Cuidando uns dos outros Texto:1Tessalonicences 5:14-15 "Exortamo-vos, também, irmãos, a que oesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos. Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos". Exórdio
É pesado, mas não é um peso para mim! É pesado, mas não para mim!! Um missionário americano caminhava pelas ruas centrais de uma cidade chinesa. Chamou-lhe a atenção que algumas crianças, que eram maiores, carregavam outras crianças, menores, em suas costas. Ao mesmo tempo em que as carregavam, brincavam e se divertiam como se nada houvesse de estranho ali. – Deve ser muito ruim ter de carregar um fardo tão pesado enquanto brinca – disse o americano, tentando ser simpático com um pequeno menino. – Ele não é um fardo e nem um peso, ele é meu irmão – retrucou rapidamente o garoto. O missionário meio sem jeito, disse ainda ao garoto, já tirando da carteira um “agrado” para abençoar a vida daquele menino: – Bem, sua atitude mostra o quão nobre e cavalheiro você é, pois seu irmão, apesar de pesado, não é um peso para você! Ao retornar para casa, o missionário reuniu a sua família para contar sobre a viagem e disse: – Um pequeno menino chinês me ensinou o significado mais completo das palavras: “levai as cargas uns dos outros” (Gálatas 6.2). O missionário contou cada detalhe de sua experiência a família e acrescentou: – Se um menino chinês pode carregar e cuidar de seu irmão sem considerá-lo um fardo, nós também devíamos não considerar um fardo o transportar nossos irmãos, mais fracos e necessitados, que nos procuram buscando ajuda. Texto Postado por Presbítero André Sanchez Narração Antes de tudo devemos entender o contexto da Igreja em Tessalônica. A antiga cidade de Tessalônica era uma cidade grega e capital da sua província. Ela era bastante grande e tinha cerca de 200.000 habitantes. Os cristãos em Tessalônica eram 1
antigos pagãos e gentios em sua maioria, com isso podemos imaginar que eles tinham muitas dúvidas sobre temas como a volta de Cristo (tratado por Paulo nos capítulos 4 e 5). Apesar de casos como o de alguns que não queriam trabalhar, esta era uma Igreja fiel que se mantivera firme mesmo com as perseguições que sofria. Por tudo isso Paulo parecia estar incumbido de lhes ensinar algumas coisas para que a ordem se mantivesse estável entre eles. Devemos lembrar que como pagãos gregos, e habitantes de uma grande cidade como era Tessalônica, muito provavelmente havia todo tipo de irmão com vários tipos de problemas e dificuldades. Talvez por isso Paulo tenha dado estas instruções. Este texto é uma instrução prática sobre como devemos agir em determinadas situações. Devemos entender que as instruções não são direcionadas aos pastores ou a liderança, mas a todos (veja que Paulo se direciona aos "irmãos"). Todos nós devemos cuidar uns dos outros, pois somos todos membros uns dos outros. Nós devemos cuidar uns dos outros da seguinte maneira: 1- oestando os insubmissos v.14 A primeira situação que Paulo cita é em relação aos irmãos insubmissos. E o que seria essa insubmissão? A insubmissão é, literalmente, agir desordenadamente. Às vezes pensamos que insubmissão é algo muito ruim que fazemos ou alguma coisa muito negativa ou maligna, mas basta agirmos desordenadamente para nos achar sendo insubmissos. Em Romanos 15.14, fala que devemos oestar uns aos outros. E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo conhecimento, aptos para vos oestardes uns aos outros. E é aí que mora o perigo. Se somos insubmissos, então somos desorganizados. Essa atitude, além de enfraquecer o todo, faz com que os outros soldados que estiverem sob sua influência em a ser também insubmissos e desorganizados. Permitir que irmãos tenham essa atitude é assumir divisões, porfias e toda sorte de maledicências entre os irmãos. Esta é uma atitude que necessita de um cuidado eficiente e definitivo, a oestação. A oestação nada mais é do que uma 'advertência benévola', uma exortação. Como precisamos ser exortados uns pelos outros! Hoje há uma grande dificuldade entre os irmãos, pois os pastores e líderes, por medo da reação dos irmãos, não costumam praticar a oestação e a exortação. Isso apenas permite que muitos irmãos sejam insubmissos e desorganizados e enfraquece, ainda mais, a já enfraquecida igreja. É necessário que haja oestação, claro que com todo cuidado, benevolência e paciência. Sem essa atitude seremos guiados apenas por nós mesmos, o que é um grande perigo. Devemos confiar aos irmãos o pastoreio da nossa vida e isso a por permitir que eu seja exortado e oestado. Como eu disse anteriormente, hoje em dia somos tão autossuficientes, egoístas e orgulhosos, que dificilmente aceitaremos a palavra de um irmão que nos exorte. Mas eu digo que devemos praticar a oestação com todo cuidado e amor. 2
Primeiro na minha vida, depois na do irmão. Para que todos sejamos cuidados e pastoreados. Em Efésios 5.21 fala em nós Sujeitarmo-nos uns aos outros. Efésios 4.32 – fala de sermos benevolentes uns para com os outros. 2- Consolando os desanimados v.14 A segunda situação comentada por Paulo é o caso dos irmãos desanimados. Estes irmãos já possuem alguma caminhada com o Senhor (normalmente já tem uma experiência real com Deus), mas estão desanimados com a vida cristã, com os irmãos da Igreja ou mesmo com alguma situação específica de suas vidas. Esse desânimo é tal que faz com que eles deixem de se reunir, se afastem propositalmente dos irmãos ou mesmo reunindo entre os irmãos estão desanimados com a Igreja e com o ministério. Pode ser que não se desviam, mas ficam desanimados e não tem ânimo para continuar a caminhar e a enfrentar os desafios da vida cristã. Isso também pode acontecer quando vemos as falhas nos irmãos que servem no ministério. Não é muito difícil se lembrar de algum irmão que está nesta situação. Normalmente este desânimo tende a levar estes irmãos a perderem a força de enfrentar o mundo. É por isso que estes irmãos precisam ser consolados. Este consolo nada mais é do que um conforto, um pastoreio. É gastar tempo com este irmão, ouvi-lo, conversar com ele, tentar entender seus motivos e animá-lo novamente a continuar na caminhada com o Senhor. Normalmente estes irmãos, se consolados a tempo, se animam novamente e são completamente restaurados. Mas se não são consolados eles podem cair em uma situação de inércia muito grande, se acostumar com a situação e permitir que o tempo e. É importante percebermos os irmãos que precisam desse cuidado para que possamos restaurá-los. É muito importante a nossa atenção e a nossa diligência neste sentido. Em 1Pe 4.9 nos instrui a ser hospitaleiros. Em Gl 5.13 e 1Pe 4.10 nos ensina a servimos uns aos outros. Em 1Ts 4.18 e 5.11 nos ensina a consolar uns aos outros. 4- Amparando os fracos v.14 A terceira situação deste texto trata sobre os irmãos que estão fracos na fé. Estes irmãos podem não estar desanimados ou insubmissos, mas estão realmente fracos e não conseguem vencer o mundo ou as suas ofertas pecaminosas. Estes irmãos podem cair a qualquer momento ou podem já estar vivendo uma vida de pecado, pois não tem forças para vencer o pecado ou o mundo. Quando alguém está fraco em uma guerra, ou foi enfraquecido por alguma situação da guerra, ele precisa de alguém que o ajude a caminhar. Quando algum irmão se encontra fraco e não consegue vencer o mundo e o pecado, então ele precisa de ajuda. A ajuda que eles precisam é o amparo, que nada mais é do que ajudar estes irmãos a 3
permanecerem de pé. Precisamos dar o braço para que estes irmãos não venham a cair. Precisamos ser apoio para todos os irmãos que estiverem nesta situação. Na vida com Deus, a regra é a vitória sobre o mundo e sobre o pecado, mas muitos irmãos estão vivendo ainda sob o domínio do pecado e do mundo. Estes irmãos precisam ser ajudados, amparados. Esse amparo pode se resumir em muitas coisas. Por exemplo, estes irmãos precisam ser acompanhados de perto. Precisamos estar sempre por perto para evitar que eles venham a cair no pecado. Precisamos também ser luz e abençoar estes irmãos com a palavra e também com repreensão, caso seja necessário. Eles precisam perceber a situação que se encontram, o que muitas vezes não acontece. Por isso, se temos liberdade com a pessoa, uma palavra firme pode ajudá-lo a permanecer de pé. Devemos Instruir uns aos outros (Cl 3.16). Perdoarmos uns aos outros (2Co 2.7; Ef 4.32; Cl 3.13).
4- Sendo longânimos para com todos v.14 A última instrução deste texto objetiva todos as situações anteriores. O texto nos ensina a ser longânimos com todos. A longanimidade é uma característica profunda e maravilhosa. Uma pessoa que é longânime é bondosa, corajosa, paciente e sofredora. Ela a as adversidades e prossegue empenhada, apesar das dificuldades. Ser longânime não é ser apenas paciente, mas é ser também bondoso e amoroso. É aguardar com perseverança o momento que cada pode estar ando, mesmo que isso seja doloroso ou demorado. É entender que Deus está no controle de todas as coisas e permitir que Ele mesmo faça todas as coisas em seu tempo. Isso nos indica que, apesar do texto nos ensinar algumas atitudes que devemos tomar em determinados casos, a longanimidade não pode ser esquecida ou negligenciada. Temos sim que ter uma atitude pró-ativa em todos estes casos, mas também devemos entender que haverá situação que deveremos ser longânimos, pois a pessoa pode não desejar ou não receber nossa palavra. Quando percebemos isto é momento de ser longânimo. Devemos Orar uns pelos outros (Tg 5.16). Em Galátas 5.22 fala de logaminidade, fruto do Espírito.
Conclusão Irmãos o Senhor Jesus quer que cuidemos uns dos outros. O amor demonstrado por cada um de nós lá na Cruz deve ser evidenciado em nossos relacionamentos. O Espírito Santo do Senhor nos ensina a cuidar também de nossos irmãos e irmãs em Cristo. Ele nos dá vida e nos encoraja a andar uns com os outros, ando uns aos outros, em amor. Se quisermos alcançar o sucesso em nossos relacionamentos, se quisermos nos tornar melhores em nossa vida em comunidade, precisamos prestar atenção no Espírito agindo em nós e agir conforme sua instrução. Cada um zele, não apenas por seus próprios interesses, mas igualmente pelos interesses dos outros. Cristo, sendo Deus, humilhou-se ... Fp 2:4 4
Tende em vós mesmos o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de ; homens; e; reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Fp 2.5-8 Devemos, portanto: 1234-
oesta os insubmissos Consolando os desanimados Amparando os fracos Sendo longânimos para com todos Aplicação “Aquele que cuida de nós, quer que cuidemos de nós mesmos, da doutrina e dos outros.” Lema este ano do nosso Seminário.
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