A ARQUITETURA RENASCENTISTA •
• •
•
GÓTICO - RENASCIMENTO No século XV, enquanto os navegadores europeus viajavam para explorar a África e depois as Américas, a arquitetura europeia ava por mudanças significativas, saindo do estilo Gótico que caracterizou a Idade Média e entrando no Renascentismo; Na Itália, durante o período Gótico, as igrejas românicas nunca chegaram a dominar o centro do Império Romano; A malha Urbana da maioria das cidades italianas – especialmente no caso das edificações habitacionais de uso diário – foi tecida entre os séculos XI e XIV; Em centros continentais, como Florença, as edificações eram bastante simples: Pesados blocos de alvenaria interrompidos por aberturas com arcos e, às vezes, apresentando galerias ou arcadas sombreadas;
A ARQUITETURA RENASCENTISTA •
Os edifícios governamentais medievais criavam os centros cívicos das cidades e provocavam o surgimento de espaços abertos (praças) que, até hoje, são vistos como exemplos notáveis; •
Dentro deste contexto medieval bem estabelecido os arquitetos renascentistas apresentaram suas propostas radicais. RENASCIMENTO
•
Enquanto França e Inglaterra se tornaram monarquias unificadas durante a Idade Média, a Itália permanecia um conjunto de cidades – estado e feudos poderosos, porém separados;
• O comércio florescia em decorrência da privilegiada posição geográfica da Itália – entre o oeste da Europa e Bizânico, no leste (então centro comercial dos produtos que vinham do Oriente);
A ARQUITETURA RENASCENTISTA •
Mercadores ousados exportavam artigos de luxo e fundavam indústrias têxteis;
•
A vida cívica nas principais cidades – estado italianas era dominada por famílias cujas riquezas não vinham apenas das tradicionais terras herdadas, mas de novas fontes de lucro mercantis;
•
O estímulo econômico acarretado pelo rápido crescimento do mercantilismo levou a um renascimento urbano e cultural nas principais cidades – estado italianas; FLORENÇA – O BERÇO DO RENASCIMENTO
•
Em Florença, os novos ricos, representados pelos mercadores de lã e pelos poderosos banqueiros, buscaram prestígio e status no mecenato das artes e das letras;
•
Os artistas e arquitetos locais mostraram-se à altura da tarefa;
•
A revolução da pintura, na escultura e na arquitetura se deve à nova visão do mundo humanista do Renascimento, que celebrava a racionalidade, a individualidade e a capacidade humana de fazer observações empíricas do mundo físico e agir com base nelas;
•
Os estudiosos e artistas humanistas aspiraram a criar um mundo moderno que rivalizasse com o antigo;
A ARQUITETURA RENASCENTISTA
obra de Michelangelo Buonarroti – Creation Hands
obra Renascentista – Escultura
obra de Leonardo da Vinci – Monalisa
A ARQUITETURA RENASCENTISTA •
Arquitetos e artistas se tornaram celebridades, fazendo com que suas identidades e até detalhes de suas vidas fossem conhecidos por nós;
•
Depois de absorverem textos do filósofo Platão, esses arquitetos se empenharam a criar uma arquitetura matematicamente perfeita;
•
As relações entre os números inteiros (como 1:1, 1:2, 2:3, e 3:4) expressas nas consonâncias musicais descobertas pelo matemático grego Pitágoras, foram levadas em consideração e concluíram que sua harmonia inata afetaria todos os que vivenciassem os espaços por elas determinados;
•
Acreditavam que as proporções matemáticas estariam inevitavelmente relacionadas às medidas do corpo humano;
•
Os arquitetos mantiveram o interesse pela geometria que tanto influenciara a arquitetura medieval;
•
Valorizavam especialmente formas “ideais”, como o quadrado e o círculo;
•
Neste contexto, a igreja com planta-baixa centralizada ou a representar a forma mais perfeita, absoluta e imutável, capaz de refletir a harmonia celestial.
A ARQUITETURA RENASCENTISTA
Basílica de São Pedro - Vaticano
A ARQUITETURA RENASCENTISTA •
Os artistas desenhavam a figura do homem no interior de um contexto geométrico “perfeito” e, assim, “provavam” que as proporções humanas refletiam as razões divinas.
•
O mais famoso desses desenhos é o “Homem Vitruviano” encontrado nos cadernos de anotações de Leonardo da Vinci. Se um homem for colocado de costas, com
•
Nas Palavras do próprio Vitrúvio:
suas
mãos
e
pés
estendidos,
e
um
como for centralizado em seu umbigo, os dedos de suas duas mãos e de seus dois pés tocarão a circunferência de um círculo descrito a partir daí. E, assim como o corpo humano gera uma linha circular, também se pode encontrar uma figura quadrada em seu interior. Pois se medirmos a distância entre as solas dos pés e o topo da cabeça, e então aplicarmos tal medida aos braços estendidos, descobriremos que a largura equivale
à
superfícies quadradas.
altura,
como
planas
no
caso
de
perfeitamente
A ARQUITETURA RENASCENTISTA FILIPPO BRUNELLESCHI •Entre o início do século XV e o ano de 1494, Florença floresceu como o centro do renascentismo e Filippo Brunelleschi homem que iniciou este período extremamente criativo em termos de arquitetura; •Em 1400, partiu para Roma com seu amigo, Donatello, e sua subsequente carreira como arquiteto deve muito à longa estadia na Cidade Eterna e às observações que fez por lá; •Durante a sua estada em Roma codificou os princípios da perspectiva linear geometricamente precisa, o que permitiu representar com exatidão objetos tridimensionais em superfícies com duas dimensões; • Com a percepção de que as linhas horizontais paralelas convergiam para o mesmo ponto no horizonte e que os elementos do mesmo tamanho diminuíam proporcionalmente conforme a distância, Brunelleschi obteve exatidão na representação de relações espaciais; •O desenvolvimento desse novo sistema de representação espacial afetou significativamente a arte, a arquitetura e o projeto urbano tanto durante como depois do renascentismo.
Masaccio, A Santissima Trindade, S. Maria Novella, Florença, 1427 – 28. Filippo ensinou seu método ao artista Masaccio.
A ARQUITETURA RENASCENTISTA FILIPPO BRUNELLESCHI •
A Catedral de Florença – Projetada inicialmente por Arnolfo di Cambio e, porteriormente, por sco Talenti, que tinham como objetivo fazer uma cúpula maior que catedral românica de Pisa;
•
Com elementos evidentemente góticos, como arcos ogivais e abóbadas nervuradas sobre pilares as obras prosseguiram até a altura do tambor octogonal, a partir do qual nasceria uma cúpula de quase 46 metros de diâmetro; contudo ninguém sabia exatamente como vencer um vão tão ousado;
•
Brunelleschi usou seu conhecimentos das antigas construções romanas, além das tradições góticas ainda em voga, para produzir uma síntese inovadora. Arco ogival gótico com seção transversal em vez de Arco Pleno; Casca dupla com nervuras radiais ê concêntricas – estratégia encontrada em monumentos antigos, como o Pantenon e obras Medievais;
• •
A ARQUITETURA RENASCENTISTA FILIPPO BRUNELLESCHI •
As Obras do Duomo de Florença continuaram ao longo da vida de Brunelleschi, mas a estrutura só ficou pronta apóes a sua morte.
•
Fillipo trabalhou em vários projetos menores nos quais os ideais da arquitetura romana podiam ser expressado mais diretamente do que a cúpula da catedral.
•
Projetos de Brunelleschi:
Hospital dos Inocentes – visto por muitos como a primeira edificação renascentista. Basìlica de São Lourenço; Igreja do Espírito Santo.
Igreja do Espírito Santo
Hospital dos Inocentes
Basìlica de São Lourenço
A ARQUITETURA RENASCENTISTA - URBANISMO A Idade Média européia divide-se em duas etapas: • alta Idade Média, a partir do século V, até os séculos IX e XII; • a baixa Idade Média, século XV, caracterizada pelo crescimento das cidades, a expansão territorial. O Renascimento tem início do século XV – na prática, o método renascentista não consegue produzir grandes transformações nos organismos urbanos e territoriais; Os literatos e os pintores descreveram a nova cidade mas com um objetivo teórico de uma cidade ideal. Cidade Medieval As muralhas das cidades limitavam o espaço das cidades medievais. Quando a população crescia muito, algumas cidades expandiam suas muralhas. Outras simplesmente deixavam as muralhas de pé e construíam novas cidades e vilas ao redor da antiga cidade. A religião reflete nas cidades da época, onde na maioria das vezes, a igreja principal estava localizada no centro da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara estrutura. Assim toda a cidade é organizada, de modo hierárquico, em torno da igreja e o palácio papal.
A ARQUITETURA RENASCENTISTA - URBANISMO Alberti, retoma o problema da cidade ideal. A teoria albertinana da cidade: Uma característica forte desta teoria é a capacidade de unir as novas concepções urbanísticas com a antiga, de estrutura medieval. O Tradado de divide em duas partes: Tratado de edificação divide-se em: • Lugar: deve ser grande e aberto em todas as elevações; • Distribuição: é a organização dos espaços, setorização; • Muros: am as cobertas e que cercam a propriedade; • Cobertas: proteções no alto do edifício contra a chuva, sol; • Ventos: aberturas que am pessoas, entrada de luz e ar; • Solar: espaço aberto dentro do limite de cada terreno para entrada de luz solar e circulação do vento, o popular quintal.
A ARQUITETURA RENASCENTISTA - URBANISMO Tratado de urbanismo. A cidade é formulada a partir de fatores climáticos. As ruas estão divididas em 3 categorias: • As principais se dividem em rurais, devem ser largas e retas e o mais curta possível, e as urbanas, por serem nobres e poderosas, é justo que sejam largas e retas para valorizarem seu entorno. • As secundárias são estreitas para transmitirem aconchego e proteger as edificações do sol, além de proteger seus moradores contra inimigos, levemente curvilíneas devido aparentar maior largura das vias. As ruas secundárias devem se ligar com as principais, formando linhas diagonais nos pontos de convergência. • As ruas funcionais: são as que exercem funções dentro da cidade, como por exemplo, a rua que conduz ao templo, ou a rua que leva ao trabalho e assim por diante.
A ARQUITETURA RENASCENTISTA - URBANISMO Recomendações gerais • As ruas devem estar bem empedradas e limpas ao extremo; • Todos os edifícios devem estar alinhados , ter continuidade e mesma altura; • Deve-se prever espaços públicos. A perspectiva que organizava o espaço em linhas matemáticas dentro de dois planos, era apresentada como uma “construção” geométrica “correta” se transforma em instrumento de retificação e construção dos cenários urbanos. A Perspectiva de uma praça representa as proporções matemáticas da praça, a forma perfeita circular apresentada na igreja central, a regularidade dos pequenos palácios nas margens.