Módulo II Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
1. Ponto - o elemento mais simples O ponto é o elemento mais simples da linguagem visual. Quando batemos com a ponta do lápis no papel estamos fazendo um registro, uma marca. Este registro pode ser feito com materiais diferentes em es diferentes e, por isso, pode ter características peculiares e ter diversas interpretações. Por exemplo: um ponto feito com carvão ou giz pastel é mais seco, e deixa registrado o gesto do artista, a intensidade da força de sua mão ao desenhar. Pontos feitos com bico de pena e nanquim são delicados e suaves, e podem criar texturas. Pontos feitos com uma goiva na madeira criam texturas que podemos sentir ao tocarmos em relevos entalhados. Pequenos furos feitos na argila criam texturas nas cerâmicas e podem caracterizar a produção artesanal de um povo.
Pintura corporal Ianomâni Observe a pintura corporal deste índio ianomâni. Ela representa sua tribo. Pontos coloridos pintados numa superfície, um ao lado do outro, podem criar uma ilusão de ótica que une as cores para criar outra cor. Essa técnica de pintura é chamada de Pontilhismo, e seu criador foi Georges Seurat, pintor francês pós-impressionista.
“Um domingo de verão na ilha da Grande Jatte” (1884-1886), de Georges Seurat Pontos feitos com tinta respingada numa tela guardam um momento, uma ação que o artista quis deixar registrada para sempre. Observe esta tela de Jackson Pollock, artista plástico americano expressionista abstrato. Seu trabalho é chamado de action paint, “pintura de ação”.
“Branco e negro” (1948), de Jackson Pollock
Escultura de arame: Escultura feita com fios de aço ou de ferro. O artista plástico Alexander Calder criou esculturas de arame que são como linhas fora do papel.
Módulo II
Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
2. Linha - unindade expressiva Na linguagem visual, as linhas podem ser usadas literalmente, como na tecelagem, nos bordados ou nas esculturas de arame.
Um grupo de artesãs guatemaltecas confecciona, em teares tradicionais, mantas e tecidos de colorido brilhante com fibras naturais, em alguns casos previamente tingidas com tinturas naturais.
Esta peça, produzida em Nuremberg em princípios do século XVIII, serve como uma aula de bordado.
Os diversos tipos de bordado aparecem especificados nos cinco retângulos da parte inferior.
Módulo II Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
3. Tipos de linha Na linguagem visual, as linhas podem variar de direção, tamanho, espessura e cor. Por exemplo, uma linha reta pode ser inclinada, longa, grossa e amarela. Ou pode ser horizontal, curta, fina e azul. Elas podem ser:
Módulo II Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
4. Linha e expressão Esses elementos da linguagem visual também podem expressar sentimentos e sensações. Por exemplo: Linhas horizontais e verticais são estáveis e seguras. Observe esta tela de Piet Mondrian, pintor holandês, criador do movimento da Arte Moderna De Stjil. Ele usou linhas retas negras, horizontais e verticais para nos transmitir segurança, estabilidade, solidez.
“Composição em vermelho, azul e amarelo” (1930), de Piet Mondrian
Linhas quebradas não estão nem na vertical nem na horizontal, e portanto estão em movimento. Elas nos am uma sensação de raiva e força. Linhas diagonais são confusas, vibrantes. Nas composições bidimensionais linhas diagonais indicam profundidade, criando uma ilusão de perspectiva. Linhas curvas e espirais criam movimento, fluidez e am a sensação de sonho. Linhas sinuosas são sensuais e suaves, e podem nos transmitir uma sensação de sonho. Observe este trabalho de Van Gogh, pintor holandês pós-impressionista. Ele usou linhas curvas para desenhar a textura do campo de trigo e das plantas, e também para desenhar as montanhas e as nuvens, transmitindo uma sensação de movimento, de alucinação.
“Campo de trigo e ciprestes” (1889), de Vincent Van Gogh
Alguns desenhos podem ter linha de contorno, e o tipo de linha usada pode tornar o desenho mais delicado ou mais pesado. Observe esta xilogravura do Sutra do Diamante. Seus traços são delicados e suaves.
Módulo II Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
5. Textura - sensação e sentimento Algumas coisas têm um relevo em sua superfície, a que chamamos de textura. Nós podemos perceber a textura dos objetos ao tocá-los ou apenas observando a sua superfície atentamente. A textura pode ser macia, áspera, lisa, enrugada etc. A textura pode nos transmitir sensações e sentimentos, como: Textura lisa: tranquilidade, suavidade, frio. Textura áspera: raiva, calor. Textura macia: conforto, aconchego. Textura enrugada: tristeza, umidade.
Cactus do deserto de Nova Califórnia, Estados Unidos Você gostaria de sentir a textura desse cactus?
Módulo II Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
6. Textura desenhada Na linguagem visual, a textura pode ser trabalhada de diversas maneiras. Nós podemos desenhar texturas usando pontos, linhas retas, curvas, sinuosas ou quebradas. Observe esta litografia de Honoré Daumier, pintor e caricaturista francês do século XIX. Usando apenas linhas e pontos ele fez uma crítica da sociedade da época.
"Os prazeres da vida no campo", de Honoré Daumier Outra maneira de desenharmos texturas é fazendo frottage. É uma técnica que foi valorizada por um pintor surrealista chamado Max Ernst. Consiste em rabiscar, com grafite, num papel sobre uma superfície que tenha uma textura característica, como por exemplo um chão de madeira. Então, como mágica, a textura da madeira a para o papel, e é justamente essa força do acaso e das infinitas possibilidades de reprodução que encantou os surrealistas. Para eles, a arte tinha a função de representar o inconsciente, o acaso; eles buscavam a arte pura dos loucos e das crianças. Alguns artistas modernos e contemporâneos trabalham com texturas como tema em si. Suas pinturas e esculturas enfocam a sensação que as texturas causam nos espectadores, seja por meio do olhar ou do tato. São múltiplas mídias, ideias e es. A imagem e seu simbolismo são revalorizados em todas essas linguagens.
Módulo II Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
7. Colagens e relevos Para conseguirmos o efeito de textura num desenho, podemos colar objetos texturizados numa superfície ou usar materiais como massa corrida e gesso, que dependendo de como os trabalhamos, quando secam ficam rugosos ou ásperos. Observe a capa desse manuscrito do século XI, onde foram incrustadas pedras e objetos entalhados:
Capa de um manuscrito do século XI
Nós podemos tocar os relevos e as esculturas e sentir a textura dos materiais com que foram feitos. Podemos criar texturas entalhando a madeira ou a pedra, vincando o metal ou marcando a argila. Observe estes relevos. A aspereza morna da madeira:
Talha medieval, procedente da porta de uma igreja norueguesa – arte viking.
A suavidade gelada do mármore:
Baixo-relevo em mármore do fim do século VI a.C - arte etrusca.
Observe nestas esculturas: A superfície lisa do metal:
O David (1430-1435) de bronze, de Donatello, é o primeiro nu na escultura renascentista.
A delicadeza gelada do mármore:
Coquille baillante (1964-65) é uma escultura realizada pelo escultor e poeta dadaístafrancês Jean Arp. Criada em mármore, é uma cópia de um estuque ou gesso original. Arp, que foi um dos primeiros escultores a criar formas deste tipo, as denominou "concreções".
Módulo II
Elementos da linguagem: Ponto, Linha e Textura
Exercícios 1. Numa folha de papel, faça um estudo de pontos usando diversos materiais como: lápis, caneta hidrográfica, pincel e tinta, carvão, giz de cera, giz de lousa e o que mais sua imaginação mandar. 2. Numa folha de papel, faça um estudo sobre a expressão das linhas relacionando-as com: a) alegria b) tristeza c) dor d) raiva e) paz f) o ritmo de uma música
3. Faça uma colagem usando texturas diversas como: a) algodão b) lixas c) vários tipos de papel d) purpurina e) serragem f) pedaços de tecidos
4. Observe nestas imagens a diferença ou a semelhança de tratamento que os pintores deram aos pontos, linhas e texturas, e de que modo isso afetou o resultado expressivo de seus trabalhos:
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
1. Cor - um mundo expressivo Nós vemos as cores por causa da luz. Cada coisa neste mundo, quando iluminada, emite ondas que nos fazem ver determinada cor. Cada pessoa percebe a cor diferentemente de outra pessoa, pois a cor também depende do olho de quem vê. Muitas vezes uma mesma cor pode mudar quando está perto de uma outra cor, pois a nossa percepção cria uma terceira cor entre elas. Observe como a mesma cor parece diferente dependendo da cor do fundo do desenho:
Os artistas visuais estudam as cores e os efeitos que elas causam umas nas outras quando estão juntas. Eles experimentam várias combinações de cores como forma de estudo e também para escolher a sua paleta. Algumas cores quando estão juntas criam um conjunto harmonioso, suave, delicado. Observe esta pintura de Gino Severini, pintor italiano fundador do Futurismo, movimento da arte moderna.
“Trem suburbano” (1883-1966), de Gino Severini
Algumas cores quando estão juntas criam um efeito vibrante, contrastante. Observe este quadro de Rosso Fiorentino, pintor italiano maneirista.
“Descida da cruz” (1521), de Rosso Fiorentino
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
2. Propriedades da cor As cores têm três propriedades: Tom ou matiz: É o nome da cor.
Amarelo
Intensidade: É a característica de pureza ou de mistura de uma cor.
Amarelo azulado
Amarelo avermelhado
Valor: É a característica de claridade ou escuridão de uma cor, ou a quantidade de preto ou de branco que uma cor tem.
Amarelo escuro
Amarelo claro
Tanto a gradação suave de intensidade quanto a gradação suave de valor de um tom ou matiz nos dão a sensação de luz, de iluminação.
Gradação de intensidade de tom – do amarelo ao azul
Gradação de valor – do amarelo ao preto
Gradação de tom e de valor
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
3. Cores primárias, secundárias e terciárias As cores primárias são três cores que, quando misturadas, criam todas as outras cores. Existem dois tipos de cor: cor luz e cor pigmento. Aqui falaremos das cores pigmento. A partir do final do século XIX o vermelho pigmento aceito como primário é o vermelho magenta, pois esse pigmento puro só foi desenvolvido nessa época. As cores primárias são: vermelho magenta azul e amarelo Elas são chamadas primárias porque com elas fazemos todas as outras cores.
As cores secundárias são aquelas que conseguimos com a mistura de duas cores primárias em partes iguais:
amarelo + vermelho =
laranja
amarelo + azul =
verde
vermelho + azul =
roxo
O preto é mistura de todas as cores, e o branco é a ausência de cor, de pigmento.
Este é o círculo cromático. Ele auxilia o estudo das cores pois podemos ver o resultado da mistura das cores primárias.
As cores terciárias, que conseguimos com a mistura das cores secundárias entre si, criam o marrom e seus tons e são as chamadas cores terrosas.
+
=
A mistura do preto e do branco cria os mais variados tons de cinza.
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
3.1. Tintas Na linguagem visual, de modo geral, para pintar nós precisamos das tintas. As tintas são formadas pelo pigmento, pelo aglutinante e pelo solvente. Os pigmentos, que dão a cor às tintas, em geral são encontrados na natureza, como os minerais e as plantas, e são utilizados em pó.
Processo industrial de fabricação de tintas.
O aglutinante é a liga da tinta. Ele une o pó do pigmento, e dá as características da tinta: - a tinta óleo tem como aglutinante óleo de linhaça, - a tinta guache tem como aglutinante goma e gesso, - a tinta aquarela tem como aglutinante água, - a têmpera tem como aglutinante a gema de ovo.
O solvente é o líquido que dissolve a tinta. Por exemplo: o solvente da tinta óleo é a terebentina; o solvente do guache, da têmpera e da aquarela é a água.
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
4. Cores complementares As cores complementares são aquelas que ocupam lugares opostos no círculo cromático. A cor primária que não faz parte da mistura da cor secundária é chamada de cor complementar.
As cores complementares são: Vermelho e verde Laranja e azul
Amarelo e roxo Tanto as cores complementares quanto o preto e o branco, quando estão juntos, criam um efeito contrastante, vibrante:
Observe esta tela de Stuart Davis, artista americano expressionista abstrato. Ele usou cores puras, vibrantes, contrastantes, como as cores complementares, o preto e o branco.
“Abstraction” (1937), de Stuart Davis
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
5. Cores frias e cores quentes Chamamos de cores quentes aquelas que têm amarelo na sua composição.
Chamamos de cores frias aquelas que têm azul na sua composição.
É uma gama muito extensa de cores e tons, portanto o que importa é a sensação que as cores am para nós e não uma regra específica sobre quais são as cores frias e quais são as quentes. O conjunto das cores em uma pintura, por exemplo, pode ser mais frio ou mais quente dependendo da maioria das cores do quadro. As cores frias e quentes também podem estar associadas aos sentimentos, como alegria e tristeza. As cores quentes são cores mais alegres, e as cores frias são cores mais tristes. Observe esta pintura de Pieter Brueghel, o Velho, pintor renascentista flamengo. As cores desta pintura são predominantemente frias.
“Uma vila de Bruxelas”, de Pieter Brueghel, o Velho
Agora observe esta outra pintura de Pieter Brueghel. Esta tela tem cores quentes.
“A Torre de Babel” (1563), de Pieter Brueghel, o Velho
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
6. Valor - luz e sombra
A agem gradativa de um valor a outro nos dá a sensação de luz, de iluminação, e por consequência de volume (isto também serve para os desenhos em preto e branco). As figuras de um desenho que têm cores mais claras e mais vibrantes são as mais iluminadas, enquanto as que têm as cores mais escuras e pastéis são as menos iluminadas. Observe a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, pintor italiano renascentista.
“Mona Lisa” (1503-1506), de Leonardo da Vinci
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
Exercícios 1. Faça um estudo de cores. Clique sobre os nomes das cores e observe como a cor do triângulo muda dependendo do fundo.
Cinza
Preto
Azul
Vermelho
Laranja
Amarelo
Roxo
Marrom
Verde escuro
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
Exercícios 2. Faça um estudo da intensidade das cores. Clique nas cores para ver o resultado de sua mistura com o amarelo.
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
Exercícios 3. Faça um estudo do valor das cores. Misture as tintas preta (pouca/ metade/ muita) e branca (pouca/ metade/ muita) com a tinta amarela e observe os resultados.
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
Exercícios 4. Quais são as cores primárias?
Confira
5. Quais são as cores secundárias?
Confira
6. Qual é a cor complementar do laranja?
Confira
7. Qual é a cor complementar do verde?
Confira
8. Qual é a cor complementar do roxo?
Confira
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
Exercícios 9. Pinte os cataventos abaixo com cores frias e cores quentes, selecionando nas paletas as cores corretas. Cores Frias
Cores Quentes
Módulo III Elementos da linguagem: Cor e Valor
Exercícios 10. Utilizando o mouse, observe o foco de luz do desenho abaixo, e os diferentes valores do preto (vários tipos de cinza)
Módulo IV Elementos da linguagem: Forma e Figura
1. Forma - representação Na linguagem visual, as formas podem estar nas imagens, como nos desenhos,
pinturas, fotografias, vídeos e filmes.
“Split” (“Divisão”), pintada em 1959, de Kenneth Noland, pintor americano expressionista abstrato.
Ou podem ser construídas, como as esculturas, os objetos, os relevos e os edifícios.
“Coluna – maquete” (1923), de Naum Gabo, artista construtivista russo.
Módulo IV Elementos da linguagem: Forma e Figura
2. Formas figurativas Tanto as imagens das formas quanto as formas construídas podem ser figurativas, representações de coisas conhecidas, verdadeiras cópias da realidade. Observe esta tela de Jan Vermeer, pintor holandês barroco. Ela é quase uma fotografia, e registra um momento do dia-a-dia de uma holandesa do século XII.
“A leiteira” (1659-1660), de Vermeer
Formas figurativas estilizadas As formas figurativas podem ser estilizadas, pois o artista pode interpretar as coisas do mundo com seu traço particular. Observe esta tela de Fernand Léger, pintor francês cubista, onde as figuras humanas estão geometrizadas.
"Mulheres em um interior" (1921), de Fernand Léger
Módulo IV Elementos da linguagem: Forma e Figura
3. Formas abstratas As formas também podem ser abstratas. As formas abstratas podem ser orgânicas, geométricas, ornamentais ou simbólicas.
Formas abstratas orgânicas Formas orgânicas são formas irregulares e assimétricas. Observe esta obra de Barbara Hepworth, escultora inglesa moderna. Ela usava o espaço vazio em suas obras.
“Hieroglyph”, de Barbara Hepworth
Formas abstratas geométricas Formas geométricas são aquelas que correspondem às figuras geométricas como os quadrados, retângulos, triângulos. Observe este exemplo de arquitetura contemporânea.
Finlândia Hall, em Helsinki, Finlândia.
Formas abstratas ornamentais
Formas ornamentais são usadas como padrões ou estampas de tecido, por exemplo. Observe este tapete:
Este tapete foi feito para a mesquitamausoléu do xá Tahmasp, em Ardabil, Irã. O motivo central, em forma de medalhão, é típico dos tapetes das mesquitas.
Formas abstratas simbólicas Outro tipo de formas são as simbólicas. São formas figurativas que perdem seu significado original porque o artista lhes deu outro significado. Observe esta instalação de George Segal, escultor americano contemporâneo. Ele utilizou elementos do cotidiano para expressar solidão.
Instalação “A cortina” (1974), de George Segal
Módulo IV Elementos da linguagem: Forma e Figura
4. Figura - positivo e negativo Na linguagem visual, quando pensamos em formas, imaginamos que elas existem em relação a um fundo, um espaço, que pode ser o plano do papel ou mesmo o espaço real, no caso de uma escultura. Formas positivas e negativas – figura e fundo A relação entre a figura e o fundo nos traz uma outra definição de forma: Forma positiva: é a figura. Forma negativa: é o fundo. Observe esta tela de Franz Kline, pintor americano expressionista abstrato. Ele pintava grandes formas de cor negra que parecem flutuar sobre a brancura da tela.
“Meryon” (1960-1961), de Franz Kline
O reconhecimento do que é figura e do que é fundo é um grande o no aprendizado da linguagem visual. A percepção de figura e fundo está condicionada por nosso instinto de colocar ordem e significado nas informações visuais. Quando olhamos para uma imagem tendemos a finalizar uma conclusão sobre o significado, e ignoramos as outras possibilidades. É difícil perceber as outras imagens. Treinar o olho a perceber depois da primeira impressão é um desenvolvimento crucial na alfabetização visual.
Observe este desenho que utiliza formas bidimensionais:
Afinal, o que é figura e o que é fundo neste desenho?
Módulo IV Elementos da linguagem: Forma e Figura
Exercícios 1. Na artes visuais, as formas podem ser: a) imagens b) construções c) figurativas d) abstratas e) todas as anteriores Confira
2. As formas abstratas podem ser: a) orgânicas b) geométricas c) ornamentais d) simbólicas e) todas as anteriores Confira
3. Como você descreveria as formas destes quadros:
Confira
Confira
4. Como você descreveria as formas destas esculturas:
Confira
Confira
Módulo IV Elementos da linguagem: Forma e Figura
Exercícios 5. Imprima esta folha. Pinte a figura deste desenho: Agora pinte o fundo deste desenho:
Módulo V Elementos da linguagem: Espaço
1. Espaço - arte em três dimensões O espaço, na linguagem visual, pode ser definido como: Tridimensional: É o espaço real, onde as obras de arte tridimensionais estão situadas.
"Trowel" (1971-1976), de Claes Oldenburg
Bidimensional: É a representação do espaço tridimensional em uma superfície bidimensional, como a superfície do papel ou a tela da pintura.
"Cenas urbanas", de Debret Num desenho, quando a figura e o fundo se separam, temos a impressão de que existem vários planos e de que as formas são tridimensionais. Por exemplo: pinturas, imagens de fotografias, imagens da tv, do cinema, dos cartazes, das revistas e dos livros estão em superfícies bidimensionais e mesmo assim representam formas tridimensionais.
Módulo V Elementos da linguagem: Espaço
2. Espaço tridimensional No espaço tridimensional, as formas têm altura, largura e profundidade. Elas ocupam lugar no espaço. Elas são usadas na arquitetura, nas esculturas e nos objetos utilitários. Observe este exemplo de arquitetura Zulu, da costa oriental da África.
Casa colmeia - África do Sul
Essas formas têm o ar como elemento circundante, como fundo. Nós podemos acrescentar ou retirar partes desses objetos, de todos os lados. As formas tridimensionais podem ser uma unidade que foi escavada ou entalhada, como nas esculturas de argila e pedra.
Artesão modelando a argila.
Artista entalhando a pedra.
As formas tridimensionais podem ser formadas por partes interligadas, como nas esculturas de metal soldado.
Artista soldando o metal para construir uma escultura.
Módulo V Elementos da linguagem: Espaço
3. Formas côncavas, convexas, planas e vazadas As formas tridimensionais podem ser convexas. Por exemplo: nosso corpo tem formas convexas, e as esculturas figurativas realistas utilizam formas tridimensionais convexas.
A Vênus de Milo (150?-100 a.C.), descoberta em Milo em 1820, é a escultura clássica produzida em mármore mais conhecida do mundo antigo. Mede 2,05 metros de altura e representa Afrodite (Vênus, na mitologia romana), a deusa grega do amor e da beleza.
As formas tridimensionais podem ser côncavas, como nos objetos utilitários de cerâmica.
Artesão trabalhando a argila no torno.
Podem ter espaços vazios ou serem furadas. Observe esta escultura de Henry Moore, escultor inglês moderno. Ele usava o espaço vazio em suas obras.
"Figura reclinada no. 2" (1963), de Henry Moore
As formas tridimensionais podem ser planas. Observe este detalhe de uma escultura de Anthony Caro, escultor minimalista inglês. Ele utilizou formas planas em sua obra.
Detalhe "Early One Morning" (1962), de Anthony Caro
Módulo V Elementos da linguagem: Espaço
4. Espaço bidimensional - formas desenhadas Podemos desenhar as formas no espaço bidimensional com pontos, linhas retas, linhas curvas, linhas sinuosas, linhas quebradas, com cores, com texturas, com todos esses elementos juntos ou com cada um separadamente. Num desenho, quando unimos as linhas, criamos as formas. As linhas fechadas criam formas. Observe esta tela de Roy Lichtenstein, pintor americano da Pop Art. Seus desenhos têm uma linha de contorno bem marcada, pois têm inspiração nas histórias
em quadrinhos.
"Whaam!" (1963), de Roy Lichtenstein Já nesta tela de Pierre Bonnard, pintor francês impressionista, as formas são feitas com massa de cor, sem linha de contorno, criando uma atmosfera cheia de luz e tranquilidade.
"Café da manhã", de Pierre Bonnard
Nesta tela de Gustav Klimt, pintor austríaco que pertenceu ao grupo dos Nabis, as formas são definidas pelas texturas e padrões criados pelo artista.
"O beijo" (1907-1908), de Gustav Klimt
Módulo V Elementos da linguagem: Espaço
5. Ilusão de três dimensões no espaço bidimensional As formas desenhadas em superfícies bidimensionais podem criar a ilusão de ter três dimensões. Para isso podemos usar os seguintes recursos:
Sobreposição Quando duas formas estão sobrepostas em um desenho, aquela que tem o contorno completo é a que está na frente, e isso nos dá a impressão de existirem vários planos. Observe esta pintura de René Magritte, pintor belga surrealista. Sabemos que o homem está atrás da maçã porque seu rosto está incompleto, e sabemos que o homem está na frente do muro de pedras, porque o desenho do muro está interrompido, incompleto.
"O filho do homem", de Magritte
Tamanho das formas Em um desenho, as formas maiores parecem estar mais perto de nós e as menores, mais distantes. Observe esta gravura de Toulouse-Lautrec, pintor francês pósimpressionista. As pessoas maiores parecem estar mais próximas de nós e as menores mais distantes, criando uma ilusão de profundidade.
"La Goulue entrando no Moulin Rouge", de Toulouse-Lautrec
Perspectiva linear Refere-se à ilusão na qual os objetos parecem convergir para um ponto de fuga (PF) em relação à linha do horizonte (LH). O ponto de convergência pode estar em diversos lugares no plano, dependendo do ponto de vista do observador, e ele pode ser visível ou imaginário. Observe esta tela de Rafael, pintor renascentista. O ponto de fuga está no centro do quadro, e a convergência nos dá a impressão de profundidade.
"Os esponsais da Virgem" (1504), de Rafael
Perspectiva atmosférica Na perspectiva atmosférica o que está mais perto tem mais detalhes, contraste, textura e está desenhado na metade inferior do desenho. Normalmente a maioria dessas qualidades são usadas em combinação e nos dão a impressão de profundidade, de três dimensões. Observe esta paisagem do pintor romântico espanhol Carlos de Haes.
"Los picos de Europa" (1876), de Carlos de Haes
Registro da luz e da sombra Para ressaltar o volume de um objeto retratado e dar-lhe tridimensionalidade precisamos criar uma atmosfera de luz incidente usando a gradação de tons e valores, para ressaltar suas sombras. Observe este retrato feito por Lucian Freud, pintor alemão contemporâneo.
"Francis Bacon" (1952), de Lucian Freud
Transparência O uso de formas transparentes em desenhos ou pinturas é um recurso para criar a ilusão de vários planos. Em geral, as formas transparentes parecem estar na frente de formas opacas. Observe como o círculo parece estar mais próximo de nós.
Módulo V Elementos da linguagem: Espaço
Exercícios 1. Descreva espaço tridimensional.
Confira
2. Descreva espaço bidimensional.
Confira
3. Os objetos de arte visual que têm três dimensões podem ter formas: a) planas b) côncavas c) convexas d) vazadas e) todas as anteriores Confira
4. Como nós podemos construir os objetos de arte tridimensionais? a) escavando b) soldando c) colando d) moldando e) todas as anteriores Confira
5. As formas desenhadas podem ter: a) pontos b) linhas c) textura d) massa de cor e) todas as anteriores Confira
6. Observe estes quadros. Qual foi o recurso que o artista usou para dar impressão de profundidade?
Confira
Confi ra
Confi ra
Módulo VI Princípios da linguagem
Introdução Podemos organizar os elementos da linguagem seguindo alguns princípios. Os artistas visuais utilizam os elementos a fim de criar um trabalho especial e pessoal, que resulta em Expressão. Não existe nenhum modo de julgarmos o que é certo ou errado numa composição visual. Mas o aprendizado dos princípios da linguagem nos auxilia tanto na nossa produção de arte quanto no reconhecimento do estilo de um artista ou de um povo. O aprendizado dos princípios da linguagem também nos ajuda na tarefa de decifrar as mensagens que as obras de arte visual carregam. Os princípios da linguagem visual são: • Equilíbrio
• Ritmo
• Ênfase
• Padrão
• Proporção
• Harmonia
• Movimento
• Variedade
Módulo VI Princípios da linguagem
1. Equilíbrio O equilíbrio cria uma sensação de estabilidade ao olharmos para uma obra de arte visual. Simetria Existe um equilíbrio entre o espaço, as formas, texturas e cores. Observe neste quadro de Rubens, pintor flamengo barroco, como as duas metades da tela completam-se e equilibram-se, em um trabalho harmonioso.
“O julgamento de Páris” (1635-1637), de Rubens
Assimetria As formas e cores equilibram-se de maneira informal. Observe esta tela de Willem de Kooning, pintor holandês expressionista abstrato. Nossos olhos eiam pela tela
até conseguir decifrá-la, causando uma sensação de ansiedade.
Sem título, de Willem de Kooning
Módulo VI Princípios da linguagem
2. Ênfase Ênfase é quando o artista usa elementos contrastantes da linguagem para exagerar um sentimento, uma opinião, uma sensação. Observe esta tela de Goya, pintor espanhol rococó, onde ele usou o contraste do claro e escuro das cores para nos mostrar o desespero do condenado.
“O 3 de maio de 1808 em Madri” (1814), de Goya
Módulo VI Princípios da linguagem
3. Proporção A proporção é o uso de formas de tamanhos contrastantes. Ela pode ser usada para dar impressão de profundidade ou para expressar sentimentos. Esta é uma página do manuscrito Livro dos Mortos. Ela mostra o uso da proporção característica da arte egípcia, onde quanto maior fosse o desenho de um homem em relação aos outros homens, mais poder ele tinha.
“Livro dos mortos”, Egito Antigo
Módulo VI Princípios da linguagem
4. Movimento É o princípio da linguagem visual que cria a sensação de dinâmica e de velocidade. Movimento literal Acontece quando as obras de arte têm movimento real, físico. Existem esculturas que se movimentam de forma eletrônica ou mecânica. Este estábile de Alexander Calder, artista americano da arte cinética, movimenta-se com o vento.
“The box in the air" (1945), de Calder
Representação do movimento Os artistas podem usar em desenhos e pinturas as linhas diagonais para representar o movimento. Podem colocar as formas em posições diagonais e conseguir a impressão de movimento. Observe esta tela futurista de Frank Kupka, pintor checo.
“The Drilling Machine” (1925), de Frank Kupka
As imagens congeladas sugerem inúmeras maneiras de representar o movimento. Observe esta tela de David Hockney, pintor pop americano.
“A Bigger Splash” (“O grande mergulho”, 1967), de David Hockney
A repetição das formas também sugere o movimento. Observe esta tela de Marcel
Duchamp, pintor francês dadaísta.
“Nu descendo uma escada” (1912), de Marcel Duchamp
Módulo VI Princípios da linguagem
4. Movimento É o princípio da linguagem visual que cria a sensação de dinâmica e de velocidade. Movimento literal Acontece quando as obras de arte têm movimento real, físico. Existem esculturas que se movimentam de forma eletrônica ou mecânica. Este estábile de Alexander Calder, artista americano da arte cinética, movimenta-se com o vento.
“The box in the air" (1945), de Calder
Representação do movimento Os artistas podem usar em desenhos e pinturas as linhas diagonais para representar o movimento. Podem colocar as formas em posições diagonais e conseguir a impressão de movimento. Observe esta tela futurista de Frank Kupka, pintor checo.
“The Drilling Machine” (1925), de Frank Kupka
As imagens congeladas sugerem inúmeras maneiras de representar o movimento. Observe esta tela de David Hockney, pintor pop americano.
“A Bigger Splash” (“O grande mergulho”, 1967), de David Hockney
A repetição das formas também sugere o movimento. Observe esta tela de Marcel Duchamp, pintor francês dadaísta.
“Nu descendo uma escada” (1912), de Marcel Duchamp
Módulo VI Princípios da linguagem
6. Padrão Na linguagem visual, o padrão é a repetição de unidades de forma ou figura, de linhas, de pontos e de cores. Nós vemos padrões nos mosaicos, nas estampas das roupas e nas estampas dos tapetes, por exemplo. Os padrões carregam muita simbologia. Eles sugerem espiritualidade, pois existem muitas religiões que usam padrões como símbolos, como as mandalas hindus. Observe este mosaico romano. Ele tem padrões característicos que nós reconhecemos como romanos.
Este chão de mosaico, que se acha na vila romana de Fishbourne (West Suáex), foi construído entre 71 d.C. e 80 d.C. e representa um tema aquático: um menino que monta em um delfim aparece rodeado por cavalos marinhos e panteras.
Observe esta tela de Dante Gabriel Rossetti, artista inglês, criador do movimento Pré-Rafaelita. Observe como a riqueza de padrões desta pintura nos transmite a delicadeza de sentimentos dos dois amantes.
“Roman de la rose” (1864), de Dante Gabriel Rossetti
Módulo VI Princípios da linguagem
7. Harmonia A harmonia de uma obra de arte visual está no equilíbrio entre todos os elementos, criando uma unidade coerente e suave. Observe esta construção de Niemeyer e a harmonia de suas formas e cores.
Palácio do Itamaraty (1962), de Oscar Niemeyer
Módulo VI Princípios da linguagem
8. Variedade
A variedade é a harmonia pela diferença, pelo desequilíbrio. Observe esta tela expressionista abstrata de Hans Hofmann, artista americano. Quantas linhas gestuais, cores vibrantes e figuras disformes.
“Flight” (“Voo”), de Hans Hofmann
Módulo VI Princípios da linguagem
Exercícios 1. Observe os quadros abaixo e analise-os em relação aos elementos da linguagem: ponto, linha, textura, cor, valor, forma, espaço.
Confir a
Confira
Confir a
Módulo VI Princípios da linguagem
Exercícios 2. Neste quadro, o equilíbrio é simétrico ou assimétrico?
Confir a
Módulo VI
Princípios da linguagem
Exercícios 3. Qual é a ênfase neste trabalho?
Confira
Módulo VI Princípios da linguagem
Exercícios 4. O que você sente ao perceber como o artista usou a proporção neste trabalho?
Confir a
Módulo VI Princípios da linguagem
Exercícios 6. Que sensação o ritmo deste quadro lhe causa?
Confira
Módulo VI Princípios da linguagem
Exercícios 7. Como o artista trabalhou o padrão neste quadro?
Confira
Módulo VI Princípios da linguagem
Exercícios 8. Observe os quadros abaixo. O equilíbrio entre os elementos da arte visual é
conseguido através da harmonia ou da variedade?
Confira
Confira