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DURKHEIM OBJETIVIDADE E IDENTIDADE NA ANÁLISE DA VIDA SOCIAL - Tratar fatos sociais como coisa: Coisa é todo objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de maneira natural, tudo aquilo que não podemos formular uma noção adequada por simples processo de análise mental....ESTUDO DA EXTERIORIDADE DO FATO SOCIAL. - Tratar como coisas é partir do princípio que estão fora de nós, de nosso entendimento primeiro, que se ignora completamente o que são e de que suas propriedades características, assim como suas causas desconhecidas não podem ser descobertas pela introspecção. - Conhecimento sensível x conhecimento racional. Sensível x objetivo! - Como não somos nós que produzimos a vida social individualmente, está fora de nós, de nosso simples exame de consciência entender o que ela é. Participamos minimamente dos empreendimentos coletivos. - Os fatos sociais não diferem dos fatos psíquicos apenas em qualidade, apresentam um substrato diferente , não evoluem no mesmo meio, não dependem das mesas condições. O que não quer dizer que não sejam também , de certa maneira, psíquicos, uma vez que todos eles consistem em maneiras de pensar e agir. Mas os estados de consci~encia coletiva são de outra espécie que os individuais. - O que as representações coletivas traduzem é a maneira pela qual o grupo enxerga a si mesmo nas relações com os objetos que o afetam. Assim é preciso se considerar a natureza da sociedade. Os símbolos das quais se encara mudam conforme o que ela é. Ex: o grau de unidade de um panteão religioso corresponde ao grau de unidade da sociedade que o representa, se ela condena certos modos de comportamento, é porque estes ferem alguns de seus sentimentos fundamentais. -As imagens não se compõem como as sensações, nem os conceitos como as imagens. DEFINIÇÃO DE FATO SOCIAL: Consistem em maneiras de fazer ou de pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem suscetíveis de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares. - A coerção social é devida ao prestígio de que estão investidas certas representações: tradições, costumes, crenças, práticas sociais... Tudo que está implicado na noção de coerção social é que as maneiras de agir e pensar apresentam uma realidade exterior ao indivíduo, os quais, a cada momento do tempo, com elas se conformam. Contitnuem coisas que têm existência própria. O individuo encontra-as inteiramente formadas e não consegue impedi-las de existir, não sendo também capaz de fazê-las existir de maneira diversa daquela pela qual se apresentam; se vem também inteiramente obrigados a leva-las em consideração e é lhe tanto mais difícil ( não totalmente impossível) modifica-las quanto, em graus diferentes,

participam elas da supremacia material e moral que a sociedade tem sobre seus membros. Mas para que exista o fato social , é preciso que pelo menos vários indivíduos tenham misturado suas ações, e que desta combinação se tenha desprendido um produto novo. E essa síntese tem lugar fora de cada um de nós. Seu efeito é fixar, instituir, certas maneiras de ser muito especial: criar instituição – instituir. Instituição é toda a crença, todo o comportamento instituído pela coletividade. DEFINIÇÃO/OBJETO DA SOCIOLOGIA 0- Assim, a Sociologia seria então definida como a ciência das instituições, de sua gênese e de seu funcionamento.

O fato das crenças e práticas sociais nos penetrarem do exterior não implica em que as recebamos ivamente, sem lhes trazer modificações. Ao pensar as instituições coletivas, ao assimila-las, nós as individualizamos, dando-lhes, de certa maneira, nossa marca pessoal, é assim que, ao pensar o mundo sensível, cada um de nós lhe empresta um colorido especial, e que indivíduos diferentes se adaptam de modo diferente a um mesmo meio físico(...)Eis porque cada um de nós formula, em certa medida, a sua moral, a sua religião, a sua técnica. Não existe conformismo social que não comporte toda uma gama de nuanças individuais. No entanto, o campo das variações não deixa de ser limitado. Esse campo é nulo ou muito fraco no círculo dos fenômenos religiosos e morais, nos quais a variação se toma facilmente crime, é mais extenso no que concerne a vida econômica. Porém, mesmo nesse caso, mais cedo ou mais tarde, é encontrado um limite que não pode ser transposto.

`(...) A vida social deriva de uma dupla fonte: a semelhança das consciências e a divisão do trabalho social. O indivíduo é socializado no primeiro caso porque, não tendo individualidade própria, confunde-se no seio de um mesmo tipo coletivo, o mesmo acontecendo com seus semelhantes; no segundo caso, ele é socializado, porque, tendo uma fisionomia e uma atividade pessoais que o distinguem dos outros, depende deles na mesma medida em que se distingue e, por conseguinte, depende da sociedade que resulta de sua união.``

SOLIDARIEDADE MECÂNICA E ORGÂNICA: MECÂNICA: Liga diretamente o indivíduo à sociedade, sem nenhum intermediário. Sociedade: conjunto mais ou menos organizado de crenças e sentimentos comuns a todos os membros do grupo: tipo coletivo.

É forte na medida em que as ideias e tendências comuns a todos os membros da sociedade ultraarem em número e intensidade as ideias e tendências que pertençam a cada um pessoalmente. Quanto mais considerável é o excedente, mais forte será a solidariedade.

ORGÂNICA: Ele depende da sociedade porque depende das partes que a compõem. A SOCIEDADE é um sistema de funções diferentes e especiais que unem relações definidas. As duas sociedades são apenas uma. São duas faces de uma única e mesma realidade – são distinguidos de forma apenas objetiva. Personalidade é aquilo que cada um de nós tem de próprio e característico, aquilo que nos distingue dos outros. Tal solidariedade só pode crescer na razão inversa da personalidade (MECANICA)

- CRIME: è um ato contrário às disposições precisas e fortes da consciência comum. - A punição tem o efeito de manter a coesão social. - Concluímos que existe uma solidariedade social que vem do fato de que um certo número de disposições de consciência são comuns a todos os membros da mesma sociedade. É essa solidariedade que o direito repressivo representa materialmente. - A vida social deriva de uma dupla fonte: a semelhança das consciências e a divisão do trabalho social. - Fatores de condensação das sociedades e da divisão do trabalho que geram a Solidariedade orgânica (e vice-versa) 1) Crescimento da densidade populacional 2)Formação das cidades, fim do nomadismo, início da agricultura. 3) número e rapidez das vias de comunicação e transmissão.

A divisão do trabalho varia na razão direta do volume e da densidade das sociedades, e se ela progride continuamente no decorrer do desenvolvimento social, é porque as sociedades se tornam regularmente mais densas e geralmente, mais volumosas.

As REPRESENTAÇÕES, que são a trama da vida social, decorrem das relações que se estabelecem entre os indivíduos assim combinados, ou entre grupos secundários que se interpõem entre o indivíduo e a sociedade total. Fatos normais: apresentam as formas mais gerais adotadas pela extensão dos indivíduos. Definida pelo tipo médio de uma sociedade. Contra o etnocentrismo. Julgar algo pelas média de sua própria sociedade. Fatos patológicos: desviantes. MÉTODO para Diferenciar os fatos normais dos patológicos – análise histórica de continuidade das instituições. Se elas são continuamente conformes ao que era, mesmo que choquem aos indivíduos, elas são normais. Caso tenham abandonado as instituições para se tornar outra – patológica. O que ocorre como normal é a regularidade com o tempo, a regularidade do movimento histórico. Onde surge a desregularidade do tempo, ou as transformações são imprevistas, há o fato patológico. O contrato é uma trégua jurídica ao conflito.A vida social existe com lutas. É impossível suprimi-las.