CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Seja bem-vindo(a) à terceira aula do nosso curso. Hoje resolveremos mais duas provas recentemente elaboradas pela Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), a saber:
Órgão/Entidade
Cargo
Degase-RJ Prefeitura de Angra dos Reis – RJ
Nível
Itens
Assistente Social
Superior
10
Auditor istrativo
Superior
10
Ano
2007
Seguindo a metodologia adotada até agora, as questões estão repetidas na parte final, sem os respectivos comentários. A seguir, estão os gabaritos. Tudo para você poder refazer cada exercício sem a minha influência imediata e, assim, fixar o conteúdo estudado aqui.
CEPERJ/DEGASE-RJ/ASSISTENTE SOCIAL/2007 Leia o texto abaixo e responda às questões de nº 1 a 10.
A PSICOLOGIA MAL-ENTENDIDA Os psicólogos têm tido bastante trabalho para corrigir uma das maiores distorções que o uso popular fez das teorias psicológicas: a de que não se deve frustrar a criança para que ela não fique traumatizada. 5
Não
existe
teoria
cientificamente
validada
que
recomende a falta de limites como método de criar filhos sem problemas. São nebulosas as origens desse erro de interpretação: remontam à década de 60, com as experiências de Summerhill, a onda da liberação sexual e do movimento hippie.
www.pontodosconcursos.com.br
1
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
10
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial – o horror à repressão e à censura (“é proibido proibir”), entre outros fatores, acrescentaram outras pinceladas a esse quadro que, segundo o ditado, fez com que muitas famílias acabassem por “jogar fora o bebê junto com a água do
15
banho”. Temendo
serem
vistos
como
castradores,
repressivos
e
autoritários, muitos pais deixaram de exercer a autoridade parental e tornaram-se permissivos, inaugurando a “era da infantocracia” que tem tido resultados desastrosos, porque não consegue transmitir os 20
valores básicos do convívio: respeito, consideração, generosidade, solidariedade, responsabilidade. É grande também a confusão de conceitos: estimular a liberdade e a espontaneidade para expressar o que se sente não significa tolerar grosseria nem falta de educação; encorajar a expressão da raiva não
25
significa aceitar todas as suas manifestações (como, por exemplo, xingar), combater a violência doméstica (dar surras) não significa deixar de disciplinar utilizando as conseqüências cabíveis quando crianças e jovens se conduzem de modo inadequado ou abusivo. As principais conseqüências de ser criado com falta de limites
30
são: falta de controle da impulsividade, dificuldade de controlar a raiva, pouca tolerância à frustração, incapacidade de esperar para conseguir o que quer, tirania, egocentrismo, dificuldade de perceber que os outros também têm direitos e desejos. Isso resulta em vários distúrbios de conduta e, sobretudo, na
35
sensação de vazio e de insatisfação (quanto mais tem, mais quer). O uso de drogas e outras formas de consumo compulsivo são tentativas de preencher, inutilmente, esse vazio.
www.pontodosconcursos.com.br
2
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Educar com amor e sensibilidade significa respeitar os direitos da criança: de receber amor, carinho e bons cuidados para crescer 40
construindo a noção de cidadania (com direitos e deveres); de receber orientação firme e clara sobre o que é permitido e proibido; de desenvolver habilidades e competências; de canalizar sua habilidade para fins construtivos, tais como assertividade e persistência para enfrentar os desafios e os obstáculos da vida (medida essencial para a
45
prevenção da violência). Limites colocados com firmeza e serenidade são expressões de amor
e
de
cuidado
desenvolverem
que
plenamente
estimulam como
crianças
pessoas
e
jovens
capazes
de
a
se dar
contribuições positivas para a sociedade. É o que diz a psicologia. (Maria Thereza Maldonado – O Globo, 24 de abril de 2003, com adaptações)
1.
De acordo com o contexto, o dito popular “jogar fora o bebê junto com a água do banho” (L.14/115) está exemplificado em:
A)
“...remontam à década de 60, com as experiências de Summerhill, a onda da liberação sexual e do movimento hippie.” (L.7/9)
B)
“No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial...” (L.10/11)
C)
”Temendo serem vistos como castradores, repressivos e autoritários, muitos pais deixaram de exercer a autoridade parental e tornaram-se permissivos...” (L.16/18)
D)
“...canalizar
sua
habilidade
para
fins
construtivos,
tais
como
assertividade e persistência para enfrentar os desafios e os obstáculos da vida” (L. 42/44) E)
“Limites colocados com firmeza e serenidade são expressões de amor e de cuidado que estimulam crianças e jovens a se desenvolverem plenamente...” (L. 46/48)
www.pontodosconcursos.com.br
3
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Resposta – C Comentário – O ditado popular tem a ver com cuidados necessários para que atos negligentes, atitudes relapsas não sejam a causa de um mal ainda maior, sob o pretexto de haver um motivo relevante. Conta-se que, na Europa, uma quantidade de água era armazenada numa grande bacia para que toda a família se banhasse. Primeiro entrava o chefe da família; seguido dos homens, por idade; a seguir as mulheres, também por idade; por último, caso houvesse, os bebês. A água do banho do bebê já estava tão suja que vem desse tempo o ditado recomendando cuidados para não jogar fora a água do banho com a criança dentro. Assim sendo, entende-se do texto que muitos pais se tornaram permissivos temendo serem rotulados de repressivos, autoritários. Em virtude de sua omissão, deram causa a outro problema: criaram filhos mal-educados, irresponsáveis, desrespeitosos, egoístas. No texto, essa situação é denominada de “infantocracia”: governo ou domínio exercido por crianças, relativo à infância.
2.
O “erro de interpretação” (L.7) refere-se:
A)
ao uso popular das experiências feitas nos anos 60
B)
às origens das distorções
C)
aos estudos científicos das teorias educacionais
D)
aos resultados desastrosos das teorias educacionais
E)
às distorções das teorias psicológicas feitas pelo povo
Resposta – E Comentário – O que a autora chama de “erro de interpretação” são as distorções que o uso popular fez das teorias psicológicas. Maria Thereza cita,
www.pontodosconcursos.com.br
4
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
como exemplo, o equívoco de que não se deve frustrar a criança para que ela não fique traumatizada.
3.
“A psicologia mal-entendida” – o par de adjetivos que apresenta grafia
correta é: A)
malconduzida / mal-fadada
B)
mal-conceituada / mal-explicada
C)
mal-empregada / mal-parada
D)
malsucedida / mal-aplicada
E)
malfazeja / mal-cuidada
Resposta – D Comentário – De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss, o elemento mal- ocorre em
vocábulos em curso desde as origens da língua:
mal-aventura, mal-aventurado, maldição, maldito, maldizente, maldizer, malfeitoria, malferido e malvado são do século XIII. Pode denotar 1) privação (caso em que equivale a des-): mal-afortunado, malcontente; 2) quase: mal-assado, malcozido; 3) imperfeição: mal-amanhado, malcomido, malcriado, mal-educado; 4) aumento: malferido, malferir. A língua registra ainda:
mal-acabado,
mal-afamado,
mal-afeiçoado,
mal-agoirado
ou
mal-agourado, mal-agradecido, mal-ajambrado, mal-amado, mal-andança, mal-apresentado, mal-arranjado, mal-assombrado, mal-avindo, malbaratar, malcomportado, malconceituado, malcondizer, malcuidado, maldisposto, malditoso,
mal-empregar,
malparado,
malpropício,
malsatisfeito,
mal-humorado, malquerer,
malseguro,
malmandado,
malregido,
maltrabalhado,
malsão,
mal-ordenado, malsatisfazer,
maltrapilho,
malvazar,
malventuroso, malversação, malversar e malversor. Ensina-nos Evanildo Bechara que o hífen é empregado “nos compostos
sem
elemento
de
ligação
quando
www.pontodosconcursos.com.br
o
1º
elemento
está
5
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
representado pela forma mal e o 2º começa por vogal, mal-entendido,
mal-estar,
mal-humorado,
mal-informado,
h ou l: mal-limpo.
Porém: malcriado, malgrado, malvisto, etc.” Portanto
os
únicos
pares
grafados
corretamente
são
“malsucedida / mal-aplicada”.
4.
“...para corrigir uma das maiores distorções que o uso popular fez das teorias psicológicas...” (L.1/2) – este segmento pode ser corretamente reescrito, sem prejuízo de significado, do seguinte modo:
A)
...para corrigir uma das maiores distorções em que se fez do uso popular das teorias psicológicas...
B)
...para corrigir uma das maiores distorções que foram feitas pelo uso popular das teorias psicológicas...
C)
...para corrigir uma das maiores distorções de que foi feita pelo uso popular das teorias psicológicas...
D)
...para corrigir uma das maiores distorções para que tem sido feitas pelo uso popular das teorias psicológicas...
E)
...para corrigir uma das maiores distorções em que está sendo feita pelo uso popular das teorias psicológicas...
Resposta – B Comentário – O trecho original apresenta o verbo da oração adjetiva (“que o uso popular fez das teorias psicológicas”) na voz ativa. Na segunda opção, a estrutura é de voz iva analítica, com uso da locução verbal “foram feitas”. Repare que o particípio do verbo fazer concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere: “distorções”, representado semanticamente pelo relativo “que”. Observe também que, nesse processo de reescritura, o sujeito-agente da forma verbal “fez” (“o uso popular”) transformou-se em agente da voz iva.
www.pontodosconcursos.com.br
6
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Nas demais tentativas, notam-se problemas de coesão, concordância e coerência causados por uso equivocado de certos conectivos e de construções descabidas. Por exemplo: – alternativa A: “em que se fez do uso popular das teorias
psicológicas” (não há termo regente que reclame o emprego das preposições sublinhadas); – alternativa C: “de que foi feita” (não há termo regente que reclame o uso da preposição sublinhada nem concordância entre a locução “foi feita” e o termo “distorções”); – alternativa D: “para que tem sido feitas” (a ideia de finalidade expressa pela preposição “para” não provém do texto original; se é para indicar o plural, o verbo auxiliar “tem” deve receber acento circunflexo: têm). – alternativa E: “em que está sendo feita” (também não há razão para o emprego da preposição “em”; pergunte-se o que “está sendo feita”. As “distorções”, no plural? Então a locução verbal deveria flexionar-se assim: estão sendo feitas).
5.
O segmento “No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial...” (L.10/11) pode ser reescrito, com a regência verbal correta, do seguinte modo:
A)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo do qual se caracterizou não só a família patriarcal como também o regime ditatorial...
B)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo no qual se rebelou não só a família patriarcal como também do regime ditatorial...
C)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo sobre o qual se desenvolveu não só a família patriarcal como também do regime ditatorial...
www.pontodosconcursos.com.br
7
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
D)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo do qual se nutriu não só a família patriarcal como também o regime ditatorial...
E)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo pelo qual ensejou não só a família patriarcal como também o regime ditatorial...
Resposta – D Comentário – Alternativa A: o erro está na regência do verbo caracterizar (-se), que não ite a preposição de (“do qual”). Eis o trecho corrigido: “com o qual”. Alternativa B: o verbo em foco agora é o rebelar: quem se rebela, rebela-se contra... e não em (“no” = em + o). Além disso, não há
motivo para o emprego da preposição “de” que se contraiu com o artigo “o” em “do regime ditatorial”. Alternativa C: o erro está, como assinalado anteriormente, no emprego da preposição “de” que se contraiu com o artigo “o” em “do regime ditatorial”. Alternativa D: sintaxe de regência perfeita – quem (ou o que) se nutre, nutre-se de... (“do qual se nutriu”) Alternativa E: agora o equívoco está no uso da preposição per (“pelo” = per + o). O verbo ensejar é transitivo direto e, por isso, dispensa preposição para reger seu complemento.
6.
Leia a frase abaixo. As
expressões
de
amor
estimulam
crianças
e
jovens
a
se
desenvolverem. Substituindo-se corretamente a expressão sublinhada por um pronome, resulta: A)
As expressões de amor estimulam-nos a se desenvolverem.
www.pontodosconcursos.com.br
8
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
B)
As expressões de amor estimulam-os a se desenvolverem.
C)
As expressões de amor estimulam-lhes a se desenvolverem.
D)
As expressões de amor estimulam eles a desenvolverem-se.
E)
As expressões de amor estimulam a eles a se desenvolverem.
Resposta – A Comentário
–
Você
precisa
reparar
que
o
termo
sublinhado
é
o
complemento do verbo estimular, que tem regência transitiva direta. Então, o pronome substituto deverá igualmente exercer a função sintática de objeto direto. Alternativas A e B: o pronome “os” pode exercer a tal função, e deve assumir a forma nos após verbos terminados em ditongo nasal. Alternativa C: como complemento verbal, lhe(s) exerce função de objeto indireto.
Alternativas D e E: na linguagem coloquial informal, podem-se usar as formas pronominais retas como objetos diretos quando precedidas de todos ou todas ou acompanhadas de numeral: Eu trouxe todos eles comigo. Vi toadas elas entrando na água. Na língua culta, padrão, dir-se-á: Eu os trouxe todos comigo. Eu as vi todas entrando na água.
7.
Em
“...não
só
da
família
patriarcal
como
também
do
regime
ditatorial...”(L.10/11), a estrutura “não só...como também” equivale à conjunção: A)
mas
B)
e
C)
ou
D)
pois
E)
logo
www.pontodosconcursos.com.br
9
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Resposta – B Comentário – Alternativa A: mas pode exprimir oposição, contraste, ressalva, compensação. Alternativa B: dão ideia de adição, acrescentamento as conjunções e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como. Alternativa
C:
exprimem
alternativa,
alternância
os
conectivos ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, etc. Alternativa D: precedem uma explicação, um motivo: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Alternativa E: iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
8.
“Os psicólogos têm tido bastante trabalho...” (L.1) – a palavra em
destaque deve ser flexionada no plural na frase: A)
Crianças são ________ curiosas em relação aos fatos da vida.
B)
Certas crianças são ________ desenvolvidas para discernirem o certo do errado.
C)
Os pais conseguem ________ resultados ao colocarem limites para seus filhos.
D)
As origens das distorções não são ________ conhecidas.
E)
Todos conhecemos ________ os limites que devem ser impostos.
Resposta – C Comentário – Bastante varia quando for pronome indefinido/adjetivo, sinônimo de muito(s)/suficiente(s) – refere-se a substantivo: Há bastantes (muitos) alunos inteligentes neste curso. Não havia provas bastantes (suficientes) para condenar o réu. Quando é advérbio (caso em que modifica
www.pontodosconcursos.com.br
10
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
um adjetivo, verbo ou advérbio), fica invariável: Os emissários voltaram bastante otimistas.
9.
O acento indicativo de crase não deve ser usado, ao se substituir o verbo sublinhado no segmento “...remonta à década de 60...” (L.7/8)
pelo verbo: A)
referir-se
B)
remeter
C)
aludir
D)
apontar
E)
aplicar-se
Resposta – D Comentário – Parece que a banca “comeu mosca”, pois nas linhas indicadas a forma verbal é “remontam”, no plural. Não sei se a questão foi anulada, pois não tive o ao gabarito final. De qualquer forma, o exercício é útil a nós. Observe que a crase decorre da fusão entre a preposição a pedida pela regência do verbo remontar (a quê?) e o artigo a que acompanha o substantivo “década”. Portanto, qualquer verbo que também reclame a mesma preposição dará igual condição para o surgimento da crase. Observe: referir-se a...; remeter a...; aludir a...; aplicar-se a... Isso só não acontece com o verbo apontar, que é transitivo direto (apontar algo).
10. De acordo com o contexto, são consideradas antônimas as palavras: A)
autoritarismo X permissividade
B)
frustração X trauma
www.pontodosconcursos.com.br
11
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
C)
patriarcalismo X ditadura
D)
repressão X censura
E)
liberdade X espontaneidade
Resposta – A Comentário – Antônimos, você sabe, são vocábulos de significados opostos: dizer e desdizer; amar e odiar. Nem sempre é fácil detectar o grau de antonímia. Veja o caso de quente e frio, eles são antônimos? Sim, em princípio, mas o significado depende do contexto. Veja os exemplos: A cerveja estava quente/fria.
A sopa estava quente/fria. Não se serve cerveja como sopa; logo cerveja quente (não gelada) não equivale necessariamente à quentura de uma sopa (a 70 graus, por exemplo). Há gradações entre as características que nem sempre recobrem os mesmos referentes, pois seu emprego depende de um contexto situacional. Alternativa A: autoritarismo = qualidade do que ou de quem se
firma
numa
autoridade
forte,
ditatorial; permissividade
=
diz-se
especialmente da tolerância para com certos comportamentos considerados indesejáveis por determinada coletividade. Alternativa B: frustração = estado de um indivíduo quando impedido por outrem ou por si mesmo de atingir a satisfação de uma exigência; trauma = angústia ou medo apavorante, acontecimento na vida de um indivíduo que, devido a sua intensidade, impede uma reação adequada, produzindo transtornos. Alternativa
C:
patriarcalismo
=
comportamento,
procedimento ou modo de vida próprios de patriarca, pessoa mais velha que se respeita, obedece e venera, o chefe da família; ditadura = qualquer
www.pontodosconcursos.com.br
12
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
sistema de governo em que não sejam respeitadas as liberdades individuais, excesso de autoritarismo; tirania, despotismo. Alternativa D: repressão = rejeição consciente e voluntária de uma motivação, de um desejo; censura = restrição (geralmente com base em critérios de caráter moral ou político), juízo desfavorável; desaprovação, discordância. Alternativa E: liberdade = grau de independência, condição daquele que não se acha submetido a qualquer força constrangedora física ou moral; espontaneidade = naturalidade, originalidade, desembaraço.
CEPERJ/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/AUDITOR IST./2007 BEBIDA EM ALTA Ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos, o consumo do álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento. É o caso do Brasil, onde não há praticamente controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas. Segundo os especialistas, é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro. “Um litro de pinga aqui custa menos do que 1 dólar”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Nos países desenvolvidos, uma garrafa de destilado não sai por menos de 10 dólares.” Além dos preços baixíssimos, no Brasil o marketing da indústria do álcool é muito agressivo e mira sobretudo os jovens. O levantamento do Ministério da Saúde confirma essa tendência. Os brasileiros que bebem exageradamente têm, em sua maioria, entre 18 e 24 anos. Uma das principais preocupações é a tendência de aumento do abuso do álcool pelas mulheres jovens. Um estudo conduzido
www.pontodosconcursos.com.br
13
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
recentemente pela Unifesp revela que o consumo exagerado de álcool aumenta principalmente entre as meninas adolescentes. Elas já se equiparam aos meninos e três em cada dez bebem com freqüência. Quanto mais se bebe na juventude, maior será a propensão ao alcoolismo na idade adulta. Quantidades moderadas de álcool, algo como dois copos de vinho por semana, trazem benefícios ao coração e ao sistema circulatório. Mais do que isso pode resultar em danos irreversíveis ao fígado. Há indícios de que o abuso de álcool pode lesionar o cérebro. Em excesso, a bebida está associada a danos nas regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado. Veja, 05-03-2008
1.
O artigo declara que o consumo de álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento e atribui o fato a um conjunto de fatores. Entre os fatores de aumento desse consumo NÃO está incluído(a):
A)
a falta de controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas;
B)
o baixo preço dos destilados no Brasil;
C)
a agressividade do marketing da indústria do álcool;
D)
a falta de uma política pública tão ofensiva quanto a do cigarro;
E)
a chegada de mulheres jovens ao mercado de trabalho e ao consumo.
Resposta – E Comentário – Alternativa A: confirmar-se por meio da seguinte agem: “o consumo do álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento. É o caso do Brasil, onde não há praticamente controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas.”
www.pontodosconcursos.com.br
14
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Alternativas B e C: são sustentadas no seguinte trecho: “Além dos preços baixíssimos, no Brasil o marketing da indústria do álcool é muito agressivo e mira sobretudo os jovens.” Alternativa
D:
eis
a
agem
que
fundamenta
esta
proposição: “Segundo os especialistas, é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro.” Alternativa E: não encontra apoio no texto. Ao que parece, o examinador quis confundir o candidato com o segundo parágrafo. Mas repare que não há relação entre as mulheres jovens e a chegada delas ao mercado de trabalho.
2.
O título dado ao artigo é “Bebida em alta”; a melhor justificativa para o título dado, em função do que se lê no texto, é:
A)
o alto preço das bebidas alcoólicas;
B)
o aumento de doenças causadas pelo álcool;
C)
o crescimento do consumo de álcool no Brasil;
D)
o aumento de consumo de álcool entre meninas;
E)
o desenvolvimento do marketing do álcool no Brasil.
Resposta – C Comentário – O título é um resumo do tema central do texto, que trata do aumento do consumo do álcool com foco no país: “...o consumo do álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento. É o caso do Brasil...”. É sobre esse eixo que os argumentos são desencadeados.
3.
Os especialistas dizem que “é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro”. Isso significa dizer que:
www.pontodosconcursos.com.br
15
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
A)
a política para o cigarro é menos ofensiva do que a empregada para o álcool;
B)
a política pública empregada para o cigarro vem dando certo;
C)
a campanha publicitária do cigarro traz ofensas aos consumidores;
D)
não há política pública de oposição ao consumo de álcool;
E)
o consumo de álcool traz mais renda ao Estado do que o cigarro.
Resposta – B Comentário – Ao considerar o aumento do consumo do álcool um problema a ser combatido e ao citar a política pública de combate ao fumo como modelo a ser seguido pelo Estado, o texto nos permite entender que a campanha antitabagismo vem dando certo.
4.
“Política pública” significa uma política:
A)
patrocinada pelo Estado;
B)
de grande divulgação;
C)
de amplo conhecimento público;
D)
de responsabilidade das empresas;
E)
organizada pela própria população.
Resposta – A Comentário – A expressão “política pública” expressa as ações de governamentais voltadas para a garantia dos direitos sociais, para certo tipo de orientação para a tomada de decisões em assuntos públicos, políticos ou coletivos.
5.
Uma pesquisa indica que 27,2% dos homens consomem álcool de maneira abusiva, enquanto, entre as mulheres, a quantidade é de 9,3%. Essa estatística mostra que:
www.pontodosconcursos.com.br
16
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
A)
a quantidade de mulheres consumidoras de álcool vem aumentando;
B)
a quantidade de homens alcoólatras vem diminuindo;
C)
o consumo de álcool ainda é marca predominantemente masculina;
D)
os jovens são as maiores vítimas do marketing das bebidas alcoólicas;
E)
o consumo de álcool vem crescendo nas grandes cidades.
Resposta – C Comentário – Alternativa A: não há números anteriores para serem comparados com esse e, assim, averiguarmos o aumento entre as mulheres de maneira geral. Alternativa B: semelhantemente, não temos como fazer essa avaliação em relação aos homens. Alternativa C: de acordo com os dados dessa estatística, a predominância é mesmo masculina. Alternativa D: a pesquisa não faz distinção entre categorias de homens. Alternativa E: a pesquisa também não menciona onde o consumo vem aumentando.
6.
Ao dizer que o consumo abusivo de álcool “pode resultar em danos irreversíveis ao fígado” e de que “pode lesionar o cérebro”, o artigo apela para uma estratégia argumentativa que se apóia na:
A)
sedução;
B)
intimidação;
C)
competição;
D)
elitização;
E)
constrangimento.
Resposta – B
www.pontodosconcursos.com.br
17
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Comentário – Não é difícil perceber que a estratégia é a de intimidar o
provável consumidor abusivo por meio de consequências graves que esse hábito pode gerar no organismo humano.
7.
“Uma das principais preocupações é a tendência de aumento no abuso do álcool pelas mulheres jovens”; essa maior preocupação se deve ao fato de as adolescentes:
A)
poderem transferir o alcoolismo a seus futuros filhos;
B)
serem naturalmente mais vulneráveis a vícios;
C)
terem maior poder de atração sobre os rapazes;
D)
pertencerem a uma parte da população ainda de pouco consumo;
E)
levarem o consumo abusivo de álcool para o interior dos lares.
Resposta – D Comentário – Em nenhuma parte do texto são percebidos indícios de que a preocupação a respeito das mulheres jovens tem a ver com aspectos familiares (A e E). O texto também não relaciona, entre as possíveis causas do aumento do consumo entre jovens, causas naturais/orgânicas que tornam as mulheres mais vulneráveis do que os homens (B). A terceira opção (C) também não serve de fundamento para a preocupação, que tem os seguintes motivos: falta de “controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas”; “uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro”; “preços baixíssimos” e “o marketing da indústria do álcool”.
8.
“Em excesso, a bebida está associada a danos nas regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado”; o segmento em excesso traz a idéia de:
A)
condição;
www.pontodosconcursos.com.br
18
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
B)
tempo;
C)
comparação;
D)
conformidade;
E)
finalidade.
Resposta – A Comentário – O segmento sublinhado configura uma condição (ou
hipótese) para que a bebida danifique as regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado. “Em excesso” (= bebida excessivamente), é claro que ela faz mal à saúde humana.
9.
Esse texto é composto de muitas vozes; entre as vozes presentes no texto só NÃO está a voz:
A)
do autor do artigo;
B)
de especialistas;
C)
da indústria do álcool;
D)
do Ministério da Saúde;
E)
da Unifesp.
Resposta – C Comentário – Alternativa A: a voz do autor é a que mais aprece; ela permeia todo o discurso, tecendo os respectivos comentários sobre o tema central. Sirva de exemplo o último parágrafo do texto. Alternativa
B:
serve
como
representante
da
voz
de
especialistas o seguinte trecho: “Segundo os especialistas, é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro. ‘Um litro de pinga aqui custa menos do que 1 dólar’, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo”. Repare as aspas (simples, aqui) indicando o discurso direto.
www.pontodosconcursos.com.br
19
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Alternativa C: de fato, não há nenhuma manifestação da indústria do álcool. Alternativa D: a voz do Ministério da Saúde surge por meio do levantamento feito para confirmar a investida da indústria do marketing sobre
os
jovens.
Segundo
a
pesquisa,
“Os
brasileiros
que
bebem
exageradamente têm, em sua maioria, entre 18 e 24 anos”. Alternativa E: a voz da Unifesp ecoa de um estudo que conduziu recentemente para revelar “que o consumo exagerado de álcool aumenta principalmente entre as meninas adolescentes”.
10. No artigo, predomina a linguagem formal; o segmento que emprega uma variação popular é: A)
“Ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos, o consumo do álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento”;
B)
“É o caso do Brasil, onde não há praticamente controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas”;
C)
“Segundo os especialistas, é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro. “Um litro de pinga aqui custa menos do que 1 dólar”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Nos países desenvolvidos, uma garrafa de destilado não sai por menos de 10 dólares.”;
D)
“Além dos preços baixíssimos, no Brasil o marketing da indústria do álcool é muito agressivo e mira sobretudo os jovens”;
E)
“O levantamento do Ministério da Saúde confirma essa tendência. Os brasileiros que bebem exageradamente têm, em sua maioria, entre 18 e 24 anos”.
Resposta – C
www.pontodosconcursos.com.br
20
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Comentário – A língua funcional de modalidade popular ou informal apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria. Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e dinâmica. À guisa de exemplificação, temos: a) Estou preocupado. (norma culta) b) Tô preocupado. (língua popular)
c) Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Na terceira alternativa, a palavra “pinga” é popularmente usada para designar aguardente de cana-de-açúcar; cachaça.
Por hoje é só. As questões apresentadas nesta aula estão transcritas abaixo; os gabaritos seguem logo após. Fique com Deus e bons estudos.
Professor Albert Iglésia
www.pontodosconcursos.com.br
21
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
CEPERJ/DEGASE-RJ/ASSISTENTE SOCIAL/2007 Leia o texto abaixo e responda às questões de nº 1 a 10.
A PSICOLOGIA MAL-ENTENDIDA Os psicólogos têm tido bastante trabalho para corrigir uma das maiores distorções que o uso popular fez das teorias psicológicas: a de que não se deve frustrar a criança para que ela não fique traumatizada. 5
Não
existe
teoria
cientificamente
validada
que
recomende a falta de limites como método de criar filhos sem problemas. São nebulosas as origens desse erro de interpretação: remontam à década de 60, com as experiências de Summerhill, a onda da liberação sexual e do movimento hippie.
10
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial – o horror à repressão e à censura (“é proibido proibir”), entre outros fatores, acrescentaram outras pinceladas a esse quadro que, segundo o ditado, fez com que muitas famílias acabassem por “jogar fora o bebê junto com a água do
15
banho”. Temendo
serem
vistos
como
castradores,
repressivos
e
autoritários, muitos pais deixaram de exercer a autoridade parental e tornaram-se permissivos, inaugurando a “era da infantocracia” que tem tido resultados desastrosos, porque não consegue transmitir os 20
valores básicos do convívio: respeito, consideração, generosidade, solidariedade, responsabilidade.
www.pontodosconcursos.com.br
22
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
É grande também a confusão de conceitos: estimular a liberdade e a espontaneidade para expressar o que se sente não significa tolerar grosseria nem falta de educação; encorajar a expressão da raiva não 25
significa aceitar todas as suas manifestações (como, por exemplo, xingar), combater a violência doméstica (dar surras) não significa deixar de disciplinar utilizando as conseqüências cabíveis quando crianças e jovens se conduzem de modo inadequado ou abusivo. As principais conseqüências de ser criado com falta de limites
30
são: falta de controle da impulsividade, dificuldade de controlar a raiva, pouca tolerância à frustração, incapacidade de esperar para conseguir o que quer, tirania, egocentrismo, dificuldade de perceber que os outros também têm direitos e desejos. Isso resulta em vários distúrbios de conduta e, sobretudo, na
35
sensação de vazio e de insatisfação (quanto mais tem, mais quer). O uso de drogas e outras formas de consumo compulsivo são tentativas de preencher, inutilmente, esse vazio. Educar com amor e sensibilidade significa respeitar os direitos da criança: de receber amor, carinho e bons cuidados para crescer
40
construindo a noção de cidadania (com direitos e deveres); de receber orientação firme e clara sobre o que é permitido e proibido; de desenvolver habilidades e competências; de canalizar sua habilidade para fins construtivos, tais como assertividade e persistência para enfrentar os desafios e os obstáculos da vida (medida essencial para a
45
prevenção da violência). Limites colocados com firmeza e serenidade são expressões de amor
e
de
desenvolverem
cuidado
que
plenamente
estimulam como
crianças
pessoas
e
jovens
capazes
de
a
se dar
contribuições positivas para a sociedade. É o que diz a psicologia.
www.pontodosconcursos.com.br
23
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
(Maria Thereza Maldonado – O Globo, 24 de abril de 2003, com adaptações)
1.
De acordo com o contexto, o dito popular “jogar fora o bebê junto com a água do banho” (L.14/115) está exemplificado em:
A)
“...remontam à década de 60, com as experiências de Summerhill, a onda da liberação sexual e do movimento hippie.” (L.7/9)
B)
“No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial...” (L.10/11)
C)
”Temendo serem vistos como castradores, repressivos e autoritários, muitos pais deixaram de exercer a autoridade parental e tornaram-se permissivos...” (L.16/18)
D)
“...canalizar
sua
habilidade
para
fins
construtivos,
tais
como
assertividade e persistência para enfrentar os desafios e os obstáculos da vida” (L. 42/44) E)
“Limites colocados com firmeza e serenidade são expressões de amor e de cuidado que estimulam crianças e jovens a se desenvolverem plenamente...” (L. 46/48)
2.
O “erro de interpretação” (L.7) refere-se:
A)
ao uso popular das experiências feitas nos anos 60
B)
às origens das distorções
C)
aos estudos científicos das teorias educacionais
D)
aos resultados desastrosos das teorias educacionais
E)
às distorções das teorias psicológicas feitas pelo povo
3.
“A psicologia mal-entendida” – o par de adjetivos que apresenta grafia
correta é: A)
malconduzida / mal-fadada
www.pontodosconcursos.com.br
24
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
B)
mal-conceituada / mal-explicada
C)
mal-empregada / mal-parada
D)
malsucedida / mal-aplicada
E)
malfazeja / mal-cuidada
4.
“...para corrigir uma das maiores distorções que o uso popular fez das teorias psicológicas...” (L.1/2) – este segmento pode ser corretamente reescrito, sem prejuízo de significado, do seguinte modo:
A)
...para corrigir uma das maiores distorções em que se fez do uso popular das teorias psicológicas...
B)
...para corrigir uma das maiores distorções que foram feitas pelo uso popular das teorias psicológicas...
C)
...para corrigir uma das maiores distorções de que foi feita pelo uso popular das teorias psicológicas...
D)
...para corrigir uma das maiores distorções para que tem sido feitas pelo uso popular das teorias psicológicas...
E)
...para corrigir uma das maiores distorções em que está sendo feita pelo uso popular das teorias psicológicas...
5.
O segmento “No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial...” (L.10/11) pode ser reescrito, com a regência verbal correta, do seguinte modo:
A)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo do qual se caracterizou não só a família patriarcal como também o regime ditatorial...
B)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo no qual se rebelou não só a família patriarcal como também do regime ditatorial...
www.pontodosconcursos.com.br
25
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
C)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo sobre o qual se desenvolveu não só a família patriarcal como também do regime ditatorial...
D)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo do qual se nutriu não só a família patriarcal como também o regime ditatorial...
E)
No Brasil, a revolta contra o autoritarismo pelo qual ensejou não só a família patriarcal como também o regime ditatorial...
6.
Leia a frase abaixo. As
expressões
de
amor
estimulam
crianças
e
jovens
a
se
desenvolverem. Substituindo-se corretamente a expressão sublinhada por um pronome, resulta: A)
As expressões de amor estimulam-nos a se desenvolverem.
B)
As expressões de amor estimulam-os a se desenvolverem.
C)
As expressões de amor estimulam-lhes a se desenvolverem.
D)
As expressões de amor estimulam eles a desenvolverem-se.
E)
As expressões de amor estimulam a eles a se desenvolverem.
7.
Em
“...não
só
da
família
patriarcal
como
também
do
regime
ditatorial...”(L.10/11), a estrutura “não só...como também” equivale à conjunção: A)
mas
B)
e
C)
ou
D)
pois
E)
logo
www.pontodosconcursos.com.br
26
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
8.
“Os psicólogos têm tido bastante trabalho...” (L.1) – a palavra em
destaque deve ser flexionada no plural na frase: A)
Crianças são ________ curiosas em relação aos fatos da vida.
B)
Certas crianças são ________ desenvolvidas para discernirem o certo do errado.
C)
Os pais conseguem ________ resultados ao colocarem limites para seus filhos.
D)
As origens das distorções não são ________ conhecidas.
E)
Todos conhecemos ________ os limites que devem ser impostos.
9.
O acento indicativo de crase não deve ser usado, ao se substituir o verbo sublinhado no segmento “...remonta à década de 60...” (L.7/8) pelo verbo:
A)
referir-se
B)
remeter
C)
aludir
D)
apontar
E)
aplicar-se
10. De acordo com o contexto, são consideradas antônimas as palavras: A)
autoritarismo X permissividade
B)
frustração X trauma
C)
patriarcalismo X ditadura
D)
repressão X censura
E)
liberdade X espontaneidade
www.pontodosconcursos.com.br
27
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
CEPERJ/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/AUDITOR IST./2007 BEBIDA EM ALTA Ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos, o consumo do álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento. É o caso do Brasil, onde não há praticamente controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas. Segundo os especialistas, é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro. “Um litro de pinga aqui custa menos do que 1 dólar”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Nos países desenvolvidos, uma garrafa de destilado não sai por menos de 10 dólares.” Além dos preços baixíssimos, no Brasil o marketing da indústria do álcool é muito agressivo e mira sobretudo os jovens. O levantamento do Ministério da Saúde confirma essa tendência. Os brasileiros que bebem exageradamente têm, em sua maioria, entre 18 e 24 anos. Uma das principais preocupações é a tendência de aumento do abuso do álcool pelas mulheres jovens. Um estudo conduzido recentemente pela Unifesp revela que o consumo exagerado de álcool aumenta principalmente entre as meninas adolescentes. Elas já se equiparam aos meninos e três em cada dez bebem com freqüência. Quanto mais se bebe na juventude, maior será a propensão ao alcoolismo na idade adulta. Quantidades moderadas de álcool, algo como dois copos de vinho por semana, trazem benefícios ao coração e ao sistema circulatório. Mais do que isso pode resultar em danos irreversíveis ao fígado. Há indícios de que o abuso de álcool pode lesionar o cérebro.
www.pontodosconcursos.com.br
28
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
Em excesso, a bebida está associada a danos nas regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado. Veja, 05-03-2008
1.
O artigo declara que o consumo de álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento e atribui o fato a um conjunto de fatores. Entre os fatores de aumento desse consumo NÃO está incluído(a):
A)
a falta de controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas;
B)
o baixo preço dos destilados no Brasil;
C)
a agressividade do marketing da indústria do álcool;
D)
a falta de uma política pública tão ofensiva quanto a do cigarro;
E)
a chegada de mulheres jovens ao mercado de trabalho e ao consumo.
2.
O título dado ao artigo é “Bebida em alta”; a melhor justificativa para o título dado, em função do que se lê no texto, é:
A)
o alto preço das bebidas alcoólicas;
B)
o aumento de doenças causadas pelo álcool;
C)
o crescimento do consumo de álcool no Brasil;
D)
o aumento de consumo de álcool entre meninas;
E)
o desenvolvimento do marketing do álcool no Brasil.
3.
Os especialistas dizem que “é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro”. Isso significa dizer que:
A)
a política para o cigarro é menos ofensiva do que a empregada para o álcool;
B)
a política pública empregada para o cigarro vem dando certo;
www.pontodosconcursos.com.br
29
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
C)
a campanha publicitária do cigarro traz ofensas aos consumidores;
D)
não há política pública de oposição ao consumo de álcool;
E)
o consumo de álcool traz mais renda ao Estado do que o cigarro.
4.
“Política pública” significa uma política:
A)
patrocinada pelo Estado;
B)
de grande divulgação;
C)
de amplo conhecimento público;
D)
de responsabilidade das empresas;
E)
organizada pela própria população.
5.
Uma pesquisa indica que 27,2% dos homens consomem álcool de maneira abusiva, enquanto, entre as mulheres, a quantidade é de 9,3%. Essa estatística mostra que:
A)
a quantidade de mulheres consumidoras de álcool vem aumentando;
B)
a quantidade de homens alcoólatras vem diminuindo;
C)
o consumo de álcool ainda é marca predominantemente masculina;
D)
os jovens são as maiores vítimas do marketing das bebidas alcoólicas;
E)
o consumo de álcool vem crescendo nas grandes cidades.
6.
Ao dizer que o consumo abusivo de álcool “pode resultar em danos irreversíveis ao fígado” e de que “pode lesionar o cérebro”, o artigo apela para uma estratégia argumentativa que se apóia na:
A)
sedução;
B)
intimidação;
C)
competição;
D)
elitização;
www.pontodosconcursos.com.br
30
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
E)
constrangimento.
7.
“Uma das principais preocupações é a tendência de aumento no abuso do álcool pelas mulheres jovens”; essa maior preocupação se deve ao fato de as adolescentes:
A)
poderem transferir o alcoolismo a seus futuros filhos;
B)
serem naturalmente mais vulneráveis a vícios;
C)
terem maior poder de atração sobre os rapazes;
D)
pertencerem a uma parte da população ainda de pouco consumo;
E)
levarem o consumo abusivo de álcool para o interior dos lares.
8.
“Em excesso, a bebida está associada a danos nas regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado”; o segmento em excesso traz a
idéia de: A)
condição;
B)
tempo;
C)
comparação;
D)
conformidade;
E)
finalidade.
9.
Esse texto é composto de muitas vozes; entre as vozes presentes no texto só NÃO está a voz:
A)
do autor do artigo;
B)
de especialistas;
C)
da indústria do álcool;
D)
do Ministério da Saúde;
E)
da Unifesp. www.pontodosconcursos.com.br
31
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
10. No artigo, predomina a linguagem formal; o segmento que emprega uma variação popular é: A)
“Ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos, o consumo do álcool tem aumentado nos países em desenvolvimento”;
B)
“É o caso do Brasil, onde não há praticamente controle sobre a indústria de bebidas alcoólicas”;
C)
“Segundo os especialistas, é preciso uma política pública para o álcool tão ofensiva quanto a do cigarro. “Um litro de pinga aqui custa menos do que 1 dólar”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Nos países desenvolvidos, uma garrafa de destilado não sai por menos de 10 dólares.”;
D)
“Além dos preços baixíssimos, no Brasil o marketing da indústria do álcool é muito agressivo e mira sobretudo os jovens”;
E)
“O levantamento do Ministério da Saúde confirma essa tendência. Os brasileiros que bebem exageradamente têm, em sua maioria, entre 18 e 24 anos”.
www.pontodosconcursos.com.br
32
CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS
ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DA SEPLAG-RJ LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 3
GABARITOS
CEPERJ/DEGASE-RJ/ASSISTENTE SOCIAL/2007 1.
C
2.
E
3.
D
4.
B
5.
D
6.
A
7.
B
8.
C
9.
D
10. A
CEPERJ/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/AUDITOR IST./2007 1.
E
2.
C
3.
B
4.
A
5.
C
6.
B
7.
D
8.
A
9.
C
10. C
www.pontodosconcursos.com.br
33