Poema à Mãe De Eugénio De Andrade 134y23

Poema à mãe de Eugénio de Andrade Análise

O sujeito sente-se dividido entre a necessidade vital de cortar o cordãoumbilical que prendia a criança à esfera protectora da Mãe e a pena/remorso de ter de o fazer.Assim, o discurso é: meigo, persuasivo, justificativo e não um grito impetuoso de adolescente que rompe brutalmente com o ado. A “traição” filial persegue o sujeito que se debate com a dificuldade de abandonar o abraço protector e narcísico da Mãe, pois esta devia conceber / pensar na maternidade como uma benção / dádiva e não como a posse egoísta de um objeto. Daí a consciência da sua relação com a Mãe ser um amor infeliz, resultante do seu próprio crescimento / autonomia. As queixas / palavras são duras por essa incompreensão e expressas através de imagens visuais:

menino adormecido rosas brancas (...) no retrato da moldura perda de pureza / inocência – imagem maternal, doce, limpa, frágil, perfumada. A Mãe devia gostar de rosas, pois há sempre uma associação da rosa branca com a mãe. No entanto, a fidelidade filial continua, apesar das mudanças operadas no sujeito: às vezes ainda sou o menino

que adormeceu nos teus olhos; Ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura;

Rosas brancas a inocência, embora perdida, é relembrada juntamente coma voz materna