A nudez ritual
A Nudez Ritual Por Bruno Matsushita "A palavra é sagrada. A natureza é sagrada. O corpo é sagrado. A sexualidade é sagrada. A mente é sagrada. A imaginação é sagrada. Você é sagrado. (...) Você é o Deus. Você é a Deusa. A divindade está tanto dentro quanto fora de você.”- Margot Adler Praticar rituais nu, ou “vestido de céu” como se diz dentro dos círculos mágicos, é uma prática antiga e muito mal compreendida pela maioria dos wiccanianos modernos. Não deixa de ser um assunto polêmico, já que em nossa sociedade impera a noção de que olhar corpos desnudos seja pecado. Em minhas andanças pelo mundo mágico e pesquisas realizadas com wiccanianos de diversas partes do país (alguns da Europa) e idades, percebi que principalmente no Brasil as pessoas não se sentem à vontade para até mesmo falar sobre o assunto, tamanho bloqueio que temos para com a (não)aceitação do nosso próprio corpo. Entrevistei alguns wiccanianos e pagãos que foram muito bem-humorados ao me responderem sobre o que pensavam a respeito da nudez ritual e irei esclarecer alguns princípios e mal-entendidos que surgiram no decorrer dessas entrevistas e pesquisas. Estar “vestido de céu” faz referência a estar completamente nu em um ritual. Não o ato banalizado de simplesmente estar nu, mas a parte sagrada, pura, a sensação de estar livre de corpo e alma e fazer parte do todo. Dentro da Bruxaria é comum a prática e rituais cujos participantes se vestem de céu, pois é quando eles se libertam das tensões do dia-a-dia, deixam transparecer o seu verdadeiro eu e podem, finalmente, fazer parte do lugar em que estão inseridos (já que não estão com suas roupas apertadas, desconfortáveis e limitantes). Aos olhos assustados do praticante moderno, isso pode parecer subversivo, o que é completamente compreensível, já que a cultura cristã está tão enraizada em nossa
sociedade que fica muito difícil desassociar os conceitos estabelecidos por ela em nossos juízos. Desde pequeno aprendi não apenas em casa, mas com muitas pessoas diferentes, que cuidar demasiadamente do nosso corpo é considerado vaidade e que vaidade não é uma coisa boa. Talvez vaidade excessiva realmente não seja algo bom, mas somos seres humanos – e seres humanos procuram a beleza em todas as coisas! Acredito que cuidar do nosso corpo é uma obrigação, pois ele é a morada do nosso espírito, a centelha divina que reside dentro de nós. E se não cuidarmos bem dele, quando as cortinas se fecharem e tivermos que pagar a conta, levaremos um susto ao vermos o valor, pois um corpo mal-cuidado é um indicador de que você não aprendeu a lição mais básica de todos aqui neste plano: cuidar de si mesmo. Viemos à Terra justamente para aprendermos a lidar com coisas terrenas! E cuidar do próprio corpo é uma dessas coisas que temos que aprender a fazer, eu, você e qualquer pessoa que seja! Numa sociedade que cultua um corpo magérrimo, pernas longas e finas, bumbum arrebitado, cintura pilãozinho e madeixas lisas e loiras, é quase impossível atingir esse ideal de beleza. Veja que até agora não tocamos no assunto beleza, e sim cuidados. Beleza e cuidados são duas coisas bem diferentes. Beleza tem a ver com estética, cuidado tem a ver com zelo. Não vamos entrar no quesito de como deve ser a beleza ideal, pois vivemos num mundo enoooorme e a verdadeira beleza está realmente nos olhos de quem vê. Mas é inegável que todos nós somos os guardiões dos nossos próprios corpos e é obrigação de qualquer um cuidar do seu. Vivemos num mundo que nos vende a falsa ideia de que só existe uma única forma, um único tipo de corpo e um único tipo de cabelo. E o que é pior: nós compramos essa ideia! Não caia nessa... Não existe apenas uma única forma, existe apenas a forma saudável – e isso não se discute, pois cada um tem a sua. O importante é sentir-se bem consigo mesmo, é amar o seu corpo com todas as marcas deixadas pelo tempo, é ver no brilho do olhar de outras pessoas o ado de cada uma delas... É estar ligado com a sua divindade interior. Fomos criados pela divindade e temos a centelha divina dentro de nós. Nosso corpo é sagrado, é divino. Aceitá-lo do jeito que ele é, é aceitar a Deusa e o Deus em nós mesmos. Postarei em breve alguns rituais que trabalham na linha de autoconhecimento e autoaceitação do corpo. Gostaria que vocês praticassem os rituais, pois os resultados falam por si mesmos. No período renascentista, muitos pintores retrataram os encontros misteriosos que as bruxas executavam no meio das florestas, onde elas se apresentavam completamente nuas. No período que compreende a Idade Média também era prática comum nesses encontros as bruxas participarem nuas e com cabelos soltos enquanto recitavam suas conjurações e invocações. Stewart Farrar em seu livro What Witches Do fala sobre a Carga da Deusa, texto tradicional dentro da Bruxaria wiccaniana que é mencionado em Aradia: O Evangelho das Bruxas, de Charles G. Leland, publicado em 1899. A Carga da Deusa é um texto onde Aradia ensina aos seus seguidores como obter favores de sua mãe, a deusa Diana. Citemos um trecho da Carga escrito por Farrar: Sempre que precisar de algo, Uma vez por mês, e de preferência sempre que a lua estiver cheia, Reúnam-se então em algum lugar secreto E venerem meu espírito. (...) E para que sejam livres da escravidão, E como sinal de que são realmente livres, Celebrarão os seus rituais nus.
Neles, vocês dançarão, cantarão e celebrarão, tudo feito com música e amor. Tudo em minha honra, Pois de mim vem o êxtase do espírito, Assim como também vem o prazer terreno, Pois a minha lei é o amor por todos os seres. Mantenham puros os seus ideais mais elevados. (...) Como vimos, a nudez ritual representa uma catarse. Uma renúncia aos confortos que o nosso mundo moderno pode nos proporcionar para que nos entreguemos àquilo que a Grande Mãe tem a nos oferecer. Estar vestido de céu também não tem nada a ver com rituais de Magia Sexual ou orgias muito loucas que rolam soltas nos filmes de Hollywood. Muitos grupos fazem seus rituais nus e executam o Grande Rito, momento em que as energias da Deusa e do Deus se unem para a criação do poder mágico. O Grande Rito pode ser real, quando o sacerdote e a sacerdotisa do coven fazem amor (não confundir amor com sexo), ou simbólico, quando há uma representação da união do masculino com o feminino (através do cálice e do athame). Estar vestido de céu é algo sagrado e não deve ser banalizado com a nossa limitada compreensão acerca de sexo. Para os bruxos modernos é difícil se libertar completa e rapidamente do conceito de pecado, mas podemos ir mudando em doses homeopáticas nosso padrão de pensamento com exercícios e vivências. Disponibilizarei na próxima postagem uma meditação que nos ajudará a libertar das tensões do dia-a-dia e estimulará o conhecimento do próprio corpo.
Publicado originalmente no periódico mensal A Voz da Bruxaria, edição 05, fevereiro de 2009. Revisado pelo autor em março de 2010. Fonte: http://blogdosquatroventos.blogspot.com/2010/03/nudez-ritual.html
O caminho na Wicca É de transcendência gradual das fronteiras do ego que mantém nossa consciência separada da corrente universal, até que no 3* grau nós devamos ter alcançado a habilidade para fundir nossa consciência com o Universo e a corrente vital. Os três graus, parecidos com os graus da franco-maçonaria de Aprendiz, Companheiro e Mestre, representam um gradual envolvimento nesse processo. No primeiro grau de Aprendiz nós somos recebidos na família do coven e aprendemos como elevar o poder de dentro de nós mesmos e a direcioná-lo. Quando tivermos dominado isso, simbolizado pelo conhecimento de nossos instrumentos, somos elevados ao segundo grau de Companheiro, no qual aprendemos a como dirigir a energia de todo o coven sob a orientação da HPS e do HP. Quando nós dominamos a fundo e aprendemos como canalizar a Deusa e o Deus de Chifres diretamente, então estamos prontos para sermos elevados ao terceiro grau e sair para fundar nosso próprio coven... De modo a ajudar-nos a quebrar corretamente o invólucro de nossos egos, Gerald Gardner – ou o coven de New Forest no qual ele aprendeu suas técnicas de bruxaria – nos legou três técnicas rituais que desafiam radicalmente as fronteiras do nosso ego: ritual em nudez; cordas e açoite; e o GR. Ritual em nudez nos força a retirar a máscara que criamos para nós mesmos com as roupas que usamos, e nos mostrar para nossos companheiros de coven como nós realmente somos. Quando praticada ao ar livre isso nos possibilita trocar energia com nosso meio ambiente por cada poro de nosso corpo; e não só através do centro da coroa em nossa cabeça. Banhos de sol em nudez também podem induzir um transe no qual nós transcendemos tempo e espaço por alguns breves instantes.
Cordas & Açoite no primeiro grau reduz o iniciado ao estado de desamparo similar ao do seu nascimento e assim fortalecer o sentimento de estar renascendo dentro da família do coven. Um psicólogo americano estudou os rituais de iniciação em fraternidades e descobriu que os mais dolorosos e humilhantes que eles sejam, mais fortemente o novo iniciado se ligará à fraternidade e mais ele valorizará ser um membro. Cordas & Açoite no início de cada lua cheia é destinado a purificar nossas mentes de pensamentos estranhos. Não há nada como uma dor no traseiro para fazer alguém esquecer que não pagou sua conta de telefone, o projeto inacabado do escritório, ou uma votação próxima. A Corda e Açoite prolongada na elevação de 2* grau é considerada hipnóticamente regular e rítmica, devendo induzir gradualmente no wiccano elevado um sentimento de sonolência levando a um estado alterado de consciência. O GR na elevação de terceiro grau, deve envolver técnicas “tântricas” de retenção ou afastar o orgasmo, que podem impulsionar os dois participantes para um estado de consciência cósmica, no qual eles descobrem o poder de Eros para unir o Universo e não apenas eles como indivíduos. Todos os covens que eu conheço e com os quais eu tenho me reunido, praticam rituais em nudez, pelo menos dentro do círculo. Gerald estava muito surpreso com o número de bruxos nos seus dias que deixavam a nudez para os círculos e não se juntavam a clubes naturistas ou aproveitavam os feriados em praias naturistas. Mas a julgar pela popularidade das danças em nudez em volta de fogueiras após os rituais de meio do verão ou Lammas em encontros wiccanos, poucos jovens ainda tem essa inibição. E eu suspeito que é a nossa naturalidade com o corpo humano nu, junto com a importância que nós damos à Deusa em seu culto, que continua a tornar a Wicca o ramo mais popular do Paganismo para novos recrutas. Mas Cordas & Açoite e o GR parecem muito radicais para muitos wiccanos contemporâneos ! Agora, eu poderia ser a última pessoa a recomendar a alguém para ir a um ritual que pudesse traumatizá-lo ou por em perigo seu casamento. Novamente: rituais não são fins em si mesmos, mas meios para um fim: nesse caso a transcendência do ego e a habilidade para elevar o poder. Vendas & amarração e o GR não são as únicas técnicas que podem alcançar isso: cinco outras são listadas no BoS, que são mais brandas mas também mais lentas, e há muitas outras não listadas no BoS. Então, se C&A e/ou o GR podem traumatizar você ou algum de seus iniciados, pule-os e tente uma ou mais das outras cinco técnicas. Realizadas regularmente e com persistência cada uma delas ou uma combinação de todas levarão você ou seu iniciado ao objetivo. Mas isso não é o que a maioria dos covens wiccanos que eu conheço tem feito nos últimos 40 anos, seguindo o mau exemplo fixado por não menos do que Gerald Gardner. Diante de um candidato ao 3* grau relutante em realizar o GR com ele, ele dizia: “Não esquenta! Vamos fazer isso simbolicamente!” E então, por 40 anos ou mais, Cordas & Açoite tem sido substituídos por Cordas & Cócegas no primeiro e segundo graus de iniciação e a purificação após o círculo ter sido aberto, e o “GR simbólico” em troca do real no terceiro. E os iniciados são levados a acreditar que eles tem cumprido as exigências da iniciação e dos graus apropriados. Pelo menos na Inglaterra – e eu presumo que na maioria da Europa – nós ainda temos açoites com nove tiras de couro como instrumentos, que podem infligir dor real se manejados corretamente. Mas eu fui convidado uma vez de um coven americano na costa leste da tradição Gardneriana de Long Island, onde os “açoites” usados tinham tiras de seda com duas polegadas de comprimento. Essa é a tradição Gardneriana que se recusou a reconhecer os iniciados de uma de suas HPS, que havia abolido Cordas & Açoite em todas as suas iniciações. Minha objeção a essa diluição dos ordálios iniciatórios para um vago simbolismo de sua natureza real, é que ela é totalmente ineficaz em atingir a desejada mudança de consciência. O que você pode aprender ao ter seu traseiro gentilmente acariciado por um açoite de nove tiras de ceda, além de um desenvolvimento do sentido de absurdo ? E quanto você pode alcançar da consciência cósmica colocando um Athame dentro de uma taça ? E pior, ao fazer com que o membro iniciado ou elevado acredite ter encontrado todas as exigências do seu grau, isso os priva de todo o incentivo para tentar uma das técnicas mais lentas de transcendência do ego. Como resultado, nós temos um número de HPS e HP que jogam seu ego não transcendido sobre seus covens e covens que desmoronam diante do primeiro choque de egos ou opiniões diferentes, porque seus membros nunca compartilharam devidamente dor ou êxtase! Pior, ao continuar a realizar Cordas & Açoite e o GR em sua forma simbólica, nós adquirimos a questionável reputação de ser um culto sado-masoquista com nenhum sentido benéfico e espiritual. O maior problema com realizar rituais simbolicamente é que isso é contagioso. Muitos wiccanos se juntam a uma HPS em alguma colina ou floresta uma vez por ano para um ritual de cura da Terra e então pensam: “Ok, eu tenho feito a minha parte pela Terra por este ano”, e algumas vezes nem mesmo juntam seu lixo.
Trinta anos atrás, uma membro de um coven teve câncer no seio e estava se recuperando lentamente de uma intensa série de tratamentos de radioterapia. Em cada encontro do coven durante nove meses – que ela estava incapaz de comparecer – o coven realizou um ritual de cura para ela, mas com uma exceção, nenhum deles lhe telefonou ou visitou nesse intervalo nos encontros, mesmo quando eles tinham negócios na cidade onde ela vivia. Rituais devem elevar nossa consciência e nos tornar mais efetivos em interagir com a realidade mundana. Muitos de nós os usam ao invés, como um substituto para ações e como uma fuga de um mundo imaginário.
Fonte: http://www.wiccagardneriana.net/rituais.swf
Nudez Ritual Fonte: Doreen Valiente, “Enciclopédia da Bruxaria”
“The Four Witches”, Dürer, 1497.
O fato de algumas bruxas da atualidade acreditarem na antiga ideia da nudez ritual é uma das coisas que agentes sensacionalistas sentem prazer em divulgar. De vez em quando nós temos a chance de sermos surpreendidos com alguns artigos do jornal de domingo com vívidas descrições de “orgias de nudez para adoração do demônio” e outras coisas parecidas, que supostamente acontecem na Grã-Bretanha dos dias de hoje. No entanto, os covens mais antigos, que evitam publicidade inoportuna, de maneira geral não fazem grande insistência quanto à nudez ritual, embora eles não vejam nada de absurdo em sua prática. Para alguns ritos, em uma noite de verão bastante quente, ou em lugares fechados, próximo ao fogo, é um prazer estar sem as roupas. Para outros ritos, em lugares ao ar livre na escuridão do Halloween, ou à meia-noite da Lua Cheia em alguma floresta solitária, é muito mais razoável estar muito bem agasalhado. A ideia da nudez como parte de um rito mágico ou religioso é encontrada por todo o mundo antigo. Nas famosas pinturas da Vila dos Mistérios, em Pompéia, a jovem garota que está sendo iniciada aparece vestida e com o rosto coberto por um véu, mas, ao fim da cerimônia de iniciação, ela é mostrada dançando nua, em um estado de êxtase religioso. Ela abandona todas as suas preocupações terrenas, todas as distinções de classe; ela é agora uma pessoa una com a natureza e com a vitalidade do universo. É essa liberdade e beleza que constituem o êxtase religioso para os pagãos. Temos, no Antigo Testamento, em especial Samuel I, XIX-24, que os profetas antigos ou videntes de Israel profetizavam em um estado de nudez ritual. Nisso, eles eram como os Gimnosofistas, ou os Homens Sábios Nus da Grécia Antiga (do grego gymnos, nu, e sophos, sábio). Talvez, por essa razão, a idéia chegou até os romanos e gregos de que a nudez ritual era favorável para a realização de ritos mágicos. O que tinha começado como um costume religioso acabou tornando-se algo mágico. Charles Godfrey Leland, em seu “Magia Cigana”, observou as frequentes aparições da nudez ritual nos feitiços das Bruxas e no folclore em geral. Ele ressalta a semelhança entre as danças nuas selvagens dos antigos Sabás, como foram descritas por Pierre de Lancre, e os festivais dos ciganos, e ele nos faz lembrar que os ciganos vêm do Oriente, onde era comum acontecerem danças eróticas de mulheres em homenagem aos Deuses Bruxas e ciganos há muito tempo apresentam esse tipo de semelhança. Maimônides conta-nos que as jovens mulheres da Pérsia Antiga costumavam dançar na madrugada em homenagem ao Sol, nuas e cantando músicas; nós temos o relato dados por Plínio em sua “História Natural” sobre como as mulheres da antiga Grã-Bretanha também realizavam ritos religiosos sem roupas. Plínio considerava a Pérsia o lar dos Magi, o lar da magia, mas ele diz que os rituais eram tão bem realizados na antiga Grã-Bretanha que nós podemos ter ensinado magia aos persas, em vez do contrário. O costume da nudez ritual era certamente comum em ambos os lugares. Relíquias da antiga crença no poder mágico da nudez podem às vezes ser encontradas no folclore. Por exemplo, existe uma ideia antiga de que uma mulher pode ser curada de esterilidade se caminhar nua por seu jardim de verduras na Véspera do Midsummer, uma data que, devemos nos lembrar, é a do Sabá das Bruxas. Thomas Wright, em seu ensaio que acompanha a obra de Payne Knight, “Discourse on the Worship of Priapo”, tem uma interessante agem com relação a esse assunto. Nós acreditamos que em uma das primeiras edições da Mãe Brunch, donzelas que desejavam saber se seus amantes eram constantes ou não recebiam instruções para saírem exatamente à meia-noite na Véspera de São João, tirar suas roupas, ficando totalmente nuas e, nessa condição, caminhar em direção em uma planta ou um arbusto, o nome do qual era dado, e ao redor dela elas deveriam formar um círculo e dançar, repetindo ao mesmo tempo algumas palavras que aprendiam com suas instrutoras. Ao terminar a cerimônia, elas deveriam juntar folhas da planta em redor da qual tinham dançado, que deveriam levar pra casa e colocar sob seus travesseiros, e o que desejavam saber seria revelado a elas em seus sonhos. Nós já vimos em alguns estudos medievais sobre instruções para colher as plantas de modo que tivessem virtudes especiais, e se exigia que isso fosse realizado por jovens garotas em um estado semelhante de completa nudez. Em “Aradia: O Evangelho das Bruxas”, os seguidores de Diana recebiam a ordem de estarem nus em seus ritos, em sinal de que se sentiam totalmente livres. Por essa razão, muitos covens de Bruxas de hoje insistem em realizar seus ritos nus. Entretanto, existe uma grande diferença entre os climas da Itália ou do Oriente, e o clima das Ilhas Britânicas, como outras Bruxas indicam. Exigir a nudez ritual todas as vezes para as cerimônias das Bruxas na Grã-Bretanha hoje é simplesmente algo não-prático. Além disso, muitas das Bruxas mais velhas sentem que toda a publicidade sobre danças de Bruxas nuas atrai um tipo de interesse errôneo sobre o que a tradição de fato significa, ou que deve significar como a Arte dos Sábios. As pessoas que estão à procura apenas de um pouco de excitação sexual procuram pela tradição, sem nenhum compromisso ou crença sérios. Muita ênfase, elas acreditam, foi colocada nessa característica da Velha Religião. Elas acham que, junto com a outra velha prática do flagelo ritual, a nudez ritual é algo que pode muito bem ser deixado no ado, sem qualquer detrimento para o culto das Bruxas. reação do público quanto à ideia das Bruxas dançando nuas é uma crítica das Bruxas ou uma crítica da mentalidade popular, depois de quase 2000 anos de civilização cristã?” O verdadeiro espírito da Bruxaria não tem nada em comum com as banais fantasias sexuais de
escritores de filmes e da imprensa marrom (jornais de fofocas e cenas de escândalo). Tampouco ele é como o ocultismo superintelectualizado tanto do Ociedente como do Oriente, que exige muitas palavras longas para se expressar. O verdadeiro segredo não pode ser expresso em palavras. Eles são muito mais questões de sentimento e de intuição, do que do intelecto. A alegria e a hilariedade de dançar nu é uma maneira de aproximar-se desse espírito. No entanto, atuais “expositores” da Bruxaria não são os primeiros a se sentirem excitados com a idéia de Bruxas nuas. Uma série de artistas do ado teve o prazer de desenhar Bruxas como jovens mulheres voluptuosas, nuas e impudentes. Um importante artista desse gênero foi Hans Baldung Grun, e foi um de seus desenhos que deu a Albrecht Dürer a idéia para a famosa pintura de Dürer, “The Four Witches”. Esse maravilhoso trabalho de arte, datado de 1497, mostra quatro mulheres de seios fartos tirando suas roupas para um rito de Bruxas. O propósito da figura, nem sempre compreendido, é este: as mulheres tiraram todas as suas roupas com exceção de seus toucados, e esses toucados, todos diferentes, mostram as várias classes da sociedade das quais elas vêm. Há a senhora mais alta [no sentido de alta sociedade], com uma touca mais elaborada com um material delicado sobre a sua cabeça. Há a cortesã, com seus cabelos soltos e esvoaçantes, presos somente por uma grinalda de folhas. Há a respeitável esposa de um morador da cidade, com um toucado liso e surrado, que cobre todo o seu cabelo de forma modesta. Por último, mostra a mulher camponesa, com apenas a ponta final de seu xale ou véu sobre a cabeça. O artista está dizendo que todas elas são irmãs na Bruxaria, e que as Bruxas vêm de todas as classes da sociedade. Quando elas estão nuas, encontram-se como iguais, e as distinções sociais são esquecidas.
Cena do filme "The Wicker Man", 1972.
Fonte: http://alemdofisico.blogspot.com/2011/03/nudez-ritual.html
Falando de Nudez e Sexo... Postado por Hyvi às 18:44:00
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Ahhhh... quem está esperando que eu continue a tratar do sono, como falei ontem, irá ter de esperar um pouco! Porque hoje, eu não estou nem um pouco a fim de falar de dormir. Vou falar de quarto, de cama... mas não para dormir, eu vou falar de: SEXO. Ultimamente esse assunto tem andado muito em pauta na minha vida. Deixa-me explicar antes que vocês pensem besteirinhas!!! É que comprei um livro, que trata sobre a Wicca e nele tem um capítulo todinho dedicado a esse tema, além do mais, encontrei aqui nos perdidos, uma revista que trata de sexo no casamento, e também, em rodas de amigos, sabe que esse assunto sempre rola... Então vamos a ele... Lembro-me da primeira vez que vi meu pai de cueca, eu tinha 16 anos. Ele saiu para fazer xixi durante a noite, eu nem havia ouvido a porta do quarto dele se abrir, levantei e fui beber água, gente, ele quase morreu! Quando ele saiu do banheiro e deu de cara comigo em pé de frente para geladeira, bebendo água. Na manhã seguinte, ele me acordou, eu tinha que me arrumar para a escola, e me pediu mil perdões! Foi até engraçado! Quando o cristianismo estava se consolidando, seus líderes trataram de ligar a nudez às antigas religiões pagãs. Rotuladas, tanto a nudez, quanto o sexo propriamente dita, à Satã. Quase dois mil anos depois, esse assunto continua sendo um tabu em nossa sociedade. Ainda podemos encontrar pessoas que pensam dessa forma. Muitas mulheres se sentem culpadas por fazerem sexo durante a gravidez. Muitos homens vêem suas esposas como “seres sagrados”, incapazes de realizar sua fantasias mais secretas, já ouvi comentários de amigos meus dizendo que tinham a fantasia de ejacular na boca de suas parceiras, mas que não o faziam por julgarem essa atitude suja, reservado somente às prostitutas. Isso é preconceito! Isso é fruto de repressão sexual! Isso é uma bobagem! Ora, se o cara tem vontade de fazer isso... se a parceira dele aceita, qual o problema?
Pode até par ecer perseguição, mas não é. Está lá em Gênesis 3 (todo) falando da coitada da Eva e do Adão, que por conta deles comerem do fruto proibido foi criada a vergonha de seus corpos nus, a procriação através do sexo e a morte. Quantos anos de repressão sexual se deu desde o estabelecimento do cristianismo com uma potência religiosa? Sem contar na culpa jogada sobre Eva por ela ter incitado Adão a comer do fruto proibido... (Ele não tinha o livre arbítrio? Podia muito bem dizer NÃO! Se comeu era porque ele tava doidinho pra pegar a Eva, rsss...) Mas não quero entrar nesse assunto, só usei-o como ilustrativo das armas utilizadas pelo cristianismo: A CULPA.
A wicca pratica sim rituais “vestidos de Lua”, ou seja, NUS. Mas isso não significa que nós, wiccanos, somos obrigados a fazê-lo. Tão pouco, que isso seja algum indicativo de que pratiquemos orgias em nossos rituais. Wiccanos NÃO praticam orgias em seus rituais. Fazer um ritual nu em meio à mata é tão complementar quanto o sol e a lua. É uma forma de cultuarmos a natureza da forma mais natural que existe, é somente isso. Se você for como eu, e não se sentir a vontade, simplesmente não o faça. Se o sacerdote de seu conven não aceitar... problema é dele, saia do conven isso pode ser uma forma das Deidades te mostrar que ali não é o seu lugar. A nudez NÃO significa sexo! Senão não haveria praia de nudismo! Comunidades naturalistas! Famílias naturalistas! Lembrem-se: que essa corrente filosófica, e cada vez mais expressiva, já possui milhares de adeptos no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Em algumas culturas isso é uma prática super comum... índios americanos, polinésios , europeus, por exemplo, se utilizam da nudez ritual. Outro grande exemplo são os Saddhus, na Índia, que podem caminhar nus nas ruas, como prova de sua santidade. Viu só, não existe nenhum bicho de sete cabeças!!!!! E para aqueles wiccanos que acreditam que nos primórdios da “wicca” TODOS os rituais era feitos dessa forma, sinto-lhes informar, que isso não é verdade. A Europa era fria demais para isso. É bem verdade que algumas tradições dentro da wicca, utiliza-se de sexo ritual, por suas propriedades energéticas mágicas. Mas isso não quer dizer que são todas as tradições. O sexo ritual é praticado por dois adultos, que consentem, em um local reservado. Jamais na presença de um outro wiccano ou quem quer que seja. O próprio cristianismo utiliza-se de elementos sexuais. O “Testemunho”, era uma prática muito comum nos templos bíblicos. Ele ocorria quando um homem prestava julgamento a outro, ele apertava seus testículos.
Mesmo não pertencendo há uma tradição que pratique o sexo ritual ou um praticante solitário, pode integrar esse elemento em seus rituais, o que é super natural para casais pagãos. Mas isso não significa que a wicca é uma religião sexual, simplesmente que alguns bruxos gostam de integrar esse elemento em seus rituais. Hyvi, fala sério, o é que sexo então na wicca? O sexo é a união entre você, a outra pessoa, é a união com a raça humana, com as Deidades e com o Todo. Se o virmos livre de preconceitos, este se torna um ato sagrado, uma dádiva concebida a nós para que possamos viver nossas vidas com mais prazer. O sexo representa o AMOR, o PODER e a ESPIRITUALIDADE.
De forma alguma é sujo e feio. Ele é a maior demonstração de afeição que alguém possa fazer, pois essas duas almas estrão atadas, para sempre. Não é à toa que esse ato é mágico e visto, por nós bruxos, com tanta seriedade! Saindo da esfera religiosa da questão... Os dados à seguir, são da revista “IstoÉ” de 15 de julho de 2009. “Uma pesquisa realizada com 8.000 pessoas, com idades entre 15 e 64 anos, divulgada em junho de 2009, pelo Ministério da Saúde, apontou que 11% dos casados não fazem sexo há pelo menos um ano. Nos EUA, dados do General Social Survey, revelam que 15% dos casais estão ente seis meses e um ano, sem manter relações sexuais. Na Universidade de Hamburg-Eppendorf, da Alemanha, revela que no início do relacionamento 60% das mulheres querem sexo com freqüência, depois de quatro anos de união, este índice cai para 50%, e depois de vinte anos, chega a 20%. Entre os homens permanece inalterado para 70% deles.” De acordo com essa mesma revista, os principais inibidores do apetite sexual são: • Sexo não prazeroso para as mulheres, tornando-se uma obrigação o ato sexual; • Filhos; • Trabalho; • Preocupações com contas; • Falta de tempo; • Falta dos pensamentos eróticos com a(o) parceira(o); • Estresse; • Falta de diálogo. Enfim, rotina! Estou só querendo fazer um adendo para melhorar a qualidade de nossas vidas sexuais, já que somos pagãos livres de preconceitos e bem resolvidos! Rapazes: Quando sua parceira não chegar ao orgasmo, não significa que você é um incapaz, muito menos que ela não tenha sentido prazer! O orgasmo é uma coisa dela, o sexo pode ter sido maravilhoso, e mesmo assim, ela não o ter atingido. Dê o melhor de si, procure satisfazer sua parceira. Caso ela não queira, procure saber os motivos, talvez não tenha nada haver com você, e quem sabe você dando uma de bom moço, ela até aceite o agrado! Procure realizar e criar fantasias... sempre na cama... sempre no quarto é chato! Conheci um casal que visitavam o motel pelo menos uma vez por mês, achei super legal, pois eles já tinham dois filhos e mesmo assim, separavam um tempo para namorar. Uns amassos de vez em quando cai bem! Mesmo sem sexo, "ficar" com sua esposa (namorada ou noiva) é uma dica muito gostosa! Aproveite! Moças: Não, você não está gorda! Ele continua a te amar, mesmo você não tendo mais o manequim de quando você tinha 18 anos. Não, ele não perdeu o interesse por você depois que você engravidou dele. Ele te escolheu para ser a mãe dos filhos dele, por que ele haveria de deixar de te amar por isso? Não, você não é a mãe dele! Não o trate como criança! Ele não é seu filho, ele sabe se virar sozinho! Fazer um agrado a ele de vez em quando faz bem! Vocês não precisam transar somente quando ele a procurar... por que você não pode tomar a iniciativa?
Você adora falar, por que você não conversa com ele sobre esses assuntos que a aflige, principalmente quando se tratar do relacionamento de vocês, conversando a gente se entende! Se ele não tem imaginação, imagine você! Faça-o realizar suas fantasias... você não é sempre a concubina pronta a atendê-lo, vocês são um casal, que querem ter uma vida juntos, em igualdade de direitos, inclusive na cama. Se ainda assim você se sentir insegura, existem curso de stripper, pompuarismo, dança do ventre... invente! Use chicotes, algemas, dados... seja feliz!!!! Aos dois: É muito legal o jogo de submeter e ser submetido... revezem! Conversem sempre... sobre sexo, sobre o relacionamento, sobre seus sonhos, suas vontades... conversem! Espero que vocês tenham gostado! Beijinhos e Bêçãos
Fonte: http://wiccasantuario.blogspot.com/2009/09/falando-de-nudez-e-sexo.html