Analise Critica De Filme - Sonhos Tropicais 1p6j4o

Lei de Criação n° 11.646, de 10 de julho de 2001 Parecer CEED de Autorização n° 1.150/2002

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL Disciplina: História da Saúde e da Organização do SUS Profª. Vania Mello Orientações para análise crítica do filme: “Sonhos Tropicais” Filme: “Sonhos Tropicais” - ano 2001 Dirigido por André Sturm Baseado no romance homônimo de Moacyr Scliar O Filme “Sonhos Tropicais” mostra a vida na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. Ele retrata a história de dois personagens, o médico Oswaldo Cruz e Esther, uma jovem vinda da Polônia com a promessa de se casar, mas quando chega ao Rio de Janeiro é obrigada a trabalhar como prostituta em um bordel, naquela época era muito era comum esse tipo de situação, pois diversas jovens vinham com a esperança de se casar, e acabavam se tornando prostitutas, eram as chamadas “Polacas”. A temática do filme destaca muito bem o cenário carioca dessa época, principalmente na questão da saúde pública, mostra as várias doenças que assombravam a população da cidade, tais como a peste bubônica, febre amarela e a varíola. O filme nos mostra o motivo pelos quais a saúde estava nesse nível de insuficiência, a falta de estrutura da cidade, tais como a falta de saneamento básico e a falta de hospitais públicos para o atendimento da população, a mensagem foi ada com muita clareza e didática, retratando a realidade daquela época, mostrando cenas com hospitais lotados, pessoas morrendo, ratos andando pela cidade e diálogos dos personagens demonstrando a insatisfação com aquela situação. O Brasil no início do século XX ava por uma grave crise no café, até então o nosso principal produto de exportação, além de ter uma grande dívida externa. As doenças na cidade do Rio de Janeiro só pioravam esse quadro, porque a cidade ficou conhecida como a “cidade fedorenta” e muitos navios evitavam ao máximo de atracar nos portos cariocas, pois alegavam que seus tripulantes que desciam até a cidade se contaminavam com doenças, isso só agravava mais as exportações e a economia brasileira. O presidente Rodrigues Alves tomou uma atitude para mudar o quadro na cidade do Rio de Janeiro e nomeou o médico Oswaldo Cruz para assumir a diretoria da Saúde Pública, com o claro objetivo de livrar o Rio de Janeiro das graves doenças que o assolavam e assim mudar a fama da cidade com os estrangeiros. Oswaldo Cruz pediu carta branca para poder implantar todo conhecimento que adquiriu na Europa, sua primeira medida foi fazer uma brilhante campanha contra a febre amarela, sabendo que o mosquito era o transmissor do vírus, assim iniciou-se uma grande luta contra o transmissor da doença e foi criado uma brigada para combater a proliferação do mosquito. A segunda medida foi a luta contra a peste bubônica e desta vez o inimigo era o rato, o governo criou uma campanha na qual as pessoas que levassem ratos para postos de recolhimento seriam recompensadas financeiramente. A terceira medida e talvez a mais difícil era garantir a regulamentação da lei que obrigava a vacina cumprida, para que conseguissem acabar com os surtos de varíola.

Lei de Criação n° 11.646, de 10 de julho de 2001 Parecer CEED de Autorização n° 1.150/2002

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL Disciplina: História da Saúde e da Organização do SUS Profª. Vania Mello A obrigatoriedade da vacina gerou uma revolta na população e nos políticos que eram aliados à Floriano Peixoto, que vislumbraram através dessa medida, uma possibilidade de criar uma revolta popular contra o atual governo, e assim conseguir tirar do poder o presidente Rodrigues Alves, outros motivos como a elevada taxa de desemprego e a desapropriação domiciliar e comercial por causa das reformar de Pereira os, também serviram como fomento a revolta do povo. A Revolta da Vacina foi formada por lutas violentas no centro da cidade, a revolta só veio a acabar quando a marinha e o exército foram em apoio as forças auxiliares combater o povo, e também quando Rodrigues Alves suspendeu a lei que obrigava a vacinação. O episódio da revolta da vacina chamou muito minha atenção, pois uma luta por uma causa nobre, que era evitar a morte das pessoas, foi usada como um instrumento político para tentar derrubar um governo, os políticos da oposição por nenhum momento demonstraram uma preocupação com a saúde do povo, e sim como uma oportunidade para tentar depor o presidente Rodrigues Alves e assim se infiltrando nos sindicatos dos trabalhadores e incentivando o povo contra a vacina. Mesmo com a lei que obrigava a vacina suspensa,o governo manteve a obrigação da vacina em casos específicos, o que não evitou mais um surto de varíola em 1908 que matou 10 mil pessoas, o que levou a população a fazer filas para se vacinar voluntariamente. O Filme me trouxe uma mistura de sentimentos, um deles a raiva de como a saúde da população de baixa renda era tratada pelo governo, algo que já havíamos estudado em sala de aula, desde a época de monarquia nunca houve uma preocupação em investir recursos na área de infra-estrutura da cidade, principalmente em saneamento básico, consequência deste descaso foi o surgimento de doenças, afetando principalmente os mais pobres. Outro sentimento foi a esperança, pois tomei conhecimento da vida e a trajetória dentro da medicina do Dr. Oswaldo Cruz, um homem que não se absteve diante daquela situação e lutou muito pela saúde do povo, não foi contido diante a pressão política e popular contrária a sua vacina e perseverou até o fim, assim conseguindo salvar milhares de vida.