito: “Porque o Senhor fará justiça ao seu poder, e se compadecerá dos seus servos, quando vir que o seu povo se foi e já não há nem escravo nem livre”. Ele faz justiça aos oprimidos, aos órfãos e às viúvas. Ele é o Sol da justiça que traz salvação nas suas asas para aqueles que O temem e amam (Ml 4.2). Essa é uma agem messiânica cumprida em Jesus, a qual revela a Sua identidade com o Deus justo da velha aliança.

2. O Senhor é misericordioso e comivo (v.8-13) a. Sua longanimidade e benignidade (v.8) b. Suas misericórdias infinitas (v.9-12) c. Sua compaixão (v.13) d. Suas misericórdias eternas (v.17) 3. O Senhor é onisciente (v.14-16) a. Conhece a estrutura humana (v.14) b. Conhece a vida transitória do homem (v.15-16) 4. O Senhor é Rei (v.19)

III. A alma agradecida conclama para o louvor universal (Sl 103.20-22) O salmista estava tão encantado com Deus que não se contentou apenas a conclamar sua própria alma a glorificá-Lo, mas com o coração repleto de gratidão convoca a todos os anjos e a todas as obras criadas para bendizerem ao Senhor. Seres animados e inteligentes deviam se unir aos seres inanimados como rios, mares, sol, lua, estrelas, animais e florestas. Todos deviam se unir num louvor universal. Ver Salmo 19.1-6; 96.1-13; 98.7,8. 1. Os anjos são convocados ao louvor (v.20)

“Bendizei ao Senhor todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas ordens, e lhe obedeceis à palavra”. Os anjos têm um ministério especial de louvor e adoração a Jeová (Is 6.1-4; Sl 148.1-14). 2. As obras são convocadas ao louvor (v.22) “Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão acima do firmamento. Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados” (Sl 148.3-5). O salmista dá prosseguimento aos imperativos de gratidão até o final deste salmo.

Conclusão “Bendize, ó minha alma, ao Senhor”. Esta é a expressão final de Davi. Ele termina o salmo como começou, totalmente envolvido de anseios, como diz William R.Taylor: “Em meio ao coro do universo inteiro, o salmista retorna à sua humilde participação no conjunto de louvores”. Se refletirmos solenemente quanto Deus tem feito por nós, tanto individual como coletivamente na igreja, teremos os mesmos motivos de adoração e louvor e certamente conclamaremos todo o nosso ser para bendizer ao Senhor. Ó minha alma, sem demora, ergue-te para entoar Os louvores do teu Cristo e Seu nome celebrar! Pra remir-te, Sua vida te quis dar. Hino 205 (Cantor Cristão)

16 Colhendo com júbilo Profª. Claire Nancy Siddaway DWIGHT SMITH/SHUTTERSTOCK

leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Sl 120.1-121.8 Sl 122.1-123.4 Sl 124.1-125.5 Sl 127.1-128.6 Sl 129.1-130.8 Sl 131.1-132.18 Sl 133.1-134.3

texto básico texto devocional versículo-chave “Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão.”

alvo da lição O aluno entenderá esse salmo no seu contexto histórico e se sentirá desafiado a semear a pala

Cada um dos 15 salmos, de 120 a 134, é intitulado “Cântico dos Degraus”. O significado desse título é incerto. Pode se referir a degraus, ou a “viajar subindo”, de onde vem a tradução Cântico de romagem, que se refere às procissões de peregrinação durante as grandes festividades no templo. Outras explicações do significado são: 1. uma liturgia associada com a escadaria de 15 degraus que subia do átrio das mulheres para o átrio dos homens no templo; 2. celebração dos 15 anos acrescentados à vida do Rei Ezequias, acompanhado pelo milagre do sol ter recuado dez graus (Is 38.8); 3. uma coleção de cânticos que os exilados entoaram ao retornar da Babilônia para Jerusalém; 4. estilo literário onde o pensamento progride em os porque cada verso amplia algumas palavras do versículo anterior. Quatro salmos deste grupo são atribuídos a Davi (122; 124; 131; 133) e um a Salomão (127). No seu livro Amostra dos Salmos, Henry Morris segue o segundo significado acima e mostra como esses salmos podem ser aplicados a uma sequência de quinze fases na peregrinação espiritual da vida cristã.

I. A alegria de libertação (Sl 126.1-3) O delírio de alegria na primeira metade deste salmo se transforma na oração para uma transformação de esterilidade. Mas qual a libertação que provocou essa alegria? Morris expõe esse salmo com o pano de fundo da libertação milagrosa do cerco de Senaqueribe em 701 a.C. relatado em Isaías 38 e 39. Esta teve impacto internacional (v.2) como lemos em 2Cr 32.23. Entretanto, é provável que o salmo seja uma referência mais específica à época

do retorno depois do cativeiro e exílio na Babilônia, que durou 70 anos, e a maioria de comentaristas interpreta assim. Depois da súbita conquista da Babilônia (Dn 5.30-31), Ciro, o rei da Pérsia, decretou que os judeus cativos podiam voltar para a terra de Judá. Houve três principais retornos, liderados por Zorobabel (Ed 1.11; 2.2; 5.14), Esdras (Ed 7.1-9) e Neemias. Era tão maravilhoso ser liberto da escravidão e livre para voltar para a Terra Prometida que aqueles judeus pensavam estar sonhando! Sorriam e cantavam de alegria (v.2-3). Até gentios de outras nações reconheceram quem foi Deus que realizou esse ato milagroso em favor de Seu povo (v.2). Tal é a alegria e testemunho quando um pecador é liberto da escravidão do pecado (Lc 15.10). Devemos regozijar-nos sempre na consciência de tudo que Deus tem feito por nós, e falar as palavras do versículo 3: “grandes coisas fez o Senhor por nós”.

II. A oração para restauração (Sl 126.4) Entretanto, a realidade presente dos judeus era mais dura. De fato, quando os primeiros exilados chegaram de volta a Judá, enfrentaram dificuldades. Era um grupo pequeno, porque muitos ficaram na Babilônia. Então, encorajados pela lembrança do ado, oravam para que Deus completasse a restauração do Seu povo. A lembrança dos atos de Deus no ado pode nos encorajar em dificuldades. Neguebe é o nome da terra árida do sul de Judá (Gn 20:1), onde os riachos secavam durante o período de estiagem. Os judeus almejavam a renovação repentina e divina como a da terra seca, que se transforma em torrente com a vinda da chuva, transformando o deserto ao redor em lugar de relva e flores.

III. O resultado do trabalho (Sl 126.5-6) O nosso dever não é somente orar. Precisamos também trabalhar na seara.

Esta segunda imagem de transformação – semear e colher a ceifa – envolve o trabalho árduo e demorado de homens. Provavelmente, quando os exilados voltaram a Judá, a terra estava dura por ter sido negligenciada durante tantos anos e, consequentemente, difícil de preparar para a agricultura. As primeiras safras falharam (Ag 1.6,10,11; 2.19). Semearam com lágrimas, mas, finalmente, Deus deu a colheita. Essa imagem de plantar sementes é muito usada no NT para representar nosso trabalho espiritual.

aplicação O que a semente representa? (Veja 1Pe 1.23; Lc 8.5,11).

A parábola do semeador deixa claro que haverá várias reações à palavra de Deus. Às vezes encontramos dureza quando evangelizamos e o resultado é que podemos ficar desanimados e até chorar. Às vezes sofremos, e há muitos obreiros que têm sofrido e até morreram na seara. Podemos chorar diante da consciência da nossa incapacidade, ou da urgência da obra, ou da necessidade dos perdidos. Precisamos ser obedientes, pacientes (Tg 5.7), e não desfalecer (Gl 6.9).

Conclusão Devemos semear muito e em toda época; “Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará” (2Co 9.6; Ec 11.1,4,6). Temos certeza de que o nosso trabalho não é em vão (1Co 15.58; Is 55.10-13) e “o ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte se alegram, tanto o semeador como o ceifeiro” (Jo 4.36).

aplicação

“A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da se

17 Deus está no controle! Pr. João Arantes Costa DWIGHT SMITH/SHUTTERSTOCK

leia a Bíblia diariamente seg ter qua qui sex sáb dom

Sl 131.1-3 Sl 126.1-6 Sl 124.1-8 Sl 120.1-7 Sl 140.1-13 Sl 137.1-9 Sl 1.1-6

texto básico texto devocional

versículo-chave “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê alvo da lição Resgatar no coração da igreja a relevância dos atributos de Deus no meio do Seu povo.

Chegamos ao salmo mais impressionante da Bíblia. Se tivermos quaisquer pensamentos grandiosos acerca de Deus, este salmo ainda os transcenderá de modo magnífico. É um salmo intensamente pessoal, do começo ao fim. Parece que o coração dele é o versículo 6, que diz: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir”. O salmo 139 foi considerado “a coroa de todos os salmos”. Ele é certamente uma exposição sublime de consciência pessoal de um homem sobre o conhecimento e a presença universal de Deus. Por isso mesmo ele é considerado um Salmo Teológico. É bom lembrarmos aqui que teologia é a ciência de Deus e das relações entre Deus e o universo. Ao definirmos a teologia como ciência, indicamos também o seu alvo. A ciência não cria; descobre. A teologia responde a esta descrição da ciência. Descobre fatos e relações, mas não os cria. O salmo 139 é, sem dúvida alguma, uma descrição poética – científica que ressalta e exalta a pessoa de Deus. a. Deus é criador b. Deus é protetor c. Deus é provedor

aplicação

Deus é tão grande que não existe nenhum espaço no universo que Ele não preencha, e se fez

John Stott, na sua obra “Salmos Favoritos”, divide o salmo que vamos estudar em três partes distintas, com destaque aos atributos de Deus.

I. A onisciência de Deus (Sl 139.1-6) Onisciência significa que Deus conhece perfeita e eternamente todas as coisas, em todos os âmbitos e planos – ado, presente e futuro. Cinco verbos se destacam nestes seis primeiros versos que pintam um quadro do perfeito conhecimento que Deus tem da humanidade: 1. Sondar (v.1) 2. Conhecer (v.1,3,4,6) 3. Saber (v.2) 4. Penetrar (v.2) 5. Esquadrinhar (v.3) Quando chamou Jeremias para ser profeta e o buscou, Deus disse: a. “Antes que eu te formasse”: b. “Eu te conheci” c. “Eu te consagrei” d. “Eu te constituí” O conhecimento divino se estende aos nossos pensamentos, atos e palavras. Primeiro Deus penetra nossos pensamentos “de longe”; depois Deus conhece “todos os meus caminhos”; e finalmente Deus conhece as palavras da nossa língua

II. A onipresença de Deus

(Sl 139.7-12) Onipresença significa, na totalidade de sua essência, sem difusão ou expansão, multiplicação ou divisão, que Deus penetra e ocupa o universo em todas as suas partes. Este trecho do salmo começa com uma pergunta: “Para onde me ausentarei do teu Espírito?” Essa pergunta não expressa o desejo de escapar, mas a iração alegre de que escapar é coisa impossível e que a mão de Deus está em todo lugar para guiar e sustentar. Para enfatizar a impossibilidade de escapar de Deus, o salmista menciona três rotas de escape: 1. “Se subo aos céus... se faço a minha cama no mais profundo abismo” (v.8) 2. “Se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares” (v.9) 3. “Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite” (v.11).

aplicação

Nem a distância, nem a velocidade, nem a escuridão poderão nos ocultar da presença de Deu

III. A onipotência de Deus (Sl 139.13-18). Onipotência significa que para Deus não há impossível. “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1). Deus pode encontrar o homem não só porque o vê, mas porque Ele o fez. O Criador conhece Suas criaturas por inteiro. O salmista atribui o maravilhoso desenvolvimento do embrião no ventre ao poder criativo de Deus. É Ele que forma seres humanos. 1. Nosso corpo 2. Nossa mente 3. Nossas emoções 4. Nossa vontade “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são iráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (v.14). O Senhor exerce Seu poder não apenas na vida de Suas criaturas: • Ele cria, decide e desenvolve todos os eventos históricos da humanidade, • Ele provê o desenvolvimento científico (tudo que é descoberto o é, por causa da inteligência que Deus deu ao ser humano – o resultado do que o homem faz com o que Deus lhe deu, aí já é de sua inteira responsabilidade). Enfim, nosso Deus detém todo o poder, completamente. Como diz o cântico: “Não há Deus maior ... não há Deus melhor ... como o nosso Deus”.

Conclusão Precisamos, antes de encerrar esta lição, fazer algumas observações.

Este salmo não é teologia determinista. Muitos tomam o versículo 16, que diz: “... e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda”, para pregar a teologia do “o que tem de ser será”. Essa expressão do salmista trata mesmo é da soberania de Deus! Davi termina o salmo com uma oração profundamente pessoal: • “Sonda-me, ó Deus” • “Conhece o meu coração” • “Prova-me e conhece os meus pensamentos” • “Vê se há em mim algum caminho mau” • “Guia-me pelo caminho eterno”.